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13 de Março de 2024

Os governos são títeres e até podem ser dispensados! 

Os resultados das eleições antecipadas de 10 de Março deixaram muito claro  o repúdio  do povo português às políticas que  conduziram as suas vidas a uma degradação crescente, que se traduz na inexistência dos direitos mais básicos, como a saúde, a habitação e mesmo, o não acesso a bens alimentares, obrigando a escolhas cada vez mais apertadas.

E esta é a realidade que os partidos que estiveram até hoje no poder criaram, pela qual são responsáveis.

A verdade é que após quatro meses de campanha eleitoral contínua, cheia de promessas que supostamente seriam a resposta  às  sucessivas crises dos governos nacional e regionais e que os próprios criaram, da devassa de milhões de euros em campanhas de propaganda  e manipulação, de autênticas feiras de ofertas, a instabilidade governativa vai continuar, com o anúncio antecipado de uma nova crise!

Nem o PS nem a AD venceram estas eleições (talvez o Costa seja efectivamente, o vencedor)! Ambos ficaram reféns das promessas que fizeram, sendo obrigados a estabelecer um pacto: eu não faço alianças e tu também não fazes, pensando que, para já, este contrato lhes salva a pele e a face. Neste contexto, as muletas do PS que se preparavam para, mais uma vez, se sentarem à mesa do orçamento, negociando com o PS, manietando os trabalhadores, ficaram sem o pouco chão que tinham e o mais que se verá.

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Opinião

No Algarve, as prioridades passam por uma forte aposta no setor da saúde

Legislativas: “No Algarve, as prioridades passam por uma forte aposta no setor da saúde” – Carlos Rias / PCTP/MRPP

Edgar Pires, 17 Set 2019, 17:00 Política - Eleições, Sociedade

2No próximo dia 6 de outubro, no âmbito das Eleições Legislativas, Portugal vai a votos. O jornal diariOnline Região Sul foi ouvir os cabeças de lista das diversas forças políticas candidatas pelo Círculo Eleitoral do Distrito de Faro.

Carlos Rias, 63 anos, jornalista reformado, encabeça a lista do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP).

diariOnline Região Sul – Quais as prioridades para o desenvolvimento da região algarvia?

Carlos Rias – O Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) entende que as prioridades quanto ao Algarve passam por uma forte aposta no setor da saúde, com a construção de um novo Hospital Central e a transformação dos antigos hospitais para outro tipo de cuidados, especialmente os continuados, de forma a conduzir à fixação de técnicos de saúde na região e, também, a um mais forte investimento no já debilitado Serviço Nacional de Saúde.

O combate à erosão costeira e proteção das áreas protegidas; a diversificação das actividades económicas com incidência na agricultura, indústria e, muito em especial, no sector das pescas, são outras das propostas.

Defendemos também a eliminação das portagens na Via do Infante, porta de entrada e saída de pessoas e bens e a transformação radical da EN125, única alternativa à Via do Infante e cada vez mais transformada numa autêntica passadeira da morte.

É preciso uma mudança de paradigma quanto à indústria do turismo, essencial para o desenvolvimento da região, ainda que seja, na maioria dos casos, uma aposta sazonal, onde pontifica a precariedade e os baixos salários em matéria de emprego. Por isso se torna essencial o aumento substancial do salário mínimo por forma a que os trabalhadores tenham capacidade para contribuir significativamente na dinamização da economia regional.

Fomentar e modernizar a agricultura, não só pelos bens de consumo direto como para a transformação, também é outra das prioridades. A aposta quase exclusiva nos citrinos ou na agricultura intensiva faz aumentar a oferta e com ela a redução dos preços ao produtor, por isso a aposta deve ser mais diversificada, promovendo a recuperação das produções autóctones, como a amêndoa, o figo, a alfarroba e outros que permitam a policultura. Não esquecemos que a produção intensiva, como tudo o que é em excesso, comporta inconvenientes, nomeadamente ambientais, com a descarga dos nutrientes no meio aquático.

Queremos retomar a produção agropecuária, inexistente nos dias que correm, e mudar a política das pescas, que tem sofrido golpe atrás de golpe e navega pelas ruas da amargura. Desde 1985, o nosso país já perdeu mais de 30 por cento da sua frota artesanal e importa 70 por cento do peixe que consumimos, a maioria pescado nas nossas águas territoriais pela frota espanhola. Mesmo assim, os pescadores algarvios têm cada vez mais limitado o seu espaço de pesca, com zonas interditas à sua acção, impedidos de navegar porque o ruído dos motores dos barcos incomodam os turistas e até veem portos de pesca transformados em marinas. Esta é a prova provada de que a aposta quase exclusiva no turismo é um erro e um factor que contribui para o desemprego entre as gentes ligadas ao mar, daí que a nossa região esteja cada vez mais dependente das outras ou dos produtos vindos de fora.

O PCTP/MRPP defende o aumento da massa salarial, pois a política de baixos salários conduz ao empobrecimento dos trabalhadores e ao aumento das bolsas de misérias. São os setores primário e secundário da economia, agricultura, pesca e indústria aqueles que mais podem contribuir para a empregabilidade efectiva. Contrariamente aos que defendem não haver condições para aumentos substancias de salários, lembramos que os maiores custos das empresas têm a ver com os custos energéticos e fiscais e não com a mão de obra.

Pugnamos por uma nova abordagem à reposição da areia nas praias. A região vive centrada no turismo, especialmente no segmento sol/praia, e é sabido que se torna necessário ter praias em condições em especial na época balnear. Os governos gastam milhões de euros em areias para enchimento das praias, mas hoje em dia há novas técnicas que aplicadas permitem ter praias duradouras sem recurso a meios invasores, como são os recifes artificiais multifuncionais. Esta é uma forma de gastar menos dinheiro para uma obra de durabilidade bem superior, mas até aqui o que as autoridades têm feito não é mais do que jogar dinheiro fora, cometendo autênticos crimes, como foi o que sucedeu em Cacela Velha.

É necessário resistir aos atentados que ameaçam a Ria Formosa, espaço lagunar com ligações ao mar, na qual trabalham milhares de homens e mulheres, desde pescadores a viveiristas. As descargas diretas de esgotos (sem qualquer tratamento) para o espaço lagunar constituem um verdadeiro atentado à natureza do espaço em causa e à saúde pública.

Em Olhão, onde é notória essa prática, a nova ETAR não veio resolver o problema antigo da poluição e, agora, está em curso uma tentativa de proibir a existência de viveiros de ameijoas numa vasta zona (400 metros), enquanto o Ministro do Ambiente e a Ministra do Mar assobiam para o lado como se o problema nada lhes dissesse.

Curioso é que se queira proibir a produção de ameijoa na zona em causa e o mesmo não aconteça com a produção de ostras. Que interesses estarão por detrás de tudo isto? Quem serão as personalidades interessadas na mudança anunciada?

As autarquias algarvias devem apontar para políticas de solos e taxas que permitam a construção de casas de habitação permanente de baixo custo, marginalizando tudo quanto se destine a construção para segunda ou terceira habitação. Devem ainda observar o mais rigoroso cumprimento pelas restrições impostas paras o uso de solos de áreas protegidas como as Reservas Nacionais Agrícola e Ecológica.

diariOnline Região Sul - Como é que a lista do partido que representa pode fazer a diferença?

Carlos Rias – O PCTP/MRPP nunca alimentará a ilusão de resolver os problemas essenciais do povo trabalhador português através de eleições. Quando concorremos é para falar a verdade, nunca a mentira.

E é na verdade que faremos a diferença em relação aos partidos de direita e aos que, afirmando-se de esquerda, continuam no poder ou a esmolar para lá chegar. O PCTP/MRPP vai lutar com as armas que tem para divulgar o marxismo, o comunismo e tudo fará para reforçar a sua organização junto do povo. O PCTP/MRPP tem as mãos limpas, nunca se deixou enredar nos caminhos da corrupção e será persistente no repúdio do pagamento da dívida pública, uma dívida que parece obcecar muita gente, mas que não foi o povo português que a contraiu nem foi contraída em seu benefício. «Não pagamos!» é o grito de liberdade dos comunistas, como também o será o da luta intransigente pela saída da União Europeia.

diariOnline Região Sul – No seu ponto de vista, o Algarve deve ser...?

Carlos Rias – O Algarve, como qualquer região que se preze, deve apontar para a autossatisfação da sua população no acesso à habitação, alimentação, educação, saúde, trabalho e proteção social condigna.

Importa referir que qualquer estratégia para o Algarve está condicionada pelas políticas nacionais e europeias, com as quais estamos em completo desacordo, nomeadamente no que diz respeito ao euro, uma moeda demasiado forte para uma economia tão debilitada quanto a nossa. Por isso, defendemos a saída do Euro e a sua substituição por um novo escudo.

No ano de 2000 – data da adesão de Portugal à moeda única, o euro –, a dívida era, de percentagem do PIB, de 48,4% e decorridos 20 anos, passou-se para uma dívida de 251,1 mil milhões de euros, 121,5% de percentagem do PIB, em finais de 2018 e, agora, para 252,4 mil milhões de euros.

Lutar pela saída do euro e da União Europeia e pela criação do escudo é o que qualquer cidadão português tem a fazer para ajudar o nosso país a sair da submissão ao bloco imperialista europeu que nos remete para a condição de colónia.

(Fonte:  https://regiao-sul.pt/2019/09/17/sociedade/legislativas-no-algarve-as-prioridades-passam-por-uma-forte-aposta-no-setor-da-saude-carlos-rias-pctpmrpp/476091 )

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