CampanhaFundos202206

IBAN PT50003502020003702663054   NIB 003502020003702663054

CORRESPONDÊNCIAS

Greve a 100%! - Maquinistas da CP prosseguem com êxito total a intensificação da sua luta contra o roubo do salário e do trabalho

(do nosso correspondente na CP)

A luta que os Maquinistas da CP têm vindo a travar, de forma ininterrupta, desde 23 de Dezembro do ano passado, contra o roubo do salário e do trabalho, está a registar neste mês de Outubro um novo desenvolvimento. Além da greve a dias feriados, às horas extraordinárias, a mais de oito horas diárias e cinco consecutivas, foi endurecida a luta com a recusa à prestação de qualquer trabalho nas duas primeiras horas de cada serviço, entre o dia 1 e 4 de Outubro, à excepção do serviço Regional, assim como na véspera de feriado quando se verifique uma situação de repouso para fora da sede a que cada Maquinista está adstrito.

No primeiro dia desta nova fase, deu já para entender que a mobilização e vontade de lutar continuam em alta, com uma adesão de 100%. Só nos suburbanos de Lisboa as supressões atingiram os 70% e no Porto os 62%. Isto significa que 30% em Lisboa e 38% no Porto de comboios das chamadas horas de ponta da manhã são ainda conduzidos por maquinistas que se encontram ao serviço desde a noite passada, o que torna perigosa a condução daqueles comboios, uma vez que há desgaste de uma noite não dormida, com o inevitável cansaço, falta de capacidade de resposta e juntando a tudo isto, com o nascer do Sol, o encandeamento, a provocar perturbações na visão.

A nível nacional, a supressão foi de 50%, nos Alfas e Intercidades, tendo alguns saído com um atraso de 2 horas.

Os serviços mínimos que a CP tão zelosamente pretende ver cumpridos, foram desde já liminarmente recusados pelo SMAQ, pois eram apenas uma forma de coacção sobre os Maquinistas, pois não havia qualquer justificação legal, mesmo do ponto de vista da Decisão Arbitral nº 49/2012 - SM de 27 de Setembro.

A determinação demonstrada pelos Maquinistas e por outros ferroviários durante este mês e pelo menos até ao fim do ano, tem trazido ao movimento sindical o exemplo da necessidade de lutar contra aqueles roubos e outros perpetrados pela nova alteração ao Código do Trabalho. Embora toda a imprensa burguesa tente calar esta vontade de vencer, o certo é que todos os dias há comboios suprimidos em todo o país. Naquele tipo de imprensa apenas se faz referência à luta dos ferroviários quando a situação é mais aguda, mas sempre no intuito de virar trabalhadores contra trabalhadores, com a lamechice dos transtornos causados à população ou, fazendo-se porta-voz da Administração, dos prejuízos causados desde o princípio do ano. Não referem, porque realmente a sua função não é informar, mas antes servir a classe dominante na sua intoxicação do povo, que aqueles prejuízos podiam ser evitados se fossem cumpridos os acordos livremente assinados entre empresa e Sindicatos e que, como tal, esses prejuízos devem ser imputados à administração e ao governo que a tutela, além de outras más gestões por estes praticadas.

Se a necessidade de endurecimento da luta se veio a verificar no desenvolvimento desta, também o seu alargamento e conjugação com outros sectores, dentro e fora do ferroviário e dos transportes é uma necessidade que dia a dia se faz sentir. Essa unidade de luta deve ser depois apontada ao governo, exigindo o seu derrubamento, convocando uma greve geral nacional a sério e que tenha como objectivo central precisamente esse derrubamento, a expulsão da Tróica e a renúncia de pagamento de uma dívida impagável, que não é nossa, nem foi contraída em nosso proveito.

PELA GREVE GERAL NACIONAL!
PASSOS PARA A RUA!


Partilhar

Adicionar comentário


Código de segurança
Actualizar

Está em... Home Dar Voz a Quem Não Tem Voz Greve a 100%! - Maquinistas da CP prosseguem com êxito total a intensificação da sua luta contra o roubo do salário e do trabalho