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EDITORIAL

As Eleições Autárquicas de 2021

Não constitui objectivo político do nosso Partido a participação nas próximas eleições autárquicas

No próximo dia 2 de Agosto termina o prazo para apresentação de candidaturas aos órgãos autárquicos, eleições que ocorrerão no dia 26 de Setembro do corrente ano, visando 308 municípios e 3091 freguesias.

Mais uma vez, voltamos a assistir à correria desenfreada ao poder ou, se quisermos ser mais claros, ao “tacho” com os partidos burgueses a procederem à distribuição das gamelas pelos seus apaniguados, (lembremos a dificuldade que foi e ainda é encontrarem o candidato “certo”, recorrendo a trocas, substituições e chegando até a recorrer a conselhos disciplinares e judiciais…).
Como todos bem sabemos, as “vitórias” eleitorais estão dependentes da gordura dos orçamentos e financiamentos de campanhas. É tudo uma questão de investimento, de forma a enganar os incautos e engordar os oportunistas de toda a espécie. Não é por acaso que 50 presidentes de câmaras que, este ano, já não se podiam recandidatar recorreram a truques já previamente definidos para o efeito, com a ganância de voltar a ocupar os lugares a que estão apegados, nem que para isso tenham de recorrer a uma mixórdia de alianças inter-partidárias! Voltaremos a este tema mais tarde.

Falar em corrupção e compadrio no chamado poder local, num país, cujo governo é doutorado na matéria, à qual junta, sistematicamente, a arrogância e desresponsabilização política, imposições e medidas fascistas, com que explora, agride, aliena e ataca os trabalhadores portugueses, não pode, como alguns pretendem, correr o risco de se tornar uma banalidade, mas tudo isso tem de ser denunciado com firmeza e rigor, apoiando a luta e a revolta dos que amargamente acreditaram que as questões e problemas mais próximos podiam ser resolvidos, através de eleições, incluindo as autárquicas.

O nosso Partido, desde sempre denunciou o que são as eleições na democracia burguesa e sempre se posicionou claramente perante elas:
(…) os comunistas portugueses participam nas eleições burguesas sempre que essa participação lhes permita divulgar, o mais amplamente possível, o marxismo, o comunismo e o programa político revolucionário do partido do proletariado, bem como o reforço da organização do Partido e das massas populares e (…) não alimentam nenhuma espécie de ilusão sobre a via reaccionária do revisionismo e do social-fascismo, que defendem a tomada do poder político pela via eleitoralista. Ver a este respeito o artigo “O Partido e as Próximas Eleições Autárquicas”, no qual o camarada Espártaco expõe claramente a posição e a linha política dos comunistas perante as eleições (2017-2020), e que o Comité Central continua a defender.

Assim, tal como nas eleições autárquicas de 2017, por maioria de razões, também as de 2021 não são o objectivo político do Partido, não só porque a prioridade do Partido continua a ser a sua consolidação e reforço organizativo e ideológico, mas também porque os trabalhadores têm cada vez menos ilusões nas eleições como meio para resolver os seus problemas, os quais foram efectivamente criados pela política dos partidos que estão e que querem a todo o custo continuar no poder. A realidade é que a farsa eleitoral burguesa, colocando na pista os seus melhores corredores (até porque ainda não deixaram de salivar perante a perspectiva dos milhões fabricados na Europa) deixou de ter, mesmo do ponto de vista da democracia burguesa, qualquer credibilidade, transformando-se numa luta desenfreada e encarniçada pelo poder, utilizando-se de todos os trunfos que pensam ter (incluindo a manipulação pandémica), mas sem quaisquer propostas políticas que não sejam cumprir o papel que o imperialismo definiu para Portugal, apresentando-se com formatos que parecem diferentes, mas que têm um único objectivo: salvar o esgotado modo de produção capitalista, reconfigurando-o sob o lema da transição energética e digital – a chamada economia verde.
Qualquer lista que se constitua e apresente a estas eleições terá sempre como objectivo o reforço da organização local do Partido e a divulgação do comunismo, instituindo um método de trabalho completamente oposto à apresentação de listagens mortas e desligadas da realidade como era timbre de oportunistas e liquidacionistas.
O PCTP/MRPP é o único partido que claramente defende e luta pela instauração de um novo modo de produção – o modo de produção comunista – o qual nunca nascerá de reformas ou concessões, como a falsa esquerda faz crer.
Esta luta é a razão de ser de um partido comunista e também, sabemo-lo bem, a causa dos sucessivos ataques de que tem sido alvo ao longo da sua existência, quer estes se desenvolvam de uma forma traiçoeira e insidiosa, germinando e desenvolvendo-se no seu interior, quer surjam do exterior, podendo também apresentar-se sob várias capas e recorrendo aos diferentes instrumentos “legais” criados propositadamente para o efeito.

Camaradas, o Partido não precisa de concorrer a eleições para divulgar o comunismo!
Unamo-nos e lutemos por uma sociedade de iguais sem explorados nem oprimidos!

29Jul21

O Comité Central

pctpmrpp

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