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Partido

Organização do Partido nos Açores

Constituído o Comité do Partido em São Miguel

 

Sob a presidência da camarada Margarida, do Comité Central do Partido, reuniu-se na noite de ontem, na cidade de Ponta Delgada, o Comité do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) para a Ilha de São Miguel, a maior das nove ilhas dos Açores, com a área de 747 km2 e 56% da população do arquipélago.

Formado por seis militantes do nosso partido operário marxista comunista, todos açorianos nascidos e residente na ilha de São Miguel, cumpriram uma rigorosa ordem de trabalhos, durante a realização da qual elegeram o camarada Pedro Albergaria Leite Pacheco para secretário do Comité da Ilha de São Miguel, responsabilidade que acumula com a de Secretário do Comité Regional dos Açores. O Comité elegeu também a camarada Carolina e o Camarada José para os lugares de subsecretária e subsecretário.

A reunião do Comité de São Miguel encerrou os seus trabalhos com a leitura da saudação do fundador do Partido pela camarada Margarida.

Em cumprimento da nova orientação política do Partido para com a comunicação social, foi aprovado um Comunicado à Imprensa, que será distribuído nos Açores na próxima segunda-feira.

Como manifestação de apreço pelo trabalho e nível político alcançado pelo Comité de São Miguel, reproduz-se a documentação saída da sua primeira reunião, para que todos a possam conhecer e extrair os devidos ensinamentos.

A Carta ao Povo Trabalhador da Ilha de São Miguel, começará a ser difundida esta tarde, em Rabo de Peixe, e a sua distribuição continuará até ao Natal.

O comunicado sobre a Sinaga será distribuído aos 71 operários da fábrica na próxima segunda-feira.

O Luta Popular Online saúda os camaradas do Comité do Partido para a Ilha de São Miguel e deseja-lhes o maior sucesso no seu trabalho e no crescimento do nosso Partido nos Açores, impondo uma estrondosa derrota ao liquidacionismo e aos liquidacionistas.

27.11.2016

Arnaldo Matos

 

Ordem de trabalhos

1. Apresentação, feita pelo próprio, de cada um dos membros do Comité do Partido em São Miguel: nome, idade, local de nascimento, estado civil, número de filhos, profissão e empresa em que trabalha e local de trabalho.

2. Alocução da Camarada Margarida, membro do Comité Central do Partido, sobre a Bandeira e os símbolos do Partido.

3. Escolha dos Pseudónimos e explicação, pela camarada Margarida, da importância e uso dos pseudónimos.

4. Discussão e votação da Carta ao Povo Trabalhador da Ilha de São Miguel e do comunicado sobre a Sinaga.

5. Planeamento da distribuição da Carta.

6. Eleição do secretário (Pedro), do primeiro subsecretário (Vultão) e do segundo subsecretário (Lúcia).

7. Discursos de encerramento: Secretário (Pedro), cada um dos membros e encerramento pela Margarida que lerá a Alocução do Fundador do Partido.

8. Encerramento da reunião: 00H00 de 27.11.2016

 

Carta ao Povo Trabalhador da Ilha de São Miguel

Caras e Caros Camaradas,

O Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) fundou ontem, dia 26 de Novembro de 2016, na cidade de Ponta Delgada, o Comité do Partido para a Ilha de São Miguel, constituído por seis camaradas, todos açorianos nascidos, vividos e residentes nesta ilha, entre os quais uma mulher, e elegeram para secretário do Comité o camarada Pedro Albergaria Leite Pacheco.

Na sua primeira reunião, os membros do Comité do Partido para a Ilha de São Miguel fizeram um balanço das últimas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, eleições que renovaram, como sabeis, por mais quatro anos, o mandato do partido socialista na assembleia e no governo regionais. O nosso Partido, que também concorreu a essas eleições, não elegeu nenhuma voz própria à assembleia da Região, mas reforçou a sua posição política no arquipélago, pois conseguiu formar e apresentar a sufrágio listas com cerca de uma centena de candidatos, um terço dos quais mulheres, todos, com duas únicas excepções, nascidos, vividos e residentes no nosso arquipélago.

Na sua primeira reunião, o Comité do Partido para a Ilha de São Miguel formulou e aprovou um voto de agradecimento a todos quantos participaram nas listas eleitorais do Partido, ao povo dos Açores que nos acolheu com amizade e interesse e a quantos se decidiram por votar nos candidatos das nossas listas, confiando em que, daqui por quatro anos, nas futuras eleições legislativas de 2020, irão escolher para sua voz parlamentar uma representação legislativa saída das candidaturas do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP).

Os cinco partidos a quem este ano o povo dos Açores concedeu o direito de nomear deputados fizeram-vos muitas promessas na campanha, mas já se esqueceram de tudo e ainda mal passou um mês sobre a data do sufrágio. Onde estão os prometidos subsídios para a produção do leite, os garantidos apoios à agricultura e à agro-pecuária, as medidas para o aumento das quotas de captura de peixe pelos pescadores dos Açores, a redução dos preços das viagens aéreas e marítimas entre as ilhas, o aumento dos empregos, a melhoria do serviço regional de saúde?

Eleito ontem, o Comité do nosso Partido para a Ilha de São Miguel vem já hoje garantir-vos que não abandonará nunca as lutas dos trabalhadores desta ilha, que irá unir-se a vós cada vez mais e que conta com o vosso apoio para vencer as lutas que nos e vos esperam.

 

Caras e Caros Camaradas,

O Comité do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) para a Ilha de São Miguel, ontem fundado em Ponta Delgada, vem anunciar-vos os objectivos das lutas em que se irá empenhar nesta ilha desde hoje e para as quais vos apela, porque são lutas para defesa dos vossos interesses fundamentais.

Assim, quanto aos Pescadores:

     A exigência imediata do contrato de trabalho individual a bordo das embarcações de pesca.

Como os governos regionais se têm esquecido de estabelecer o regime jurídico deste contrato de trabalho, o PCTP/MRPP vai elaborar a proposta do contrato de trabalho individual a bordo das embarcações de pesca, vai discuti-lo com os pescadores em todas as comunidades piscatórias dos Açores, e vai recolher assinaturas entre os homens do mar, para que uma delegação regional de pescadores se dirija à assembleia regional, na cidade da Horta, a exigir a discussão e aprovação da lei, sem deixar ultrapassar nunca o ano de 2017.

   A construção e funcionamento de uma Escola de Pesca em Rabo de Peixe para toda a Região Autónoma dos Açores, com vista à formação de pescadores, arrais e mestres na pesca sustentável com artes, técnicas e meios artesanais, mas de renovada e actualizada tecnologia.

O Comité do Partido em São Miguel colaborará e ajudará na formação de uma comissão de pescadores que conduza a luta contra o governo regional, até ser criada a referida escola de Pescadores.

   A Lotaçor prepara-se para introduzir a regra dos 45 dias para pagamento do peixe vendido em lota. Esta regra vai matar à fome os pescadores, as suas mulheres e os seus filhos.

O Comité do Partido em São Miguel chama todos os pescadores dos Açores a preparar e organizar a greve à venda de pescado à Lotaçor e exige desde já a demissão imediata da directora da Lotaçor, Cíntia Ricardo Reis Machado. Comecemos desde já a organizar as comissões de greve junto de cada um dos postos de leilão da Lotaçor nos portos do arquipélago. O pescado deve ser pago aos armadores e pescadores no momento em que é vendido e comprado na lota.

   Em vez de lutarem contra os governos regional e nacional para que ambos exijam e obtenham de Bruxelas melhores quotas de capturas para os Açores, nomeadamente quanto ao atum e ao goraz, os armadores dos atuneiros e gorazeiros preparam-se para continuar a vender as suas embarcações de pesca aos espanhóis ou para reduzirem os salários dos pescadores açorianos, argumentando que as quotas atribuídas são insuficientes. Sim, são insuficientes, mas o problema não se resolve vendendo a melhor e mais moderna parte da frota pesqueira açoriana ou reduzindo os salários dos pescadores dos Açores. Os pescadores devem opor-se à política de traição dos governos regional e nacional bem como aos armadores que vendem as suas embarcações aos países estrangeiros, nomeadamente espanhóis, ficando a Região sem as quotas de peixe e os pescadores açorianos sem trabalho e sem salários.

 

Quanto aos Operários e Operárias:

   O Comité do PCTP/MRPP na Ilha de São Miguel chama os operários, as operárias e os assalariados rurais, ao lado dos quais estará sempre a lutar e a reivindicar a aplicação imediata da semana das 35 horas (sete horas por dia e cinco dias por semana), com descanso semanal aos sábados e domingos, e 25 dias úteis de férias por ano.

Os operários, operárias e assalariados rurais devem contactar o Comité do PCTP/MRPP em São Miguel para denunciar todas as ilegalidades e prepotências cometidas nas fábricas e empresas, e devem denunciar também os inspectores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) que, em benefício dos patrões, nunca exercem a devida vigilância e fiscalização sobre a violação dos direitos dos trabalhadores nas fábricas e empresas.

  Os operários, as operárias e assalariados rurais e todos os trabalhadores devem denunciar ou, no mínimo, comunicar ao Comité do PCTP/MRPP em São Miguel todos os casos – e são muitos – em que os operários e assalariados rurais ganham abaixo do salário mínimo regional, que, nos Açores é de 556,50 euros, mas que nós reivindicamos que passe a 600 euros mensais, a partir de Janeiro de 2017.

  Nós apelamos aos trabalhadores da Sinaga, e estaremos sempre ao seu lado, para lutarem contra o encerramento da fábrica, como pretende o governo, exigindo mesmo a construção, em paralelo, de outra fábrica tecnologicamente mais moderna e mais bem apetrechada, para a produção de açúcar a partir da beterraba sacarina. A Sinaga deve manter--se regionalizada, não se aceitando nem o encerramento nem a privatização da empresa.

   As operárias e operários das cinco fábricas açorianas de conservas de peixe – 2 em São Miguel (Correctora e Cofaco), uma na Terceira (Pescatum), outra em São Jorge (Conservas de Atum Santa Catarina) e outra no Pico (Cofaco) – devem criar uma associação entre si para defesa dos seus direitos, nomeadamente o direito ao salário integral nos períodos em que escasseia ou falta a matéria-prima.

   Lutaremos fundamentalmente contra o desemprego e contra a precariedade do posto de trabalho.

 

Quanto aos Trabalhadores e Trabalhadoras da Indústria Hoteleira, do Turismo e da Restauração:

   O crescimento caótico do turismo em São Miguel criou alguns postos de trabalho na época alta, mas aumenta, ao ritmo inverso, o desemprego nas épocas baixas. Ora, o Comité do PCTP/MRPP na ilha de São Miguel chama os trabalhadores e as trabalhadoras da indústria hoteleira, do turismo e da restauração a exigirem o pagamento do salário pelo patronato e pelo fundo de desemprego na época em que vêem o seu trabalho temporária ou definitivamente dispensado.

  Também neste sector, em que os trabalhadores trabalham mais de dez horas por dia sem direito ao pagamento de horas extraordinárias, devem todos lutar pela semana das 35 horas (sete horas, cinco dias por semana, descanso semanal aos sábados e domingos, horas extraordinárias pagas) e 25 dias úteis de férias por ano.

  Os salários pagos neste sector estão, na sua esmagadora maioria, abaixo do salário mínimo regional de 556,50 euros, sem que a inspecção da ACT actue.

 

Quanto à Situação Agrícola e Agro-Pecuária:

  O Comité do PCTP/MRPP da Ilha de São Miguel chama a atenção dos agricultores e dos produtores agro-pecuários, ao lado dos quais se encontrará nestas lutas, para a necessidade de não se deixarem cair em golpes perpetrados por Bruxelas para a sua liquidação, tais como o subsídio para se desfazerem do gado ou a passagem à reforma antecipada, o que é aliás impossível para muitos agricultores e produtores agro-pecuários que se endividaram para comprar maquinaria e tractores e renovarem as suas explorações.

Os produtores agrícolas e agro-pecuários devem exigir dos governos regional e nacional garantias da União Europeia para os investimentos que foram aconselhados e outras vezes obrigados a fazer, e devem exigir e lutar por um tratamento especial para produtores em regiões ultra-periféricas, como o são os Açores, com o reforço dos apoios à agricultura, à agro-pecuária e à agro-indústria do arquipélago.

Exigir do governo uma nova lei do arrendamento rural que proteja a entrada e permanência dos jovens na actividade agrícola.

 

Quanto aos Trabalhadores da Função Pública e Administrativa:

O Comité do PCTP/MRPP para a Ilha de São Miguel conclama todos os trabalhadores da função pública e administrativa, sejam do sector público ou do sector privado, a lutar pela reaplicação imediata da semana das 35 horas, roubada pela Tróica e pelo governo de traição nacional PSD/CDS, com o conluio do governo regional do partido socialista.

E chama todos os trabalhadores da função pública e administrativa a exigirem a reposição integral, a partir de Janeiro do próximo ano de 2017, dos salários e vencimentos cortados por aqueles governos ao serviço da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional.

 

Quanto aos Direitos das Mulheres:

O Comité do PCTP/MRPP em São Miguel dará sempre uma atenção muito especial à luta das mulheres pelos seus direitos. Assim, e nomeadamente lutaremos sempre ao lado delas.

     Contra a discriminação salarial entre homens e mulheres para a mesma categoria e função profissional.

   Garantia da igualdade entre homens e mulheres na progressão de idênticas carreiras profissionais.

   Promoção de campanhas políticas de incentivo à sensibilização à igualdade de género.

   Criação de centros de acolhimento a vítimas de violência doméstica.

    Criação de serviços públicos de apoio às mulheres trabalhadoras por forma a conciliar a vida familiar, profissional e social.

Quanto aos Homens e Mulheres da Terceira Idade:

É muito elevada a percentagem de homens e mulheres que na nossa ilha vivem das reformas e pensões da segurança social.

O Comité do Partido na Ilha de São Miguel exige, não apenas para os açorianos da nossa ilha mas de toda a região e do país inteiro, um aumento generalizado das pensões e reformas dos pensionistas e idosos, de modo a que nos próximos quatro anos não haja pensões nem reformas inferiores ao salário mínimo regional.

 

Caras e Caros Camaradas,

Deixamos à vossa consideração, em forma resumida, o programa pelo qual se irá bater ao vosso lado o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP). A partir de agora o Comité do Partido para a Ilha de São Miguel está na rua para lutar com o Povo, para o Povo e pelo Povo dos Açores contra os seus exploradores e opressores.

Viva o Povo de São Miguel!

Viva o Povo dos Açores!

Viva Portugal!

Proletários de todos os países, uni-vos!

26.11.2016

Comité do PCTP/MRPP para
a Ilha de São Miguel

 

Um Governo Regional de Criminosos
Prepara-se para a Grande Negociata com os Terrenos da Sinaga

A Sinaga, única fábrica açucareira dos Açores, está em vias de ser mandada desmantelar pelo governo regional de criminosos presidido por Vasco Cordeiro. O que está em causa é a negociata com a venda dos terrenos da fábrica, numa zona privilegiada da cidade de Ponta Delgada, como é a zona de Santa Clara, terrenos com a área de 55 000 metros quadrados, equivalente à superfície ocupada por seis campos de futebol, que permitirá a especulação imobiliária e turística em montantes não inferiores a sessenta milhões de euros, e que há muito vem corrompendo os inquilinos do Palácio de Santana.

O governo regional do partido socialista regionalizou a empresa vai para seis anos, adquirindo 51% do capital, com a promessa de recuperar a Sinaga para a produção económica da Região, garantindo os postos de trabalho dos operários e outros trabalhadores da fábrica. A única coisa, porém, que realmente se viu não foi a prometida recuperação económica mas o assalto dos boys and girls do PS aos cargos da administração e da chefia, arruinando cada vez mais a actividade da empresa.

Nos últimos doze meses, ensombrado com as eleições legislativas no horizonte e depois à porta, o governo de Vasco Cordeio foi dando uma no cravo e outra na ferradura, mas sem nunca definir em concreto e com clareza o que pretendia fazer da Sinaga.

Os operários foram lutando conforme puderam e, na verdade, nunca se deixaram enganar pela corja governamental.

Mas agora as eleições já se realizaram e o eleitorado deu ao PS mais quatro anos de poleiro. Agora, o Vasquinho já pode dizer – e prepara-se para dizê-lo em breve – o que é que tem em vista para a Sinaga: desmantelá-la e especular com os terrenos, como qualquer vulgar pato-bravo o faria.

Ao invés do que pretende o actual administrador Paulo Neves, a Sinaga é uma empresa absolutamente viável e economicamente importante para os Açores. O que tem posto em causa a viabilidade da empresa, apesar dos inúmeros sacrifícios impostos aos operários no aumento da jornada de trabalho e nos cortes do pagamento devido pelas horas extraordinárias, é o aumento dos chorudos vencimentos do pessoal da administração e a multiplicação do número dos administradores provenientes das fileiras do PS: a eles a Sinaga tudo paga!

No quadro industrial muito limitado do nosso arquipélago, a Sinaga é uma fábrica muito importante, não só porque confere à Região uma relativa autonomia na produção e abastecimento do açúcar, mas também porque dá sustento a cerca de 400 famílias açorianas: 71 operários e outros trabalhadores da empresa e 300 produtores de beterraba sacarina, a matéria-prima da produção das suas mercadorias.

O encerramento de uma unidade produtiva como esta é um crime contra a economia e o povo dos Açores.

 

Caras e Caros Camaradas,

Não vos deixeis iludir pelas promessas de construção de uma nova fábrica deslocalizada dos terrenos de Santa Clara. O que o governo de Vasco Cordeiro pretende com esta proposta já velha do actual administrador Paulo Neves e do antigo secretário da agricultura e ambiente Neto Viveiros é despedir os operários e operárias da Sinaga, com a promessa de novo emprego na alegada nova fábrica. O governo de Vasco Cordeiro quer mas é despedir-vos para poder especular com os terrenos na negociata da construção civil e do turismo.

Não cedam nem se deixem enganar!

A Sinaga é uma empresa da maior importância para a vossa sobrevivência mas também para todos os açorianos. Agora, com a crise da produção agro-pecuária e leiteira nos Açores, relativamente à qual crise não se vê que o governo de Vasco Cordeiro se mostre capaz de tomar uma única medida inteligente, a agro-indústria açucareira, com uma tradição mais que secular em São Miguel, pode contribuir para a diversificação da produção nos campos açorianos, voltando à plantação de novas áreas de beterraba sacarina, aumentando a produção do açúcar e retomando a produção do álcool no arquipélago.

O actual administrador Paulo Neves, em recentes declarações à imprensa açoriana, já pôs o rabo à mostra, quando afirmou que o preço do quilograma do açúcar produzido pela Sinaga não está em condições de concorrer com o preço do açúcar dos grandes produtores da União Europeia: França, Alemanha e Polónia.

Mas basta que o subsídio do POSEI, dado ao consumo do açúcar estrangeiro na nossa Região, passe para o açúcar produzido nos Açores, para que os preços se reequilibrem. Além disso, a produção de açúcar proveniente da beterraba sacarina será a todo o momento iniciada em Portugal continental. É bom que os Açores se adiantem, e não se atrasem, relativamente à mais que certa produção de beterraba sacarina e respectivo açúcar no território português do continente.

Os Açores precisam de uma segunda fábrica Sinaga e da reestruturação da antiga – ou uma nova – fábrica de álcool.

 

Caras e Caros Camaradas,

O Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) apela à vossa organização no interior da fábrica da Sinaga. Criem o vosso comité operário – ou comissão de trabalhadores, se preferirem –, para lutarem:

 

Contra o desmantelamento da Sinaga!

Contra o corte no pagamento das horas de trabalho extraordinário!

Pela semana das 35 horas de trabalho! (7 horas por dia, 5 dias por semana, descanso semanal aos sábados e domingos, 25 dias úteis de férias por ano).

 

Comecemos a preparar desde já a greve contra as medidas anti-operárias e de traição à Região que o governo de Vasco Cordeiro tem em vista para liquidar a Sinaga e especular com os seus terrenos.

Os operários da Sinaga vencerão!

26.11.2016

Comité do PCTP/MRPP para a
Ilha de São Miguel

 

 

Saudação do Fundador do Partido

Caras e Caros Camaradas,

É com muita alegria que vos saúdo a todos, por terem conseguido fundar o Comité do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) para a Ilha de São Miguel. Com excepção do camarada Pedro Albergaria Leite Pacheco, agora eleito secretário responsável pela direcção política do vosso comité, e da camarada Margarida, ambos membros recentes do Comité Central do Partido, que são meus amigos e conheço há muitos anos, não conheço pessoalmente nenhum dos presentes no acto fundador do Comité de São Miguel, a não ser pelos nomes, e podem crer que não os esquecerei nunca. Conheci o secretário que hoje elegestes para dirigir o nosso Partido na ilha de São Miguel na Páscoa de 1975, quando, na qualidade de secretário-geral do MRPP – Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado – fui a Ponta Delgada, a vossa bela cidade, realizar o meu primeiro comício nos Açores. Um grupo de energúmenos da FLA, munidos de paus e correntes de bicicleta, sob a batuta de José de Almeida, pretendeu impedir a realização do comício e pôr a assistência na rua à pancada. Pedro Leite não teve medo, nunca se afastou de mim no palco e eu pude fazer o comício até ao fim, o que tudo se saldou por uma fulgurante vitória política.

Ainda outro dia escrevi no Luta Popular Online um elogio a um de vós, operário da Sinaga, que teve a coragem de gravar um tempo de antena para as eleições do nosso Partido, em Setembro passado, à porta da fábrica, sem ceder a um grupo de cobardolas do PCP que o apupava à distância para perturbar a gravação.

Tenho a certeza que todos os outros camaradas são dotados da mesma coragem física, moral e política que tanto me apraz aqui recordar nos exemplos que acabo de citar.

Quando me preparava para dedicar o resto da minha vida a escrever e publicar os meus estudos sobre Marx, a revolução mundial proletária e o comunismo, eis que tive de voltar à luta política mais prática e corriqueira, pois, junto com todos os melhores militantes do nosso Partido, tivemos que assumir de novo o comando do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) para escorraçar do nosso seio um grupelho de liquidacionistas que, sob orientação do anticomunista Garcia Pereira, se preparava para destruir o nosso Partido e abandonar a revolução e os operários, os camponeses e de todos os trabalhadores. Eles também queriam abandonar o povo dos Açores, mas a verdade é que nós não permitimos que isso acontecesse e, com a vossa ajuda preciosa e decisiva, demonstrámos que o nosso Partido e o Povo açoriano voltaram a estar unidos como os lábios com os dentes.

Já está criado o Comité Regional Provisório dos Açores, e hoje nasce o Comité do Partido para a Ilha de São Miguel.

Logo que, com o nosso trabalho em conjunto, tenhamos organizado o Partido em São Miguel entre os pescadores, os operários, os camponeses e agricultores e os demais trabalhadores desta Ilha, avançaremos para a Terceira e para as outras ilhas do arquipélago, onde muitos camaradas, como vós, nos esperam e vos esperam.

Dentro de quatro anos julgo que estaremos suficientemente fortes e bem organizados para eleger uma voz revolucionária operária e popular ao parlamento açoriano.

A Carta ao Povo Trabalhador da Ilha de São Miguel, que hoje aprovastes nesta reunião e amanhã começareis a distribuir entre o povo micaelense, será uma arma poderosa que unirá como um só homem os trabalhadores e operários ao nosso Partido e fará deles uma poderosa coluna de combate por um futuro digno e solidário do nosso Povo.

Os Açores contam convosco!

Nós venceremos! O povo vencerá!

Dentro de cinco meses estarei convosco, se a saúde o permitir, para abrir e encerrar o I Congresso do Partido nos Açores!

Viva o PCTP/MRPP!

Arnaldo Matos

 

Comunicado à Imprensa

1. Na sequência de todo o trabalho político e de organização que, após o sufrágio eleitoral do passado dia 16 de Outubro, está a ser levado a cabo em todo o arquipélago, constituiu-se hoje, na cidade de Ponta Delgada, o Comité do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses para a Ilha de São Miguel.

2. O Comité do Partido para a Ilha de São Miguel elegeu para seu secretário o camarada Pedro Albergaria Leite Pacheco, Pintor pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, que há poucos dias também tinha sido eleito secretário do Comité do Partido para a Região Autónoma dos Açores.

3. Na sua reunião constitutiva, o Comité do Partido para a Ilha de São Miguel discutiu e aprovou o texto da Carta ao Povo Trabalhador da Ilha de São Miguel, com as linhas gerais do programa político para a maior Ilha do Arquipélago, Carta de que se anexa cópia a este comunicado à imprensa.

4. A Carta ao Povo Trabalhador da Ilha de São Miguel começa a ser distribuída amanhã, domingo, aos pescadores de Rabo de Peixe e continuará por toda a Ilha até ao Natal.

5. O PCTP/MRPP prepara agora a organização do Partido nos municípios e sectores de actividade da ilha de São Miguel e nas outras ilhas.

26.11.2016

Comité do PCTP/MRPP para a
Ilha de São Miguel

 


 


Intervenção do Secretário

Do comité do Partido na Ilha de São Miguel

Camaradas

As minhas congratulações pela constituição, hoje, 26 de Novembro de 2016, do Comité do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses na Ilha de São Miguel.

O ter-se finalmente iniciado a Organização do Partido aqui na Ilha é indicador da mudança desejada quase por cada um de quantos aqui vivem e do muito mais que vai mudar em São Miguel a favor de quem trabalha, estuda e quer viver nesta Ilha da Região Autónoma dos Açores.

Os Novos Rumos expressos no Programa Político do Partido divulgado durante a recente campanha eleitoral, e pelos quais todos nós nos batemos, vão poder passar agora a ser objecto de luta pela sua concretização.

O Comité é um primeiro e decisivo instrumento para que não fiquem traídas as nossas expectativas e a de tantas e tantos mais açorianas e açorianos.

Lutámos na batalha política para a eleição dos deputados ao parlamento regional, não para entregarmos a esse órgão do estado burguês a resolução dos problemas graves que detectámos e denunciámos durante a campanha, mas para organizarmos a luta, unirmo-nos às massas excluídas, oprimidas e exploradas e conseguirmos um a um os seus e nossos objectivos.

Parabéns aos camaradas dispostos à descoberta, ao trabalho e à luta.

Saudemos a luta do Povo!

Saudemos a edificação do Partido!

Ousemos lutar, ousemos vencer!

Ponta Delgada, 27 de Novembro de 2016

Pedro


 

Saudação ao Partido

 

Saudação ao Camarada Arnaldo Matos

 

 

 

O Comité da Ilha de São Miguel, no seu primeiro dia de acção política, saúda o Partido e ao Camarada Arnaldo Matos endereça uma saudação muito especial pela sua atenta, generosa e inquebrantável defesa da Classe Operária e do Comunismo, agradecendo o muito que tem feito em favor do Povo e da organização do Partido na Região Autónoma dos Açores.

 

 

Ponta Delgada, 27 de Novembro de 2016


 

Saudação

Saudamos vivamente a constituição do Comité Regional dos Açores e do Comité da Ilha de S. Miguel e manifestamos a nossa solidariedade e apoio à luta de todo o povo açoriano, nomeadamente à luta dos pescadores, e trabalhadores da Sinaga, ameaçados de despedimento.

29.11.2016

Departamento Financeiro do PCTP/MRPP

 


 

Desejo a todos os camaradas as minhas mais calorosas saudações! A maior força a todos!

Saudações Comunistas!

26.11.2016

Catarina, do Comité Regional dos Açores

 

 

 


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