PAÍS

RTP denuncia manifestantes à polícia - Que belo serviço público!

Como acaba de ser admitido pelo respectivo Conselho de Administração, a RTP forneceu à polícia/nova pide imagens por ela recolhidas durante a manifestação do passado dia 14 de Novembro junto ao Parlamento, manifestação essa, como se sabe, alvo de uma brutal repressão e impiedosa perseguição por parte de várias polícias contra milhares de elementos do povo que ali se encontravam a exercer um elementar direito democrático de exigir o derrubamento do governo.

Não deixando de se tratar de um acto de criminosa delação, cujos responsáveis deviam ser presos, esta actuação da RTP não nos surpreende.

É que esta estação de televisão, sustentada pelo dinheiro dos contribuintes, nunca deixou de constituir um instrumento da política dos partidos que se acham no poder e, desde logo, dos que incorporaram os sucessivos governos aos que hoje constituem o governo de traição nacional, sendo que, no caso deste acto de bufaria, tal como as suas irmãs privadas, desde o início que a RTP destilou um ódio indisfarçável a quem, nas fábricas, em greve geral, e em S. Bento, no dia 14 de Novembro, se erguia pelo derrube do governo que sustenta os serventuários do poder instalados no conselho de administração e direcção de informação daquele canal de televisão.

No que toca a dar voz aos trabalhadores e respeitar os mais elementares princípios democráticos em matéria de igualdade de tratamento de todas as correntes de opinião, o PCTP/MRPP sempre denunciou a verdadeira natureza deste pseudo-serviço público, desde os tempos do Moniz, desmascarado pelo camarada Garcia Pereira em directo, até ao mais recente Nuno Santos, que tão ardorosamente se bateu pela exclusão do Partido e de outras candidaturas dos debates na última campanha eleitoral.

Defendemos a não privatização da RTP, mas para um órgão de comunicação que seja totalmente independente deste poder podre e corrupto e observe escrupulosamente as regras democráticas no exercício da liberdade de expressão por parte de todas as correntes de opinião, e, em particular, daquela que hoje é maioritária na exigência da demissão do governo de traição nacional PSD/CDS.

Mas por um canal de televisão como o que existe hoje e se comporta desta maneira e por jornalistas que se sujeitam a tudo e, ainda por cima, invocando enganosamente a liberdade de imprensa, ninguém estará disposto a mexer uma palha.