Partido

Contas Certas?
 

Uma das frases mais utilizadas por Costa e Centeno para classificar a boa governança do executivo que lideram – com a prestimosa ajuda e cumplicidade das muletas do PCP, BE e Verdes, às quais se juntou o PAN – é a de que o PS cumpriu a sua promessa eleitoral de levar o país a ter contas certas. 

Dizem-no de forma a escamotear que, sendo a luta de classes o motor da história, até nas contas, certas ou não, se revela o antagonismo de interesses que existe entre quem explora e quem é explorado. 

E assim é! À questão de a quem servem as contas certas de que Costa e Centeno se gabam, a pergunta é de fácil e objectiva resposta: 

O que seguramente as contas certas de Costa e Centeno não asseguram é: 

Para haver contas certas para o grande capital, que exulta com a possibilidade do governo Costa/Centeno poder vir a ser reconduzido após as eleições de 6 de Outubro próximo – veja-se a notícia encomendada ao britânico jornal de direita Finantial Times (que já havia feito idêntico frete a Sócrates) –, nunca poderá a classe operária, os trabalhadores e o povo português esperar deste governo contas certas para as suas expectativas e exigências. 

Se é certo que os 663 pré-avisos de greve, entregues de Janeiro a Julho de 2019 – e que representam um aumento de 75% em relação a idêntico período de 2013 – são demonstrativos da elevação da consciência de quem nada mais tem do que a sua força de trabalho para vender, de que só com luta conseguirá deste governo contas certas para as suas exigências. 

Não menos certa é a necessidade de se forçar uma maior unidade na acção, sobretudo quando se lida com um governo que, afirmando-se socialista, recorre às práticas mais fascistas para limitar e bolquear as lutas dos trabalhadores, mormente esvaziando de conteúdo a Lei da Greve.