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Partido

Manifesto do Partido Comunista - Notas de Estudo     por Arnaldo Matos


NOTA INTRODUTÓRIA

 

No ano de 2015, a 16 de Dezembro, o PCTP/MRPP, sob a direcção de Arnaldo Matos e através da editora Bandeira Vermelha, deu à estampa a sua 3.ª edição portuguesa do Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels com tradução de Arnaldo Matos e João Camacho.

Esta publicação e a sua divulgação foi o meio e o instrumento definidos pelo camarada Arnaldo Matos para desencadear um amplo movimento de estudo dentro e fora do Partido, que solidificasse as nossas bases teóricas marxistas e, dessa forma, permitisse superar o confusionismo, a decadência ideológica, a repetição mecânica de teorias, a ausência de discussão ideológica, a subversão da crítica e da auto-crítica, comportamentos dominantes no Partido, que o estavam e continuam a destruir, estudo que iria gerar o movimento de rectificação, tão urgente e necessário, antes e agora, em momentos de grandes ataques não apenas do exterior, mas, sobretudo, no interior do Partido.

O Dever Revolucionário do Estudo é o título de uma carta do Camarada Arnaldo Matos, escrita em Fevereiro de 2016, ao camarada Arsénio e que, pelo seu conteúdo, é apresentada como o primeiro texto deste conjunto de Notas de Estudo, funcionando, por isso, como um preâmbulo às referidas Notas, um contributo importantíssimo e imprescindível para situar historicamente a obra, explicitando conceitos, referindo dados históricos, destacando a análise da história da sociedade burguesa apresentada no Manifesto, ao mesmo tempo que critica severamente todos os que se opõem ao estudo, apesar de este surgir nos Estatutos como um dos primeiros deveres do militante.

Mas, como se estuda este texto teórico e político que é o Manifesto, publicado em 1848?

As Notas de Estudo, iniciadas em Janeiro de 2016, devem ser entendidas como a forma de dar resposta às questões colocadas pela leitura, às reflexões e questionamentos desencadeados por essa mesma leitura, estabelecendo ligações e aprofundamentos que a compreensão do Manifesto exige, enquanto síntese das experiências operárias da época, sem deixar de registar a evolução da sociedade, à luz do materialismo histórico, explicando-se com enorme clareza onde está o materialismo, ou seja, “No materialismo histórico marxista, a matéria é o homem e a sua luta pela vida: “são os indivíduos reais, a sua acção e as suas condições materiais de vida, tanto as que encontraram já feitas como as causadas pela sua própria acção”, conforme salienta Marx a dado passo da Ideologia Alemã.”

As notas permitem organizar e aprofundar o estudo colectivo e individual, apontando, nomeadamente: a ideia central, os princípios e as linhas estratégicas do Manifesto para instaurar o comunismo; a referência a obras de Marx e Engels, como A Ideologia Alemã e os Manuscritos Económico-filosóficos de Marx, essenciais para conhecermos a evolução do pensamento de Marx.

O Manifesto é um texto programático teórico e de acção, que influencia e é influenciado, o que é notório, por exemplo, no facto, de a escrita do Manifesto e as revoluções de 1848 acontecerem em simultâneo, ou seja, são faces do mesmo processo, que se influenciam mutuamente.

Como se refere na Nota IX, “Fascinante é ver, à medida que a doutrina teórica do marxismo se vai desenvolvendo, quais são as alterações que vai impondo ao texto do próprio Manifesto.”

Embora as Notas de Estudo, iniciadas em Janeiro de 2016, fossem organizadas a partir de questões colocadas pelos leitores do Luta Popular, as respostas são da autoria do camarada Arnaldo Matos, que, infelizmente não conseguiu concretizar a intenção e vontade que tinha em dar continuidade às mesmas.

A brochura completa-se com uma última nota que, tal como a primeira, corresponde a uma carta de resposta às camaradas Ludovina e Sónia da Ilha Terceira, Açores, em que de uma forma extremamente clara, o camarada apresenta o Manifesto, sem, no entanto, deixar de chamar a atenção para importância do estudo da obra.

Pelo exposto, considerou o Comité Central que a publicação em brochura das Notas de Estudo, no âmbito dos Cadernos Arnaldo Matos, seria um contributo notável para a compreensão do Manifesto e domínio do marxismo, homenageando, assim, o autor das mesmas – O Camarada Arnaldo Matos – na passagem do terceiro ano do seu desaparecimento físico.

 

 

 

Lisboa, Fevereiro de 2022

 

 

 

O Comité Central do PCTP/MRPP

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