Opinião
Mais 4 vítimas operárias da guerra de classes
Vale de Cambra - Construção Civil
Mais 4 vítimas operárias da guerra de classes:
Um morto, dois feridos graves e um ligeiro em Vale de Cambra
Na sexta-feira passada, por volta das 10:30, um enorme estrondo ecoou no vale do Caima e sobressaltou os corações dos castelonenses.
Ruiu para o interior, parte da fachada traseira duma casa em reconstrução na rua D. Tomaz Gomes de Almeida à entrada de Castelões, Vale de Cambra.
Ficaram debaixo da parede e de andaimes 4 operários valecambrenses, todos pedreiros experientes.
Dois conseguiram, embora feridos, um com gravidade, pelos próprios meios, desenterrar-se e pedir ajuda.
Os outros dois, só com a acção dos bombeiros voluntários de Vale de Cambra foram desenterrados, ambos gravemente feridos e já em paragem cardio-respiratória. As manobras de salvamento trouxeram para a vida um, o que foi internado no Hospital de Gaia, mas não conseguiram salvar o outro.
O pedreiro que morreu vendia a sua força de trabalho, já há dez anos, para a mesma empresa de construção civil. Tinha 46 anos de idade, mulher e uma filha de 17 anos.
Como é habitual nestes casos, tudo o que é imprensa e autoridades, compareceram no local, incluindo o presidente da câmara. Mas, para quê? A primeira coisa que o Presidente da Câmara de Vale de Cambra fez foi eximir-se de responsabilidades. Ninguém ainda o tinha acusado de nada! mas a primeira coisa que disse para as televisões foi que a câmara licenciara a obra, contudo a responsabilidade da ocorrência fatal recaía sobre o dono da obra e o construtor.
Agora vai ser a vez da ACT fazer o inquérito da praxe. Se os inspectores forem competentes, passarão tudo a pente fino e indiciarão os responsáveis. Mas, como a experiência já mostrou, nada será feito para se evitar, no futuro, casos idênticos, além de que haverá um responsável que escapa sempre aos olhos dos inspectores e da lei. Não há segurança no trabalho e os operários morrem porque o que interessa é o maior lucro!
Em capitalismo só vence quem tiver lucro. Mesmo que faça a melhor coisa do mundo, se não tiver lucro, é derrotado. É essa a lei no capitalismo. É com isso que os patrões se justificam da incúria que mata e fere os operários no trabalho. Um campo da guerra de classes fica criado!
Morte ao capitalismo!
Viva o comunismo!
11Jan2021
O correspondente no distrito de Aveiro