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PAÍS

As 10 propostas de Seguro: Derrubar o Governo de traição nacional ou retomar a política de “Bloco Central”?

Casa onde falha o pão, todos ralham, ninguém tem razão! Tal parece ser o ditado que se aplica, na actualidade, às guerras de alecrim e manjerona que parecem animar PSD e CDS, de um lado, e PS, do outro. Mas, estas contradições não são antagónicas e destinam-se a iludir o povo e quem trabalha de que, quanto ao essencial, todos eles se colocam de acordo quando se trata de não permitir que caiba ao povo tomar em suas próprias mãos o seu destino.

A crise da dívida e do déficite exponenciou contradições há muito existentes no seio dos diferentes sectores da burguesia e entre esta classe e os operários e trabalhadores. No seio da burguesia são patentes as contradições entre o sector que beneficia com as comissões que as operações bancárias, decorrentes dos empréstimos resultantes dos sucessivos Memorandos de entendimento com a tróica germano-imperialista e dos juros faraónicos a eles associados possibilitam, e o sector de uma certa burguesia industrial que precisa de autonomia financeira, logística e financeira para lograr conquistar espaço nos mercados europeu e fora da Europa, passando por um sector da pequena burguesia temerosa de perder alguns dos seus privilégios na repartição do bolo do orçamento de estado.

E é neste contexto que se deve entender o facto de Passos Coelho, face às recentes decisões do Tribunal Constitucional – que, apesar de insuficientes, levaram à anulação de quatro normas da Lei Geral do Orçamento de Estado para 2013 e, tudo indica, se preparam para “chumbar” mais normas do Orçamento Rectificativo -, procure em Cavaco, verdadeiro chefe deste governo de traição nacional, um aliado para contornar o impacto de possíveis inconstitucionalidades que o Tribunal Constitucional possa vir a decretar no futuro.

Como é neste contexto que se deve perceber que, face à agudização da luta que opõe o povo e quem trabalha ao governo Cavaco/Coelho/Portas, os diferentes sectores da burguesia prefiram mais encontrar plataformas comuns de entendimento entre eles, que assegurem a continuidade da exploração a que sujeitam o povo e quem trabalha, do que correr o risco de as contradições no seio da burguesia terem como consequência, não a propalada e tão exigida – pelo PS e por Seguro, mas não só! - mudança de políticas, mas sim o derrube do governo, isto é, potencie aquilo que a burguesia mais teme, que o poder caia na rua!

É neste contexto também que se deve entender porque é que Coelho e Portas, para além de contarem com Cavaco para, no âmbito do programa de ajustamento do Memorando de Entendimento, influenciar o TC no sentido de não levantar quaisquer inconstitucionalidades às medidas de corte na despesa do Estado contidas, quer no supracitado programa, quer no OE rectificativo, conta com o apoio de Seguro, como ficou bem patenteado na apresentação que este fez de 10 propostas para promover o crescimento e a criação de emprego no nosso país.

Crescimento e emprego que são impossíveis de gerar se se persistir na criminosa senda de fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu, nem dela retirou qualquer benefício ou vantagem e que , ademais, se tem provado impagável, já que apesar de todos os sacrifícios impostos ao povo para a pagar, quer a dívida, quer o déficite, não têm cessado de crescer e agravar.

Por isso, os grupos parlamentares do PSD e do CDS, partidos que são o suporte político do actual governo de traição nacional Cavaco/Coelho/Portas, e o próprio governo, tiveram o cuidado de imediatamente referir a sua disposição em aprovar a maioria das propostas apresentadas por Seguro. Ao fazê-lo, os sectores da burguesia que estes partidos representam, querem assegurar que continuarão a beneficiar das comissões que a sua política de traição nacional e venda a retalho do país proporcionam. Por outro, ao anunciar este apoio às 10 propostas do PS e de Seguro, tranquilizam os sectores da burguesia e da pequena burguesia que o PS representa, reafirmando-lhes a intenção de lhes reservar uma fatia – pequena que seja – na repartição do bolo do orçamento.

Todas as propostas apresentadas pelo PS escamoteiam, porém, o essencial. Isto é, que esta é uma dívida impagável e que a crise da dívida e do déficite só será resolvida com o derrube deste governo e a constituição de um governo democrático patriótico que prepare a saída de Portugal do euro e da União Europeia e suspenda de imediato o pagamento da dívida e dos juros.


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