CampanhaFundos202206

IBAN PT50003502020003702663054   NIB 003502020003702663054

Ensaio

Revolução burguesa e revolução proletária

A moeda é a teia onde se movem os indivíduos nas sociedades humanas modernas.

A revolução burguesa fez-se, pois, com a transformação do dinheiro em capital e foi definitivamente vitoriosa ao fazer da moeda o santo e a senha de todas as relações e actividade humanas.

Sem dinheiro morre-se de fome mesmo que não falte comida. Com dinheiro o impossível faz fronteira sempre mais além.

Porquê?

Porque o capital evoluiu à medida do trabalho que continha e só progride na medida do trabalho que promove.

É pela sua inseparável relação com o trabalho que o capital se formou, subsiste e é universalmente abraçado.

O resultado da relação do capital com o trabalho é a extraordinária concentração humana de transformação organizada da realidade conjugadamente com um fabuloso desenvolvimento científico e técnico num grau nunca antes alcançado.

Mas o capital é gato escondido com rabo de fora. A sua ferocidade vem ao de cima sempre que bule onde ele também radica: a propriedade.

É que se o capital esteve sempre e enquanto capital nunca deixa de estar intimamente ligado ao trabalho não deixa por isso de o trair permanentemente como instrumento de saque que é.

Na sociedade mercantil moderna toda a transformação operada pelo trabalho enquanto mercadoria é em moeda que se expressa, e, no mercado, em moeda se compra e em moeda se vende.

A transformação da força de trabalho em mercadoria levada a efeito pela revolução burguesa originou uma sociedade de pessoas livres mas desiguais. Poucas têm quase tudo enquanto muitas pouco mais têm do que força de trabalho posta à venda.

É com a compra e a venda da força de trabalho que o capital cresce. Concentra-se tanto mais quanto mais arruína pares, quanto mais avoluma população proletarizada e quanto mais do proletário retira mais-valia, isto é, horas contabilizadas mas não pagas de trabalho efectuado encobertas pelo pagamento do salário.

É contra esta economia de ocultação, de engano e de esbulho que as populações lutam e que os comunistas se batem pela sua superação.

Quanto mais cresce o capital, menor o número dos magnates que o detêm ou controlam, e maior a massa dos deserdados, empobrecidos e intimidados detentores do que o avoluma: a força de trabalho!

O capital cumpriu uma histórica missão de exaltação da ciência e do trabalho.

Mas fê-lo no quadro da exploração do homem pelo homem.

Há pois que perceber e denunciar os constrangimentos assim como as imposturas e crimes do capital.

Há que fazer o inverso do que a burguesia fez. Ao contrário de transformar o dinheiro em capital, há que do capital libertar o dinheiro para que a troca monetarizada ocorra no quadro de relações de produção nas quais é abolida a condição de mercadoria tanto para os meios de produção como para a força de trabalho.

Na economia burguesa a quantidade de trabalho incorporado na mercadoria é que lhe determina o valor de troca.  Para a burguesia tudo deve transformar-se em mercadoria exacerbando a apropriação privada do produto social à máxima exclusividade.

Na economia socialista o transitório valor de troca é determinado pelas especificidade do produto e produtividade no processo da sua obtenção. Os meios de produção e a força de trabalho são postos em causa enquanto mercadoria e o exclusivo na apropriação privada do produto social é combatido.

Na economia comunista há tão só valor de uso pois nela vigora o princípio de a cada um pelo que precisa e de cada um pelo que pode. Tal significa que o produto deixa de ser mercadoria e a apropriação privada do produto social deixa de ser exclusivamente para alguns para ser para todos plenamente na pessoa de cada um.

Out2022

Pedro

pctpmrpp

Partilhar
Está em... Home Ensaio Revolução burguesa e revolução proletária