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Trabalhadores administrativos do SNS ameaçados de despedimento, contactados para ganharem menos a recibo verde e nas mesmas funções(!!!)

snsCentenas de trabalhadores administrativos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a quem foi comunicado que irão ser despedidos, estão a ser contactados por empresas que lhes propõem salários inferiores para permanecerem nas mesmas funções.

Um dirigente do SITESE denunciou que recebeu relatos angustiantes de trabalhadores nestas condições que prestam trabalho em Torres Vedras, Mafra e Lourinhã, acrescentando que, a nível nacional, a situação envolverá «centenas de casos».

Estes trabalhadores, a quem a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo comunicou já a intenção de despedimento, são remunerados com vencimentos que variam entre 600 e 650 euros mensais, salários já de si baixíssimos.

Entretanto, estão a ser contactados por empresas prestadoras de serviços, as chamadas 'outsourcing' (em boa verdade, novos negreiros) que lhes propõem ordenados que variam entre os 452 euros (32 horas semanais) e os 490 euros (40 horas). Esta situação escabrosa é do conhecimento da ARS de Lisboa, que, como sempre, descarta as suas responsabilidades.

Estamos, assim, perante mais uma atitude provocatória da ARS de Lisboa, a mando do Ministério dito de Saúde do liquidatário do SNS Paulo Macedo, que se sucede à tentativa de contratação em idênticas condições ultrajantes de enfermeiros e auxiliares de saúde, a título precário e com retribuições miseráveis.

Não há que ter ilusões – o governo de traição nacional Coelho/Portas, já deixou bem claro que, custe o que custar e sem olhar a meios, não hesitará em reduzir a pó os serviços públicos e entregá-los ao sector privado, para, por imposição da Tróica, pagar uma dívida impagável.

E um desses serviços que tem estado na mira permanente do governo é precisamente o serviço nacional de saúde.

Mas os trabalhadores médicos e enfermeiros demonstraram já que, com o apoio dos trabalhadores utentes do SNS, é possível travar esse plano terrorista, sendo que, acima de tudo, a chave da vitória está na unidade de todos os trabalhadores do sector público e deste com os restantes trabalhadores do sector privado em torno do objectivo do não pagamento da dívida e por um governo democrático patriótico que concretize esse objectivo.