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PAÍS

18 DE MARÇO DE 1871
Viva a Comuna de Paris! 
Publicado em 17.03.2015 

comuna de paris 01A 18 de Março de 1871, o proletariado e as massas populares de Paris levaram a cabo uma heróica insurreição armada e fundaram a Comuna de Paris, o primeiro poder proletário na história da humanidade.

Karl Marx apontou a Comuna de Paris como o mais belo feito revolucionário da classe operária francesa. Ainda que no Outono de 1870 tenha considerado não estarem reunidas as condições para a insurreição, logo que os comunards se ergueram em armas, animados de um sublime heroísmo revolucionário, Marx empenhou-se imediatamente no apoio activo e resoluto da revolução proletária de Paris, referindo-se-lhe como uma experiência histórica de imenso significado, um determinado passo em frente na revolução proletária mundial, um passo prático mais importante do que centenas de programas e resoluções. E, em carta escrita na altura a L. Kugelman, exclamava: Que flexibilidade, que iniciativa heróica, que espírito de abnegação têm estes parisienses! A História não conhecia ainda tamanho exemplo!

Muitos foram os ensinamentos que esta revolução que resistiu bravamente durante pouco mais de dois meses. E, o primeiro deles, que explica a sua derrota, está em que nas condições históricas da época, o marxismo ainda não tinha adquirido uma posição dominante no seio do movimento operário e porque também não existia um partido revolucionário da classe operária, predominando na Comuna algumas concepções anti-operárias, como o blanquismo e o proudhonismo.

Um segundo ensinamento foi o de que, como assinalava Marx, se Paris pôde resistir foi unicamente porque, em consequência do cerco, se tinha desembaraçado do exército, substituindo-o pela Guarda Nacional, cuja massa era constituída por operários. O primeiro decreto da Comuna foi pois a supressão do exército permanente e a sua substituição pelo povo em armas.

Terceiro ensinamento: a classe operária não pode contentar-se em tomar a máquina do Estado tal como ela se encontra e fazê-la funcionar para os seus próprios fins, o poder centralizado do Estado, com os seus órgãos presentes por toda a parte: exército permanente, policia, burocracia, clero e magistratura, órgãos talhados segundo um plano de divisão sistemática e hierárquica do trabalho. Em vez de decidir uma vez em cada três ou seis anos, qual o membro da classe dominante que devia representar e esmagar o povo no Parlamento, o sufrágio universal deveria servir ao povo organizado em comunas. E acrescentava ainda Marx: a destruição da máquina militar e burocrática do Estado é a primeira condição para qualquer verdadeira revolução popular.

Foram estes ensinamentos fundamentais do marxismo retirados da Comuna de Paris que o revisionismo em Portugal espezinhou e traiu, desta feita com evidentes responsabilidades indesculpáveis, na revolução que se seguiu ao golpe de estado de 25 de Abril.

Terminamos com mais estas palavras de Marx: se a Comuna for batida, a luta ficará apenas adiada. Os princípios da Comuna são eternos e não podem ser destruídos... Passados dez anos após deste marco histórico, Marx e Engels declaravam à classe operária europeia: A Comuna, que as potencias do velho mundo julgavam aniquilada, vive com mais força do que nunca, pelo que podemos gritar em uníssono convosco: VIVA A COMUNA!




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