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PAÍS

MARTIFER:
O Próximo Operário a Morrer Aqui, Posso ser Eu!

(Do nosso Correspondente em Oliveira de Frades) Este é o grito mudo que hoje ecoa por todo o espaço envolvente da empresa Martifer, em Oliveira de Frades, saído do mais profundo da consciência de cada operário que aqui trabalha! E faz todo o sentido, pois que nesta empresa de metalomecânica, a regularidade com que os acidentes têm vindo a ocorrer só pode levar a pensar isso mesmo.

Com uma frequência mensal, e não raro mesmo semanal, os acidentes têm-se sucedido; já depois da morte do operário João Ribeiro, em 5 de Abril passado – que nós, PCTP/MRPP, também denunciámos e fomos aliás a única voz a denunciar –, casos de dedos mutilados, de cara e braços esfacelados também têm ocorrido, embora tenham sido inexplicavelmente calados até pelos próprios operários da fábrica.

Ora, também hoje, 19 de Agosto, ao acordar o dia, logo pelas sete horas e um quarto, já na ponta final do seu turno nocturno de 8 horas de trabalho, a sorte fatídica atingiu o operário Abel, quando, em tarefa de decapagem na construção de uma torre eólica, foi atingido pelo cilindro que lhe esfacelou uma perna.

Neste sector de actividade, e particularmente na empresa Martifer, o grande número de acidentes que se têm vindo a verificar, independentemente da identificação das causas inerentes a cada um deles, mostra sobretudo que neste regime de exploração capitalista a vida dos operários é uma questão secundária!

Pois se não fosse assim, então porque diabo alguns acidentes, por exemplo com discos de rebarbadeira partidos, se haveriam de repetir constantemente, sem que nada seja feito para que o uso obsoleto e perigoso de tal ferramenta possa ser substituído por um sistema que deixe de pôr em risco a vida dos operários?!

Pois é, senhores patrões da Martifer e de todo o sector da metalomecânica: é mais fácil cortar nos direitos dos operários sob ameaça de despedimento por a empresa dar prejuízo, e manter esses cortes mesmo quando a empresa passa a dar lucro, do que zelar pela vida e bem estar dos mesmos operários, à custa de quem vós engordais as vossas panças!

Operários da Martifer!

Não existem espíritos a provocar tantos acidentes no vosso trabalho! Só a vossa consciência de classe explorada, através da luta, vos pode libertar do risco de vida constante a que, para sempre, a ganância capitalista vos pretende condenar!

Proletários de todos os países, uni-vos!

19.08.2016

Viriato


 


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