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Ensaio

Um Século Depois: Onde Estamos e para Onde Vamos?

Neste ano 2017, enquanto os arautos da fraude e da mentira tentam silenciar a voz da razão e, com grande desplante, todos os traidores à classe operária procuram confundir os caminhos da civilização; o desenvolvimento da luta de classes prossegue o seu caminho rumo à Revolução Comunista Proletária!

A história da vida dos homens sobre a Terra, investigada e escrita por alguns seres humanos mais dotados, revela-nos que, desde o desaparecimento da comunidade primitiva baseada na propriedade comum da terra, a história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classes.

Sabemos que antes de chegar ao ponto em que nos encontramos – o sistema de dominação da classe burguesa –, outros sistemas houve, com diferentes classes e outros dominadores…

A sociedade burguesa moderna, saída das ruínas da sociedade feudal, pôs em movimento um novo sistema de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção que deu origem à substituição das velhas classes, das velhas condições de opressão, das velhas formas de luta por outras novas.

Na sua luta pelo poder e à medida que o foi alcançando, a burguesia foi varrendo todo o tipo de relações feudais constituidas em entrave ao desenvolvimento das novas forças em ascensão.

O progresso obtido com as descobertas marítimas e a conquista dos novos mercados fizeram aumentar a indústria, dando assim origem à criação, por um lado, de um grupo de milionários, chefes dum exército industrial cada vez maior, e, do outro lado, uma classe de proletários nada tendo de seu a não ser a sua força de trabalho.

Cada etapa do caminho percorrido pela burguesia foi acompanhada do correspondente progresso politico; até que com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, conquistou finalmente a hegemonia exclusiva do poder politico no Estado representativo moderno, cujo governo não é mais do que uma junta que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa!

A par da vertiginosa evolução da burguesia, cresceu e desenvolveu-se o proletariado, a classe dos operários modernos, obrigados a venderem-se dia a dia, eles próprios uma mercadoria, um artigo de comércio como qualquer outro, sujeitos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as flutuações do mercado…

Como diz Marx, no Manifesto do Partido Comunista, “a luta do proletariado contra a burguesia começa com a sua própria existência”. No entanto, enquanto a sua união e organização em classe política não estiver consolidada, ele estará sempre à mercê dos interesses da burguesia…

Em todas as revoluções passadas, por força das circunstâncias que as envolveram e do respectivo grau de desenvolvimento do sistema económico capitalista nos países em que elas ocorreram, o proletariado não pôde ainda avançar para o cumprimento da sua missão histórica, que consiste em libertar toda a humanidade do domínio da exploração e da opressão do homem pelo homem e, sob a ditadura do proletariado, construir uma sociedade comunista sem classes!

Desde 6 de Novembro de 2016, data do colóquio realizado na Urgeiriça, a propósito do Centenário da Revolução de Outubro de 1917, que o líder comunista camarada Arnaldo Matos, com as suas já conhecidas, nacional e internacionalmente,“ Teses da Urgeiriça”, lançou o debate e ao mesmo tempo esclareceu porque é que as duas grandes revoluções quer na Russia em 1917, quer na China em 1949, não foram revoluções proletárias e muito menos instauraram o comunismo naqueles dois países.

Com efeito, “o esclarecimento do carácter e a natureza de classe da Grande Revolução de Outubro, conduzida por Lenine, bem como sobre o carácter e a natureza de classe da Revolução de Democracia Nova, na China, conduzida por Mao Tsé-Tung, reveste-se da maior importância e é de enorme actualidade para os proletários de todos os países, pois tornou-se evidente que a instauração do capitalismo monopolista de Estado na Rússia e na República Popular da China não pode deixar de estar directamente relacionada com a natureza das revoluções de Outubro de 1917 e de 1949, respectivamente, na Rússia czarista e na China semi-feudal”.

A questão é pois, saber porque é que, doravante, estão reunidas as condições históricas para o proletariado avançar no cumprimento da sua missão histórica, tal como nos sugere a presente situação mundial e as convulsões com que se debate o já moribundo imperialismo global.

Foi a própria burguesia que invadindo até os mais recônditos espaços, transformou o globo terrestre num mercado mundial único, onde já só ela mesma e as suas contradições se digladiam; enquanto no lado oposto, o imenso exército dos espoliados se perfila tendo à sua cabeça o proletariado, preparando-se para a batalha final que já só pode terminar com a vitória da Revolução Comunista Proletária!

Como nos diz o camarada Arnaldo Matos, Fundador do PCTP/MRPP, nas suas “Teses da Urgeiriça”:                                                                                  

“…Vivemos num planeta em que o imperialismo, estádio supremo e último do capitalismo, se mundializou e globalizou, ou seja, se tornou dominante ao nível local e ao nível geral. É agora que se irão intensificar as guerras entre as grandes potências imperialistas. Qualquer dessas guerras tenderá a mundializar-se também, como está a suceder com a guerra imperialista pela conquista do petróleo e matérias-primas no Próximo e no Médio Oriente.

Essa guerra leva já mais de quarenta anos e a tendência é mundializar-se cada vez mais. Dessas guerras imperialistas acabarão por nascer as revoluções proletárias socialistas modernas, e que – essas sim – estão em condições de permitir a destruição do modo de produção capitalista e instaurar o novo modo de produção comunista.”

Viva a Revolução Comunista Proletária!

23.03.17

José Dias Cruz
Discutido e Aprovado no
Comité Regional do Maciço Central

 



 



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