PAÍS

A pseudo igualdade e liberdade apregoada pela democracia burguesa e os dinheiros da campanha!

As eleições provocadas de forma interesseira e consciente pelos partidos parlamentares (todos, sem excepção) e marcadas pelo presidente da República para o dia 30 de Janeiro devem merecer a nossa atenção no que toca à cada vez mais clara natureza da chamada democracia, que passa, agora, sem qualquer véu, pelo despudorado afastamento dos que se opõem ao sistema.
A farsa das eleições, consubstanciada nos meios utilizados para abafar e calar os opositores ficou bem clara na proibição tácita de debates com os partidos que se lhes opõem.
A corrida aos dinheiros e negócios associados à chamada bazuca, às transições energética e digital, já presente nas eleições de Setembro, há, portanto, pouco mais de três meses, é o que faz correr os partidos do capital nas suas variadas configurações para assim provocar a ilusão de que há muitas e diferentes opções. Mais tarde, no dia a seguir, com a formação das coligações de interesses, vamos todos confirmar o que já sabemos: a sobrevivência do capital com mais ou menos reformas. E esta é a razão que está na base de uma abstenção cada vez maior, da desconfiança dos jovens em políticos ardilosos, farsantes e despudorados, apresentados e promovidos por uma imprensa ao serviço dos grandes interesses nacionais e internacionais.
As próximas eleições antecipadas de 30 de Janeiro vão envolver, no mínimo, 7 488 893.00 €, de acordo com os orçamentos apresentados pelos partidos e publicitados na página da ECFP, sendo que mais de metade dessa verba (4 000 000.00) será gasta pelo PS (2 350 000.00) e o PSD (1 950 000.00). Os orçamentos dos restantes partidos representados nos parlamentos, e responsáveis por estas eleições antecipadas somam 3 021 393.00. Há ainda a esclarecer que destas verbas, 6 135 793.00 virão de subvenção estatal, ou seja de dinheiro público!
No fundo, e feitas as contas, serão, na sua maioria, os impostos dos eleitores a pagarem as campanhas publicitárias destes partidos. Quer os eleitores queiram, quer não!
Se falamos em igualdade, todos os partidos deveriam ter as mesmas verbas para a apresentação dos seus programas. Todos deveriam estar presentes no debate político. Se este critério, conjuntamente com outros, relacionados, por exemplo, com os limites do que cada deputado deveria receber, vigorassem, veríamos quantos partidos estariam a concorrer!
A facilidade com que estes partidos se financiam com os dinheiros públicos está na razão inversa das dificuldades financeiras impostas constantemente ao nosso Partido, através da aplicação constante de coimas exorbitantes e outros instrumentos que não têm outro objectivo que a interdição do espaço de debate que deveria ser público.

Afinal qual é a igualdade e a liberdade que se quer instituir? A liberdade e a igualdade dos senhores do poder? Denunciamos e rejeitamos esses conceitos de liberdade e igualdade criados pela burguesia para se justificar a si própria.

Há que ousar lutar! Há que ousar vencer!

 

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