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LIVROS

Marcas nos Chãos
Publicado em 19.11.2014

O meu Amigo Leonel Coelho escreveu e publicou no ano passado um pequeno livro de sessenta e seis páginas, a que deu o curioso título de Marcas nos Chãos. Ainda no ano passado, a 27 de Dezembro, teve a amabilidade de me oferecer um exemplar do seu livro com uma afectuosa dedicatória. Juro-vos que pousei o livro sobre a minha secretária, mas ele deve ter começado a andar por si próprio e desapareceu-me por entre a babilónia de livros da minha caótica biblioteca. Até ontem, quando inesperadamente o encontrei dentro de um bolso do sobretudo que, por via do buraco do ozono e respectivas alterações climatéricas, não vestia há quase um ano. Antes que o livro me desaparecesse uma segunda vez, resolvi lê-lo imediatamente e por duas vezes, para poder trazê-lo ao vosso conhecimento e agradecer a oferta ao Autor.

Marcas nos Chãos é um belíssimo pequeno livro, que bem se pode dizer que inaugurou um género literário completamente novo entre a crónica e a novela, escrito num português escorreito e num ritmo corrido, inspirado na maneira muito peculiar com que o Autor fala em público.

Leonel Coelho é um firme e corajoso militante comunista, que nasceu há um bom par de anos na Ortiga, no concelho de Mação, distrito de Santarém, ali onde a Beira-Baixa acaba e o Ribatejo começa.

O Autor faz encarnar no narrador Manuel da Barroca a riquíssima experiência da sua infância e da sua juventude, numa aldeia de pequenos camponeses pobres, altivos e incansáveis, que vão desfilando diante dos nossos olhos ao longo da narrativa.

Marcas nos Chãos recorda com saudade, mas sobretudo com vigor, a vida e a luta do povo numa aldeia portuguesa sob o regime fascista de Salazar, nos trinta anos que vão da guerra civil espanhola e da segunda grande guerra mundial até ao começo da época da emigração e da guerra colonial, já nos anos sessenta do século passado.

O mundo de Marcas nos Chãos já não existe, mas é bom que se saiba que existiu e como era, porque, de certa maneira, foi esse mundo que marcou e marca ainda a vida e a luta dos trabalhadores de hoje.

No livro de Leonel Coelho, um dedicado e combativo militante do PCTP/MRPP com mais de quarenta anos de militância, parece ter trabalhado toda a família, pois o inteligente prefácio é assinado pela filha Dores e a capa, muito bonita, é obra do neto Rafael, com dois belos retratos do avô, um desenhado e outro fotografado.

Leiam-no, se puderem, pois vai ser difícil encontrar o livro à venda, que foi publicado pela editora Euedito (www.euedito.com).


Espártaco





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Comentários   

 
# Manuel de Lima Silva 21-11-2014 19:08
Penso que não estou a dizer algo de Leonel Coelho que não corresponda a um homem que depois de toda a sua actividade laboral que vai de operário a camponês e lutador sempre em prol do seu semelhante que lhe deu uma ligação ao associativismo de uma colectividade que tem sido o espaço cultural e desportivo de muitas crianças e jovens, e que lhe deu o conhecimento humano para elaborar este pequeno livro!?!

Rico de sentimentos que são as (marcas no chão) que muitos querem esquecer mas ele com o seu saber deixou nestas simples palavras no seu livro!!!

Abraço Camarada e Amigo.
 

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