CampanhaFundos202206

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A campanha europeia pró-imperialista

A campanha europeia pró-imperialista

Já só cá faltava o presidente da Assembleia da República

Eduardo Ferro Rodrigues é, como se sabe, presidente da Assembleia da República, facto que, apesar de continuar a ser militante foto ferro do PS, não lhe permite usar daquele cargo para intervir em campanhas eleitorais para propagandear a política do seu partido e, muito menos, atacar os adversários dessa política.

É, assim, inadmissível que tenha aproveitado uma conferência de presidentes dos parlamentos da União Europeia para, na qualidade de Presidente da Assembleia da República portuguesa, entrar na campanha eleitoral para o Parlamento europeu, tomando, ameaçadora mas pateticamente, posição contra os que defendem a saída da União Europeia (UE).

Para além de usar o Brexit como chantagem dissuasora do exercício do direito dos povos dos países que integram a UE a decidirem democraticamente pela saída dela ou mesmo apenas do Euro, Ferro Rodrigues devia envergonhar-se pela quantidade de dislates que proferiu e de lirismos reaccionários que revelou na tentativa de esconder a verdadeira natureza da União Europeia, como estrutura que reúne países imperialistas europeus sob a hegemonia do imperialismo mais forte que é o germânico, e a impossibilidade incontornável dessa União servir os interesses da classe operária e dos trabalhadores europeus.

Depois dos sonhos renascentistas europeus de um Mácron, atarantado pela sua incapacidade de enfrentar a crise interna da França e de algum dia se impor como potência dominante na Europa, eis um Ferro Rodrigues ridiculamente empertigado vir dizer baboseiras como estas – agenda positiva e ambiciosa para uma União Europeia competitiva, humanista e solidária, provedora de segurança; nunca conhecemos tanta liberdade, tanta paz, como na construção da Europa (é necessário lembrar o que é óbvio); é inútil sonhar com o retorno à soberana ilimitada...estaríamos apenas a aplicar decisões tomadas por outros (!!)

Caro Ferro Rodrigues, na verdade, não é necessário esforçares-te a lembrar o que é já óbvio para os 113 milhões de pobres nos países da União Europeia, nomeadamente os que ainda vivem com o humanista e solidário salário mínimo de 280,00€;

E ainda o que, na construção da Europa da União, é também óbvio para as centenas de vítimas da nova guerra que o imperialismo germânico, arrastando a União Europeia e contando com a ajuda das tropas americanas da Nato desencadeou nos Balcãs, com a destruição da Jugoslávia e da capital e principais cidades da Sérvia, para além do apoio ao pseudo-país da província sérvia do Kosovo; guerra que, mais tarde, se estendeu à Ucrânia, quando esta se recusou a ficar sob a pata germânica, não falando ainda no envolvimento do imperialismo europeu nas guerras da Líbia, da Síria, do Afeganistão e do Iraque. Enfim, o óbvio de tanta paz nesta Europa da União.

Mas também não valerá a pena lembrares o óbvio de tanta liberdade, neste espaço vital germânico para os milhares de europeus de Portugal, França, Catalunha, Polónia, Hungria, reprimidos brutalmente nas lutas pelos seus direitos mais elementares a uma vida digna, à autodeterminação, à liberdade de expressão e até ao direito à greve (como sucedeu aos estivadores no Portugal democrático do teu secretário-geral e primeiro-ministro)

O que antes é verdadeiramente inquestionável, o que a história e o marxismo ensina como inexorável, é o que o camarada Arnaldo Matos sempre denunciou - o imperialismo europeu, a União Europeia, é a guerra!

Mas isto, nunca obviamente Ferro Rodrigues e todos os reaccionários como ele poderão compreender, a não ser quando for demasiado tarde, se, entretanto, não forem corridos.

Apenas mais duas alarvidades do presidente da assembleia da República em campanha eleitoral:

1ª - A competição entre os imperialismos pela partilha dos mercados e do domínio do planeta, que conduzirá inevitavelmente à guerra (aquilo que Ferro Rodrigues tenta mascarar com o que chama de União Europeia competitiva) é obviamente antagónico de qualquer humanismo, solidariedade e muito menos segurança para com os operários, trabalhadores e os povos europeus em geral;

2ª - Ficamos sem saber se Ferro Rodrigues está mesmo apanhado ou quer gozar com os portugueses, quando diz que com o regresso à soberania ilimitada – supomos que se estará a referir á recuperação da nossa independência nacional e, no mínimo, a soberania orçamental, fiscal, cambial, económica e na definição da política externa – estaríamos a aplicar decisões tomadas pelos outros (!!!). Mas, afinal, o que é que passámos a ser, desde a adesão à CEE (quando foi a CEE que entrou pelo país adentro) e, mais profundamente, com os Tratados de Maastricht e de Lisboa, senão um país lacaio do imperialismo germânico que não faz outra coisa que não seja aplicar o que Bruxelas e Berlim determinam? E de uma forma, aliás, miseravelmente humilhante, que conheceu o ponto mais intolerável com a ocupação do País pela Tróica e o seu governo de traição nacional Coelho/Portas, contando com a cumplicidade dos restantes partidos parlamentares, sempre mais interessados nos lugarzinhos e tachinhos do parlamento do que em expulsar o invasor.


NÃO À UNIÃO EUROPEIA! 

NÃO AO EURO!

10ABR19

Paulo

Agenda de Campanha

grelha3

Apelo ao Voto

apeloaovoto

As Dez Questões da LUSA

As Dez Questões da LUSA… 

Publicamos na íntegra as respostas dadas  a um questionário  de dez questões organizado  pela Agência Lusa, sobre temas europeus, respostas que, segundo a Lusa, dariam  “ origem a peças autónomas sobre o que as diferentes candidaturas pensam sobre cada um dos temas” . Mas tal não aconteceu . A  síntese apresentada, a partir deste inquérito,  em vários órgãos de comunicação social, é tão sintética que só pode ser considerada  mais uma versão da chamada democracia eleitoral.   

Resposta ao Questionário da LUSA

1. Tendo o Parlamento Europeu uma palavra decisiva nas negociações sobre o orçamento da UE pós-2020 (2021-2027), como encara a proposta original da Comissão Europeia, que contempla cortes substanciais para a Política de Coesão e Política Agrícola Comum (PAC) para Portugal? Que posições vai adotar?

A entrada e permanência de Portugal na União Europeia não trouxe qualquer benefício para a economia portuguesa, nem os chamados fundos de coesão contribuíram para o desenvolvimento económico do País e para o seu progresso, antes foram o pagamento o preço pelo qual a burguesia nacional se vendeu.

No que respeita à política agrícola, as imposições e regras determinadas pela Comissão Europeia apenas visaram a destruição deste sector, a recuperação dos grandes latifúndios no sul do País e a liquidação da pequena propriedade e dos pequenos agricultores (mais de 300 000) com o abandono da produção de cereais, da carne e do leite.

No âmbito do Quadro de Financiamento Plurianual para 2020-2027, a Comissão Europeia vem apresentar cortes significativos a nível da Coesão e da Política Agrícola Comum, com cortes nos pagamentos directos ( 1.º pilar) e que serão muito mais significativos na política de desenvolvimento rural (2.º pilar), justificando estes cortes , com novas prioridades como o apoio à emigração, política de segurança e defesa, fronteiras externas e política externa e ajuda humanitária e o Brexit, evidentemente. E onde se vão buscar os fundos que agora a Comissão impositivamente cortou? Ao Orçamento Nacional, claro está!

Ora, o que salta bem à vista é que não é a convergência ou a coesão das diferentes economias que integram a UE, como tanto se proclama, como sendo o objectivo desta Europa e com que se tenta justificar a nossa permanência, mas são os interesses e a salvação das economias imperialistas, o que os move.

A única posição a adoptar pelo PCTP/MRPP é a defesa da saída do Euro e da União Europeia como forma de o País se libertar da imposição e domínio imperialistas, de ser um país soberano, que decide, gere e traça o seu futuro.

2. Mesmo com as sucessivas crises de refugiados, a UE tarda em chegar a acordo sobre a reforma do sistema europeu de asilo, continuando em vigor a Convenção de Dublin, que tem mais de 20 anos. Quão importante pensa que é fechar este dossiê e que posição deve Portugal adotar? 

A humanidade, ao longo da sua história, assistiu a movimentos migratórios, por vezes subtis, muitas vezes de massa, como aquele com que nos deparamos nos últimos anos e que já levaram à morte de milhares de elementos de povos oriundos de África e do Oriente Próximo. 

Estes movimentos migratórios são normalmente uma reacção de defesa da integridade e segurança física das populações em fuga de conflitos militares que ocorrem nos seus países, consequência da intervenção imperialista. Ou, então, são fruto de razões de sobrevivência económica e alimentar, associadas, ou não, a conflitos militares. 

Com os ventos de guerra a soprar por todo o mundo e as potências imperialistas – mundiais e regionais – a tentarem posicionar-se para abocanhar a maior fatia que possam do bolo da rapina e exploração dos povos, vemos emergir conflitos sangrentos em vários pontos do globo, com os imperialistas menores e regionais e a superpotência mundial que são os EUA, a promover, dar apoio logístico – incluindo armas -, que lhes permita ganhar ou retomar a sua influência geoestratégica.

Neste quadro, não se pode esperar que aqueles que promovem e apoiam as guerras, sejam os mesmos que estarão dispostos a resolver a crescente “crise migratória”.

O PCTP/MRPP não acredita nas “piedosas” intenções que uns poucos países europeus têm manifestado na disposição de acolher alguns desses migrantes. Fazem-no porque necessitam de repor os “stocks” de mão de obra barata e indiferenciada.

Sendo um partido comunista, o PCTP/MRPP advoga o princípio do internacionalismo proletário. Logo, apoia a unidade entre operários e trabalhadores que, em cada país europeu deve impor uma política de acolhimento sem reservas daqueles que fogem à guerra, à morte e estropiamento, à fome e à miséria.

Essa unidade é vital para levar ao desmantelamento de todas as organizações bélicas do imperialismo – onde pontifica a OTAN/NATO – e para que uma nova sociedade, livre da exploração e da agressão imperialista, desponte. 

3. Em que projetos Portugal se deve envolver no âmbito da Cooperação Estruturada Permanente para a Segurança e Defesa da União Europeia (PESCO)? Havendo, pela primeira vez, milhões de euros de fundos para gastar em equipamento militar, quais devem ser as apostas dos estados-membros? Há uma redundância com os compromissos assumidos no quadro da Aliança Atlântica? 

A chamada Cooperação Estruturada Permanente (CEP, ou PESCO no acrónimo em inglês) foi instituída, para vergonha do povo português, pelo Tratado de Lisboa em 2007 e a sua constituição formalizada recentemente em Dezembro de 2017, integrando-a 23 dos membros da União Europeia que a ela aderiram, e entre os quais se conta Portugal, pela mão do governo de lacaios de António Costa.

Trata-se de uma organização que, em conjunto com a criação do Fundo Europeu de Defesa, visa dotar o imperialismo europeu dos meios militares indispensáveis para, com um Exército Europeu ou sem ele, vir a participar em actos de repressão contra movimentos revolucionários na Europa e numa inevitável e cada vez mais próxima guerra mundial pela disputa dos mercados a nível global, tendo como principais contentores a China e os Estados Unidos.

Ao aderir à CEP, como sempre à socapa, o governo de Costa, com a cumplicidade do PCP e BE, na senda aliás dos governos anteriores, torna-se responsável por arrastar o País para aquela guerra e fazer do povo português carne para canhão de um conflito armado com o qual nada tem a ver.

A crescente militarização da União Europeia só vem demonstrar o que sempre afirmámos: que o imperialismo europeu é a guerra.

Por tudo isto, Portugal deve sair imediatamente da União Europeia e, desde já, começar por abandonar a chamada Cooperação Estruturada Permanente, exigindo a respectiva dissolução, tal como deve suceder com a NATO; opor-se a qualquer intervenção militar da União Europeia seja onde for e sob qualquer pretexto e recusar-se obviamente a utilizar um cêntimo que seja dos contribuintes para o chamado Fundo Europeu de Defesa.

Em suma, a nossa posição é muito clara: ao contrário do que tem sido a política do governo de António Costa e de todos os restantes partidos parlamentares, o PCTP/MRPP defende que Portugal deve sair da União Europeia, opõe-se a quaisquer projectos europeus de agressão imperialista, a coberto de uma falsa política de defesa e segurança da chamada Cooperação Estruturada Permanente e chama a classe operária portuguesa e os trabalhadores em geral a lutar firmemente contra todas as tentativas de envolver o nosso país em quaisquer guerras imperialistas e contra os governos traidores e lacaios como o actual que aceitam vender a nossa independência nacional.

4. Concorda com o fim da unanimidade em matérias fiscais e de política externa?

O fim da unanimidade na votação de matérias fiscais e de política externa no âmbito do Conselho Europeu é um debate que já leva 15 anos e não tem reunido consenso. Foi recuperado agora por Jean- Claude Juncker e logo apoiado por António Costa que, pelos vistos, não quer perder o estatuto de “bom aluno”.

Ao observarmos quem é contra e quem é a favor da maioria qualificada e quem pretende que se mantenha a regra da unanimidade, o que percebemos é a existência de contradições no seio do imperialismo europeu. Regra geral, apoia a primeira solução uma frente de governos de países do centro e sul da Europa – Portugal, Espanha, França, Itália – e são a favor da regra que hoje se aplica os governos de países mais industrializados e ricos do Norte da Europa. O fim da unanimidade também é a forma que a União Europeia encontrou para se financiar mais rapidamente, aprovando impostos europeus que entrarão directamente na UE.

Para o PCTP/MRPP, não sendo irrelevante qual das regras venha a ser adoptada, não temos dúvidas quanto à natureza de ambas: a de cada um dos campos imperialistas em competição se munirem dos instrumentos de manipulação que melhor sirvam os seus interesses.

Não é pelo facto de uma decisão – sobretudo fiscal ou de política externa – ser votada por uma das duas regras em debate que o resultado da decisão se torna justa. Ademais, uma das razões porque o PCTP/MRPP advoga a saída da UE e do euro é precisamente pelo facto de, ao ter aderido a uma e a outro, Portugal ter abdicado da sua soberania. Não há, pois, unanimidade ou maioria qualificada que altere este quadro.

O PCTP/MRPP, quanto a matérias fiscais e de política externa, defende o princípio da decisão soberana que só ao país e ao seu povo cabem.

5. Qual é a pasta que Portugal devia lutar por ter na próxima Comissão?

A resposta a esta pergunta decorre naturalmente da posição de fundo da nossa candidatura de que Portugal deve sair do Euro e da União Europeia, como única solução operária, comunista e patriótica para pôr termo à nossa total dependência dos interesses do imperialismo europeu.

Ou seja, por não ter que lá estar, Portugal não tem que lutar por ter qualquer lugar em nenhum órgão da União Europeia.

Em qualquer caso, refira-se que a existência de um representante português na Comissão Europeia tem sido e continuará a ser absolutamente irrelevante e até por vezes ridículo, pois não lhe cabe senão desempenhar o papel decorativo de mero lacaio dos interesses dominantes e hegemónicos do imperialismo alemão. 

6. Concorda com o modelo de “Spitzenkandidaten”? Se o Conselho designar para presidente da Comissão uma figura que não tenha sido “candidato principal” de qualquer das famílias políticas, como “ameaça” fazer, deve o PE vetar?

Se bem que este problema nada tenha a ver com os interesses da classe operária dos países capitalistas organizados na União Europeia, a discussão em torno do procedimento da designação/eleição do futuro presidente da Comissão Europeia, no seguimento das presentes eleições para o Parlamento Europeu, é um debate que à partida se mostra totalmente inútil e que acaba por escamotear o fundo da questão.

Na verdade, o que está obviamente em causa não é que o novo presidente da Comissão seja o candidato proposto pelo grupo político maioritário no parlamento europeu (não deixa de ser significativo que o termo para o designar venha em alemão – spitzenkandidaten) à saída destas eleições, ou outro designado pela Comissão, ainda que sempre sujeito à aprovação do parlamento.

O resultado será sempre o mesmo – qualquer que seja o proposto, escolhido e eleito, terá sempre de ser um reaccionário da confiança dos imperialistas germânicos e dos seus lacaios menores, como Portugal, que, na actual situação de crise da União Europeia e da intensificação dos preparativos da guerra mundial imperialista, cumpra o papel de mandarete dos interesses das potências economicamente dominantes.

Não é por acaso que surge já como uma hipótese consensual a candidatura de Ângela Merkel – o seu admirador Costa, ao lado de Coelho e Portas, lá estará na primeira linha dos proponentes – para chefiar a Comissão, afinal, do seu próprio país. Isto, se a senhora não continuar como chancelerina.

Também não deixaremos seguramente de assistir a um apaixonado envolvimento por parte do PCP e do BE nesta luta em torno da escolha democrática do candidato em melhores condições para representar os interesses do imperialismo europeu. 

7. Quais pensa que devem ser as prioridades da presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre de 2021? Concorda com António Costa em eleger como prioridade máxima as relações com África? 

É do conhecimento geral que o PCTP/MRPP é o único partido do espectro político português que defende a saída de Portugal, quer da União Europeia, quer do euro.

Neste quadro, a atribuição da presidência da UE a Portugal, constituirá, em nosso entender, mais um episódio na política de traição prosseguida por aqueles que representam os interesses de um imperialismo menor como o português e que, por isso, acolhem e apoiam a integração do país no directório imperialista europeu, sediado em Bruxelas e liderado pela Alemanha. 

O que é relevante, quanto a nós, é a saída de Portugal dessa organização imperialista e reaccionária que é a União Europeia e desse garrote para a nossa economia e independência que é o euro. 

Se António Costa defenderá, ou não, como “máxima prioridade” as relações com África, não sabemos. O que defendemos é que o povo português não se deve amedrontar com o mito “...ou é a Europa e o euro ... ou é o caos!”. Na verdade, defendemos que a saída de Portugal da UE e do euro, possibilitará ao país reabilitar e reforçar a sua vocação atlântica, ampliando e reforçando os laços políticos e económicos com países de África e da América Latina e exponenciando os acordos/memorandos que, em finais de 2018, se estabeleceram com a China no quadro da “Nova Rota da Seda”. 

8. Pensa ser importante que Mário Centeno cumpra um segundo mandato como presidente do Eurogrupo? 

O Eurogrupo representa o que há de mais reaccionário e anti-democrático na União Europeia imperialista. Para esta estrutura, nenhum elemento do povo dos diferentes países que integram a UE foi chamado a votar naqueles que a integram e dirigem e, pior do que isso, esta não pode ser alvo de escrutínio popular.

Mário Centeno foi eleito como presidente desta estrutura como prémio dos “bons serviços” que prestou ao imperialismo europeu.

Desde logo, ao assegurar que os alegados credores de uma dívida privada que foi transformada em pública, fossem generosamente “ressarcidos – quer em juros pelo “serviço da dívida, quer por amortizações da dita.

Depois, porque aceitou transformar Portugal na cobaia do mecanismo de “resolução bancária” – medida que a própria UE e os restante países que a integram agora contesta – que levou ao desastroso apoio financeiro a um banco que antes de o ser já era...falido! O Novo Banco! Prémio, ainda, pelo facto de ter caninamente aceite todos os ditames que lhe são impostos pelo directório europeu imperialista quanto aos pressupostos para a elaboração de orçamentos, onde se incluem as famigeradas cativações.

Se Roma paga aos traidores, é o que o futuro nos dirá. No que depender do PCTP/MRPP e dos operários e trabalhadores portugueses e europeus, estamos em crer que a vontade é de correr com tal personagem e impor o desmantelamento da UE e estruturas como o Eurogrupo, que existem, pura e simplesmente, para ampliar o sofrimento e a miséria a que têm sujeitado os operários e trabalhadores europeus, ao mesmo tempo que enchem os bolsos aos capitalistas e imperialistas, sobretudo o germânico. 

9. Com a saída do Reino Unido, é a favor do relançamento do processo de alargamento da UE, designadamente aos países dos Balcãs? E a Turquia? Que consequências antevê para a União Europeia e para Portugal? Concorda com a ação do Governo, designadamente com o plano de contingência para cidadãos e empresas? 

Batendo-se pela saída da UE e do euro, e pelo desmantelamento desta organização do imperialismo europeu, nunca poderia o PCTP/MRPP acolher a ideia de um qualquer alargamento. Até porque, qualquer alargamento reforçaria o risco de guerra que o imperialismo acarreta. 

Sempre defendemos que a saída de Portugal da UE e do euro abriria novas oportunidades para o país, desde que assentes na base de acordos baseados no respeito pela soberania de cada estado e na reciprocidade das vantagens. Neste quadro, seria contraditório que acolhêssemos “planos de contingência para cidadãos e empresas”, sejam do Reino Unido, sejam de outras nações com quem Portugal estabelecer relações. 

10. Deve ou não a União Europeia “legislar” em matéria de regulação da cibersegurança europeia e no combate à desinformação “on-line”? 

Tudo indica que a UE se prepara para, durante o próximo mandato do Parlamento Europeu, fazer aprovar um “pacote de reformas” que permita a adopção de medidas destinadas a desenvolver aquilo que designam por “uma cibersegurança sólida europeia”. 

Com o argumento de que o que se pretende é combater as ciberameaças, a Comissão Europeia apresentou, em Setembro de 2017, um projecto que visa implementar as medidas estabelecidas pela estratégia para a cibsersegurança – com base no seu principal pilar, a directiva SRI, relativa à segurança das redes e da informação

Como sempre que se querem esconder os reais objectivos para qualquer medida que se pretenda adoptar, a UE escuda-se por detrás da “argumentação técnica” para escamotear os fundamentos políticos. 

A este frenesim não será certamente alheia a “guerra comercial” que neste momento se trava entre os EUA e a China, com os imperialistas europeus a serem empurrados para tomar uma posição consentânea com os interesses de uma das superpotências em contenda.

É bom relembrar que esta “guerra comercial” já levou os EUA a ameaçar aumentar exponencialmente as taxas aduaneiras sobre produtos importados da China e proibiu que o gigante tecnológico HUAWEI comercializasse os seus produtos no seu território, instando os seus aliados a tomar idêntica iniciativa, alegando que aquela marca chinesa tinha desenvolvido um poderoso software que permitia uma sofisticada operação de espionagem (o sistema 5G).

Porém, com dezenas de milhares de milhões de dispositivos conectados, o que na verdade os imperialistas europeus mais temem é perder o controlo sobre os “conteúdos” e as informações que circulam – actualmente de uma forma relativamente livre – no espaço da internet.

A reforma em causa visa, sobretudo, um mais apertado controlo desses “conteúdos” e informação, habilitando o regulador europeu a bloquear todas as opiniões que coloquem em causa a sacrossanta “unidade europeia” e os relevantes “benefícios” que a sua política de “convergência” acarretou para  a Europa, especialmente para os países com economias mais frágeis, como é o caso de Portugal.

Nesta perspectiva, um deputado do parlamento europeu eleito pelo PCTP/MRPP opor-se-á resolutamente a toda e qualquer “legislação” que vise coarctar a liberdade de opinião e de expressão, de debate e livre circulação de ideias e de informação.

    

             A Candidatura do PCTP/MRPP

Brexit – o exagero de uma morte anunciada!

Brexit – o exagero de uma morte anunciada!

No debate promovido pela RTP e pela RTP 3,  no passado dia 13 de Maio, à noite, o cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu do PCTP/MRPP, Luis Júdice, afirmou que o Brexit só poderia ser entendido no quadro da guerra inter- imperialista que, apesar de ainda se encontrar em fase larvar, já está em curso.

 

commonwealthNa altura, Luis Júdice assinalou que não era por acaso que o processo da saída do Reino Unido da UE estava a ser liderado por várias forças da direita e da extrema-direita daquele país, pois são as forças que melhor representam os interesses dos grandes monopólios e do imperialismo britânico, apostados em fazer vingar a sua posição na mesa da divisão dos despojos dessa guerra imperialista em preparação.

 

O candidato do PCTP/MRPP demonstrou que tal processo nada tinha a ver com a exigência que o PCTP/MRPP faz de que Portugal saia da UE e do euro - Quer quanto à natureza de classe, quer quanto aos objectivos que cada realidade política apresenta. Enquanto nós defendemos que a saída de Portugal da UE e do euro, ademais, nos retira do cenário de guerra inter-imperialista a que o directório alemão quer associar o nosso país, o Reino Unido, com o Brexit, pretende precisamente o contrário. Reorganizar as suas forças, de forma autónoma, a fim de estar em melhores condições no eventual processo de partilha de despojos do pós-guerra.

 

Luis Júdice fez questão em  demonstrar que com o Brexit, o Reino Unido deixou claro que  não está mais interessado em partilhar o poder e as decisões quanto à geoestratégia mundial  a prosseguir, sobretudo com o chamado eixo franco-alemão que nunca deixou de ser um dos seus principais concorrentes no teatro mundial.

 

O nosso cabeça de lista explicitou, ainda, numa das suas intervenções nesse debate, que o Reino Unido imperialista tinha um trunfo que não estava disposto a partilhar com quem domina a UE. Um trunfo que se chama Commonwealth, um mercado ao qual se associaram 53 países, num total de 2,4 mil milhões de habitantes, com um Produto Interno Bruto de 10 mil milhões de dólares. Neste grande mercado pontificam, para além do próprio Reino Unido– que o lidera através da sua casa real – países como a Índia, a Austrália, o Canadá e a África do Sul, entre muitos outros (ver quadro anexo).

 

Como não houve oportunidade, no supracitado debate, para explanar mais números que nos façam perceber melhor o que está em causa, e com o propósito de fazer gelar o riso de alguns palhaços que fizeram esgares de reprovação às afirmações produzidas pelo nosso camarada Luis Júdice, avançamos com alguns números, bastante significativos e paradigmáticos, relativos ao PIB de 2018:

 

  1. O PIB da UE a 28 (que inclui, ainda, o Reino Unido) foi de 15.300 mil milhões de euros
  2. O PIB da UE a 27 (o que exclui o Reino Unido) foi de 12.678 mil milhões de euros (o valor do RU no PIB da UE a 28, foi de mais de 17%)
  3. O PIB do mercado da Commonwealth, liderado pelo Reino Unido foi de 10.000 mil milhões de dólares
  4. O PIB dos EUA foi de 17.700 mil milhões de dolares
  5. O PIB da China foi de 11.360 mil milhões de dólares

 

Anunciar a morte, política, económica, financeira e social do Reino Unido é, pois, exagerada! E comparar os objectivos da direita conservadora britânica com os da exigência da saída da UE e do euro protagonizada pelo PCTP/MRPP – único partido, em Portugal, a defendê-lo sem papas na língua – é uma manobra imbecil de induzir o medo, manobra que não terá qualquer sucesso! 

Camarada Luis Júdice, na SIC/SIC Notícias As propostas do Partido

Camarada Luis Júdice, na SIC/SIC Notícias
As propostas do Partido 

Não alimentando quaisquer ilusões sobre as eleições burguesas, o Partido entende que não é a altura de nos abstermos nestes actos eleitorais, mas que os devemos aproveitar, participando neles para divulgarmos o marxismo e o nosso programa.

É exactamente isso que vai acontecer amanhã, dia 7 de Maio, na SIC Notícias, pelas 21H00: o camarada Luis Júdice vai apresentar a posição do Partido quanto ao chamado projecto europeu, que está mais que falido, defendendo a saída da União Europeia e do euro, como a única solução para ganharmos independência e soberania, recusando o papel de colónia do imperialismo germânico e lutando contra a exploração e opressão que o imperialismo europeu cada vez mais exerce sobre operários e trabalhadores.

Convidamos todos os camaradas e simpatizantes a assistirem a este debate na sede do Partido na Av. do Brasil, n.º 200A em Lisboa.

Contra o oportunismo abstencionista

Contra o oportunismo abstencionista.

Por uma participação dos comunistas nas eleições burguesas

A propósito da posição sectária e oportunista defendida pelos “comunistas de esquerda” alemães na então recém constituída III Internacional, pregando o boicote às eleições parlamentares – método que havia caducado política e históricamente, segundo eles – Lenine escreveu a brochura “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”.

Nesse importante escrito, para além de uma crítica demolidora a quem propunha o “abstencionismo”, Lenine bateu-se pelo princípio de que os comunistas deviam tirar partido das eleições burguesas e das posições conquistadas no parlamento burguês, para fortalecer a luta pelo socialismo e pelo comunismo.

É importante, agora que algumas correntes ditas marxistas e comunistas, que se afirmam contra o revisionismo, o trotsquismo e o anarquismo, defendem a abstenção dos operários e trabalhadores nas eleições para o Parlamento Europeu que terão lugar no próximo dia 26 de Maio, e em que o PCTP/MRPP participará, defendendo a saída de Portugal da União Europeia e do euro, reproduzir algumas das sínteses que Lenine nos deixou na supracitada brochura:

“Como é natural, para os comunistas da Alemanha o parlamentarismo ‘caducou politicamente’; mas, trata-se exactamente de não julgar que o caduco para nós tenha caducado para a classe, para a massa. Mais uma vez, constatamos que os “esquerdistas” não sabem raciocinar, não sabem conduzir-se como o partido da classe, como o partido das massas. O vosso dever consiste em não descer ao nível das massas, ao nível dos sectores atrasados da classe. Isso não se discute. Tendes a obrigação de dizer-lhes a amarga verdade: dizer-lhes que as suas ilusões democrático-burguesas e parlamentares não passam disso: ilusões. Ao mesmo tempo, porém, deveis observar com serenidade o estado real de consciência e de preparo de toda a classe (e não apenas da sua vanguarda comunista), de toda a massa trabalhadora (e não apenas dos seus elementos avançados)”.

O que Lenine propunha nesta sua brochura incorporava o que Karl Marx e Engels haviam explicado na “Mensagem do Comité Central à Liga dos Comunistas”, em 1850, sobre a participação eleitoral dos comunistas em eleições burguesas:

“O proletariado deve aqui cuidar de que por toda a parte, ao lado dos candidatos democráticos burgueses, sejam propostos candidatos operários, na medida do possível de entre os membros da Liga e para cuja eleição se devem accionar todos os meios possíveis. Mesmo onde não existe esperança de sucesso(sublinhado da redacção), devem os operários apresentar os seus próprios candidatos, para manterem a sua democracia, para manterem a sua autonomia, contarem as suas forças, trazerem a público a sua posição revolucionária e os pontos de vista do partido.”

Marx e Engels dirigiam-se aos revolucionários alemães, posicionando-se contra a aliança com os pequeno-burgueses democratas, defendendo a independência de classe e a construção da organização própria do proletariado, utilizando as eleições nesse sentido.

Com a participação, quer nas eleições para o Parlamento Europeu, que se realizam no próximo dia 26 de Maio, quer para as eleições legislativas ou qualquer outro tipo de eleições, cabe aos marxistas utilizarem a actuação nas eleições e nos órgãos para os quais sejam eleitos para levar a cabo uma intensa, coerente e denodada agitação revolucionária, isolando e expulsando das suas fileiras os carreiristas, os oportunistas, que procuram obter privilégios pessoais com qualquer tipo de eleições no quadro da democracia burguesa. Para Marx, Engels e Lenine, claro está, a actuação de um parlamentar ou de um eleito revolucionário é controlada coletivamente pelo partido revolucionário e subordinada à luta pela emancipação da classe trabalhadora, à luz da luta de classes.

A este propósito recorde-se a resolução do II Congresso da Internacional Comunista onde, sob direção de Lenine, se pode ler:

“- Os deputados comunistas estão obrigados a utilizar a tribuna parlamentar para desmascarar não somente a burguesia e seus lacaios oficiais, mas também os social-patriotas, os reformistas, os políticos centristas e, de modo geral, os adversários do comunismo, e também para propagar amplamente as ideias da III Internacional;

– Os deputados comunistas, mesmo que seja só um ou dois, estão obrigados a desafiar em todas as suas atitudes o capitalismo e não esquecer nunca que só é digno de nome de comunista quem se revela não verbalmente, mas através de actos, como inimigo da sociedade burguesa e de seus servidores social-patriotas”.

Nunca acalentámos a ilusão de que o Parlamento Europeu deixasse de servir apenas de uma mera fachada democrática a um projecto de colonização dos povos e países europeus pelo imperialismo germânico, devendo por isso ser palco e tribuna por parte dos deputados do PCTP/MRPP para combater esse projecto e a tentativa de transformar os operários e os povos europeus em carne para canhão de uma cada vez mais certa guerra mundial imperialista.

O PCTP/MRPP será nesse fórum a voz firme e decidida de uma política internacionalista de aliança dos proletários e trabalhadores da Europa na sua luta contra as medidas de intensificação da exploração e opressão por parte do imperialismo europeu organizado na União Europeia e por objectivos políticos revolucionários comuns para a implantação de uma sociedade sem classes.

Em íntima ligação com esta frente de luta, um deputado comunista do PCTP/MRPP empunhará sempre a bandeira dos operários e do povo português pela saída do euro e pela adopção de uma moeda própria, bem como pela recusa do pagamento de uma dívida que é o resultado da imposição do euro e que apenas serve para escravizar o povo português e colocá-lo sob o jugo do imperialismo germânico.

Torna-se, pois, políticamente vital e relevante isolar as correntes oportunistas, revisionistas e reaccionárias que, sob uma aparente capa de “esquerdismo” pretendem desarmar a classe operária e a sua organização de vanguarda, o PCTP/MRPP, para assegurar à burguesia caminho livre para manipular a favor dos seus interesses de classe um espaço de debate e luta de ideias que, para não perder a sua máscara democrata é obrigada a abrir mão nestes períodos eleitorais.

23Mai19                                                                                                                            LJ

É esta a União Europeia da convergência e da prosperidade?

É esta a União Europeia da convergência e da prosperidade?

Apesar de ainda não se ter iniciado o período estipulado pela Constituição portuguesa para o início da Campanha Eleitoral para a eleição de deputados ao Parlamento Europeu, não passa um dia sem que a classe operária e os trabalhadores portugueses sejam martirizados pelo mito de “...ou é a Europa e o euro, ou é ... o caos!

Desde António Costa a Carlos Moedas, passando por Marisa Matias e Ferro Rodrigues, até João Ferreira do PCP, todos se agitam a defender os benefícios da “convergência europeia” e as “virtualidades” do euro.

Para esses, como para a direita trauliteira do PSD de Rui Rio e a extrema-direita tranmontana do CDS/PP de Cristas, tudo vai de feição, tudo vai bem, na Europlândia!

Por detrás das cortinas de fumo que vão lançando, por detrás das mentiras que vão produzindo, escondem-se, porém, as consequências reais e factuais, indesmentíveis, do “sucesso” de uma “união” a 28 que alegadamente passará, dentro em breve, a 27!

E quais são essas consequências?:

  1. Segundo dados de 2017 do insuspeito Eurobrarómetro, 113 milhões de europeus enfrentavam a pobreza e a exclusão social na União Europeia, o que equivale a 22,5% da população dos países que a integram.

  2. A agravar este já de si gravoso quadro, nesta Europa da apregoada “convergência”, o tão incensado paraíso de leite e do mel, é de 32 milhões o número de trabalhadores em risco de pobreza, representando 9,6% de quem nela trabalha e é explorado.

Nesta Europa da “convergência”, é cada vez mais pronunciada a desigualdade, o que revela que, quando se referem à “boa prestação” que instituições e economias comunitárias apresentam, a preocupação está totalmente virada para os mercados e os lucros, e de costas viradas para a satisfação das necessidades de quem trabalha – a máxima recorrente de António Costa é, por exemplo, a de que deve ser perseguido tudo o que “acrescente valor”, escamoteando que quem beneficia disso tem sido sempre o grande capital.

Os ventos neo-liberais que nos impuseram a vergonhosa ocupação da tróica, e subsquente perda de soberania, e que continuam a ter em Portugal quem os acolha, mormente o governo do PS de António Costa, com a ajuda prestimosa das suas muletas do PCP/BE/Verdes, redundam em cortes sem dó nem piedade das ajudas sociais para os mais pobres, enquanto os mais ricos recebem benefícios fiscais como se não houvesse...amanhã!!!

Segundo o Relatório de 2018 elaborado pela Rede Europeia Anti-Pobreza, esta resulta de:

  1. Maior precariedade do trabalho, assente em contratos sem qualquer vínculo, segurança e motivação, para o trabalhador.

  2. O cada vez mais difícil acesso à habitação, sobretudo nos grandes centros urbanos onde leis criminosas como a NRAU de Cristas – entretanto, “embelezada” com reformas avulsas por parte da coligação reaccionária de PS/PCP/BE/Verdes – promoveram despejos em massa que, só no ano de 2018, e em Lisboa, levaram à expulsão de 40 mil habitantes da capital. O suptacitado Relatório evidencia que a especulação imobiliária se tornou desenfreada, sem qualquer regulação ou travão e revela que, em Portugal, no período entre 2010 e 2016, o custo da habitação para as famílias mais pobres aumentou 40%, tendo essas famílias de gastar 35,1% dos seus rendimentos para fazer face, apenas, a esta despesa (!!)

Que partidos de direita e de extrema-direita como o PS, o PSD e o CDS/PP defendam esta mirífica “convergência europeia” e que a saída do euro e da UE seria altamente prejudicial para os diferentes sectores da burguesia que defendem – sobretudo a chamada burguesia nacional compradora – não nos deve espantar.

Vergonhoso é verificar que partidos que se reclamam de esquerda, como o PCP, o BE e os Verdes, se sintam confortáveis em acomodar, em amparar, em servir de muletas, a estes interesses, traindo miserávelmente, não só os interesses da classe operária e dos trabalhadores portugueses, como o dos operários e trabalhadores da Europa dita “comunitária”.

Uma “esquerda” que se dispõe a funcionar como força de bloqueio à unidade necessária para o desmantelamento de instituições e mecanismos que têm por objectivo explorar e escravizar todos os operários e trabalhadores europeus e transformar os seus respectivos países em meras sub-colónias do imperialismo dominante neste continente, que é o imperialimo germânico.

As taxas de abstenção nas eleições europeias que, ano após ano, têm vindo a crescer, atingindo níveis de 60%, e mais em toda a Europa (no caso de Portugal, em 2014, a abstenção cifrou-se nos 65,5%), revelam bem o desinteresse e desprezo que a classe operária e os trabalhadores da chamada “europa comunitária” – onde se incluem os países que aderiram à moeda única – nutrem pelas “virtualidades” da política de “convergência”.

Com uma classe política perfeitamente vendida aos interesses do imperialismo germânico, com a fascistização crescente que impede uma discussão séria e democrática sobre o papel reaccionário da União Europeia e o garrote financeiro que constitui o euro – sobretudo para países de economia frágil como é o caso de Portugal – outra coisa não seria de esperar.

Por isso, quando agitam o papão dos “nacionalismos” e dos “isolacionismos”, o que aqueles que impedem este debate estão a fazer é, precisamente, criar as condições para que as correntes fascistas e de extrema-direita floresçam por toda a Europa e cavalguem a onda de contestação que se agiganta, tirando partido do desaire que tem sido o euro e a União Europeia.

11ABR19

                                                                                                                              L J

Eleições Burguesas: Participação ou Abstenção, eis a questão

Eleições Burguesas: Participação ou Abstenção, Eis a questão !

A posição do Partido, quanto à sua participação nas eleições burguesas é clara e, no caso das eleições deste ano de 2019, a estratégia foi definida há já dois anos (Maio de 2017), na reunião alargada do Comité Central, em Santo André.

A esse respeito, republicamos dois conjuntos de tuítes do camarada Arnaldo Matos.

arnaldo


 Arnaldo Matos‏ @ArnaldodeMatos 30 de dez de 2018


2019:
 Ano de Eleições. No próximo ano, os capitalistas reforçarão o seu regime político de exploração e opressão dos operários mediante o recurso a três eleições: Parlamento Europeu, a 26 de Maio; Regionais da Madeira, a 22 de Setembro; Assembleia Legislativa, a 6 de Outubro.
 

Os comunistas, como é o caso do Partido a que pertenço – PCTP/MRPP -, participam nas eleições burguesas com o objectivo de divulgar o seu programa político comunista, de reforçar a sua organização partidária e de fortalecer a sua ligação com as massas populares em todo o País. 

Conto participar activamente nestes três sufrágios eleitorais e apelo a todos os companheiros desta rede social Tuíter que não se deixem ficar em casa e contribuam para a divulgação do programa político do proletariado e da revolução proletária.

Arnaldo Matos‏ @ArnaldodeMatos 13 de fev 

Estamos em ano de três sufrágios eleitorais. Se tivesse sido eleito para a Assembleia da República, teria denunciado a falência do BES, a corrupção do governador do BdP e os negócios de Jerónimo, Catarina, Louçã e Rosas, com quatro anos de antecedência. É tudo um putedo! 

Um voto nesses partidos é um voto totalmente inútil; estão todos feitos uns com os outros e com o poder dos capitalistas. O único voto útil é em nós, marxistas, porque esses não têm medo nem se calam, como aqui vêem.

23MAI19

Em bicos dos pés

Em bicos dos pés !

O PS sempre assumiu o papel de “vendilhão do templo”! Começou por vender a ideia de que a “opção europeia” era a que melhor servia o povo português. Sem qualquer discussão ou consulta prévia ao povo, decidiu aceitar as “regras” impostas pela então CEE, que obrigaram Portugal a destruir praticamente todo o seu tecido produtivo – desde a Lisnave à Mague, passando pela Sorefame, pela agricultura e agro-pecuária até à frota pesqueira e à marinha mercante. 

Queixa-se agora da monumental abstenção que se regista para as eleições para o Parlamento Europeu. Há 5 anos foi de 66%!!! Mas, o que esperar?! Aquando da adesão à CEE e à moeda única, o PS nunca tomou qualquer iniciativa de levar à discussão pública tais decisões e, muito menos, as suas implicações. Como, amor com amor se paga, a classe operária, os trabalhadores e o povo português, retribuem...com a sua abstenção! 

Abstenção tanto maior quanto verificam que a convergência e o progresso social anunciados se traduzem na existência de 113 milhões de pobres no espaço da UE, a que se juntam 32 milhões de trabalhadores que, apesar de terem algum rendimento de trabalho, o mesmo não é suficiente para assegurar um modo de vida digno e sustentável. 

Perante a força centrífuga da União Europeia e, sobretudo do euro, quando o descalabro da austeridade começou a fazer o seu caminho, todo ele pejado de vítimas do desemprego, da precariedade, de uma cada vez mais depreciado acesso à saúde, à educação, à cultura, à assistência social, à habitação, ensaiou o discurso de que “a Europa é boa, Portugal é que se tem portado mal”, escamoteando o facto de que o descalabro que hoje se vive assenta num défice descomunal que temos com a UE. 

Tal como afirmamos no nosso Manifesto Eleitoral “... é de um oportunismo inqualificável que, para caçar votos aos trabalhadores e mantê-los num regime de tamanha exploração, se iluda que a dívida não é a causa dos nossos problemas, mas sim a consequência desses problemas financeiros e económicos...” 

Estes novos Miguéis de Vasconcelos, que por opção entregaram a soberania de Portugal a terceiros – tal como no século XVI e XVII, os conjurados fizeram em relação à Espanha dos Filipes – escamoteiam que foi precisamente a destruição do tecido produtivo que criou as condições para que, hoje, a nossa balança de bens transaccionáveis esteja recorrentemente em défice, o que leva o país a ter de importar cerca de 80% daquilo que consome e de que necessita para gerar “economia”! 

Estamos, pois, perante gente – do PS ao PSD, passando pelas muletas dos dois, o CDS e PCP/BE e Verdes – que fez pior do que os traidores que assinaram o Tratado de Tomar, em 1581. Isto é, acolheram de forma descarada uma ainda maior abdicação de soberania do que a registada no século XVI, no qual, porém, como afirmava o nosso saudoso dirigente Arnaldo Matos, “... não perdemos a moeda, o que permitiu a Portugal recuperar a sua independência...” 

Traidores sem espinha dorsal que querem fazer crer que a situação que o país, a classe operária, os trabalhadores e o povo português, atravessam, nada tem a ver com os garrotes que representam para a sua economia este desequilíbrio estrutural da nossa economia e a acção de uma moeda forte como o euro – que convém a economias fortes como a da Alemanha – sobre economias frágeis como a de Portugal. 

Traidores que escamoteiam que um país sem moeda...não é soberano! E  não pode levar a cabo uma política independente sem que possua total soberania sobre a sua política orçamental, cambial, fiscal, aduaneira, bancária e financeira, como acontece actualmente, em que se assiste ao degradante espectáculo anual da submissão da Lei Geral do Orçamento de Estado da colónia à potência colonizadora, protagonizada pela Comissão Europeia que mais não representa do que os interesses de um directório liderado pela Alemanha imperialista e seus aliados. 

Após quatro Leis do Orçamento de Estado, aprovadas com o voto sem reservas das suas muletas do PCP/BE e Verdes, o directório imperialista europeu, liderado pela Alemanha, congratulou-se, por um lado, com a “paz social” que permitiu o “equilíbrio do défice” – leia-se, o assegurar do pagamento da dívida e do “serviço da dívida” (juros) aos credores -, à custa da famigerada política de “cativações” ,que Costa e Centeno conseguiram assegurar. 

Congratulação que passa, desde a Cimeira Europeia de Sibiu, pelo insistente rumor, de que o directório imperialista europeu, protagonizado pela Alemanha, estaria a analisar a hipótese de nomear António Costa para o cargo de líder da futura Comissão Europeia. 

Um prémio à traição aos interesses independentes e soberanos de Portugal, da sua classe operária, dos seus trabalhadores, do seu povo. Um prémio que vem no seguimento de outro que já havia sido conferido a Centeno, pela “excelência” de uma política económica, não ao serviço de Portugal, mas dos credores imperialistas. Uma política de submissão total aos interesses e regras que melhor servem a Alemanha e seus aliados. 

A classe operária, os trabalhadores e o povo português têm, nestas eleições para o Parlamento Europeu, a oportunidade de impor aquilo que o segundo candidato da Lista do PCTP/MRPP, o Dr. José Preto, advoga. Opor-se à Europa alemã que tem como propósito estender o seu domínio até aos Urais, como pretendia Hitler.


20Mai19                                                                                                            LJ

Entrevista ao cabeça de lista do PCTP/MRPP às eleições europeias de 2019

Entrevista ao cabeça de lista do PCTP/MRPP

às eleições europeias de 2019

(RTP 3, programa 360º, dia 1.º de Maio) 

Em todos os actos eleitorais burgueses, há uma tentativa de silenciamento, por parte dos órgãos de “comunicação social” nas mãos da burguesia, dos pontos de vista que o PCTP/MRPP defende. 

Para não perder a máscara de “democratas”, o sistema lá vai abrindo “generosamente” a mão a alguns minutos de “tempo de antena”. Foi o que aconteceu com a entrevista que a RTP 3, no seu programa 360º, emitido no dia 1º de Maio, fez ao cabeça de lista do nosso Partido, o camarada Luis Júdice, às eleições para o Parlamento Europeu que terão lugar no próximo dia 26 de Maio. 

Cerca de 8 minutos de entrevista ao único Partido e ao único cabeça de lista que exige a saída de Portugal da União Europeia e do euro e que denuncia de forma vigorosa e indesmentível como é que são as grandes potências imperialistas, com a Alemanha à cabeça, os únicos beneficiários dos diversos Tratados Europeus e da moeda única, uma moeda forte para economias frágeis como a de Portugal.

Único Partido e único cabeça de lista que demonstra com clareza meridiana como é que, só saindo da União Europeia e do euro, Portugal retomará a sua soberania e poderá levar a cabo uma política independente, baseada no respeito pela soberania de cada estado e pela reciprocidade de vantagens, recuperar o seu tecido produtivo e estabelecer relações políticas, económicas e diplomáticas, não só com os restantes países europeus, mas com os países de África e da América do Sul, como integrando e ampliando a sua participação no projecto da Nova Rota da Seda. 

Num contexto em que as televisões, rádios e imprensa dedicam horas de emissão a partidos e coligações que, no essencial, estão de acordo com a ideia de que Portugal deve fazer parte de uma União Europeia e de uma moeda única que captura a sua soberania e sufoca a sua economia, uma entrevista cujo visionamento e audição vos propomos é um grito de coerência política no meio de um pantanal de traição aos interesses da classe operária e do povo português, que os candidatos desses partidos e coligações advogam.

Europa – Um sonho a cores que se transformou em pesadelo!

Europa – Um sonho a cores que se transformou em pesadelo!

O discurso que a classe dominante tem utilizado até agora tem sido o de que a Europa é boa, Portugal é que se tem portado mal. Como tal discurso é desmascarado e contestado pela realidade de Portugal registar, em 2000, data da adesão ao euro, uma dívida pública de 48,6% do PIB – inferior aos critérios de Maastricht que impõem 60% - que, em finais de 2018, quase triplicou – situando-se nos 121,5% do PIB -, agora ensaia-se outro tipo de discurso, para complementarizar este.

O discurso que Carlos Moedas, o comissário europeu português, ensaia num artigo que agora publicou na edição do jornal Expresso do passado dia 11.05.2019 e onde afirma ser necessário que os europeus se empenhem em 3 frentes de acção política: identidade, desigualdade e governança que, ademais e segundo ele, estarão interligadas.

É óbvio que, a ser necessário este empenhamento, isso quer dizer que o projecto europeu, consubstanciado na UE, faliu. Não conseguiu a identidade que propalava, cavou ainda mais as desigualdades e agravou as condições de pobreza o que torna o projecto ingovernável e insustentável.

Daí que seja, segundo Moedas, necessária uma nova governança para uma união que, em vez de ter realizado a prometida convergência acentuou ainda mais o fosso entre nações pobres e nações ricas, e dentro delas, o desequilíbrio na distribuição dos rendimentos entre quem detém os meios de produção e de distribuição e quem trabalha.

Numa postura própria de meninos de coro, é Carlos Moedas que, no supracitado artigo publicado no jornal Expresso – e intitulado Uma Europa a Cores – nos confessa a necessidade “...de reforçar a identidade europeia que de certa forma nunca soubemos construir...”!!! O que, refere mais adiante, tem sido aproveitado pelos populistas para instilar o medo, escamoteando o facto de não ser necessário aos populistas realizarem esse trabalho, já que os europeístas o têm levado a cabo com muito maior profissionalismo e consistência.

Os números da pobreza e do risco de pobreza – que atingem cerca de um quarto da população dos países que integram a UE -, os números do desemprego e da precariedade, é que criam nos trabalhadores factores de instabilidade, frustração e luta como aqueles que se registam. E promovem a abstenção e facilitam a progressão das forças de extrema-direita.

Os europeístas, segundo Moedas, reconhecem que “ ... os desafios são globais e por isso exigem além de uma identidade nacional uma identidade supranacional ...”, tentando convencer-nos que “... ser português e ser europeu é estar mais bem preparado para combater essa retórica do medo...”, quando ao que se assiste é a uma profunda desigualdade que se gerou no seio dos países que aderiram à moeda única.

Quer a Cimeira de Sibiu, na Roménia – abordada por nós em http://www.lutapopularonline.org/index.php/europeias-2019/2502-sibiu-a-cimeira-do-desespero-do-imperialismo-europeu -, quer este artigo de Moedas, são a admissão por parte dos chamados dirigentes europeus de que o projecto da UE e do euro estão em colapso, em desagregação acelerada.

E estão à procura de uma nova tábua de salvação, tudo indicando que, tal como sucedera com Durão Barroso, o directório europeu, dominado pelo imperialismo germânico, se prepara para premiar mais um traidor, precisamente um dos seus melhores alunos, o primeiro-ministro António Costa para dirigir a nau em risco de naufragar. E sinais não faltam. Desde um artigo no Finantial Times a fazer um rasgado elogio ao primeiro-ministro português e ao seu modelo de governança em Portugal, até a declarações de Moedas, ontem difundidas em vários telejornais nacionais, passando pelos rumores que circulavam nos corredores da Cimeira de Sibiu, todos a considerar que António Costa está a desempenhar de forma excepcional o seu cargo!!!

Os europeístas tentam paralisar a oposição às suas pretensões, programas e agendas políticas, criando o mito de que os sobernistas são isolacionistas. Alguns defenderão isso. Nós, não! Nós defendemos que ser europeísta é admitir a soberania de um directório que mais não tem feito do que servir os interesses da Alemanha imperialista e, no caso de Portugal, aceitar a condição de colónia.

Ao passo que, ser soberanista, como nós defendemos, é estabelecer relações com todas as nações do mundo – incluindo as europeias -, consolidar a nossa vocação atlântica privilegiando as relações com países africanos e da América Latina, reforçar e ampliar a nossa participação no projecto da Nova Rota da Seda, sempre na base do respeito pela soberania de cada estado e na reciprocidade mútua de vantagens.

12Mai2019

LJ

Grelha Tempos de Antena

grelha

Intervenção do nosso primeiro candidato às Eleições para o Parlamento Europeu

 

Camaradas,

Vamos todos acompanhar a intervenção do nosso primeiro candidato às Eleições para o Parlamento Europeu, Luis Júdice, hoje, 13 de Maio 2019, na RTP1 e RTP3, a partir das 21H00.

Pela Saída do Euro e da União Europeia!
Por uma Solução Operária e Comunista!
Pela Soberania Nacional!
O Imperialismo Europeu é a Guerra!

 

Manifesto Eleitoral

Manifesto Eleitoral 

A Candidatura do PCTP/MRPP apresentará hoje, dia 8 de Maio, pelas 18H00, o seu Manifesto Eleitoral, em conferência de imprensa, convocada para o efeito e presidida pelo camarada Luis Júdice.

Convidamos todos a estar presentes na Sede da Av. do Brasil, n.º 200A. 

eleicoes LJ

 

Manifesto Eleitoral 2019

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