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EDITORIAL

Sobre a Exoneração de Três Secretários de Estado

Arnaldo Matos

Os três secretários de estado, de que exigi a demissão (e até a prisão imediata de um deles!) em dois dos meus editoriais de 6 de Agosto e de 7 de Outubro do ano passado, apresentaram ontem, domingo, ao chefe do governo, os respectivos pedidos de exoneração dos cargos que ocupavam.

Trata-se do secretário de estado dos assuntos fiscais, Fernando Rocha Andrade, do secretário de estado da internacionalização, Jorge Costa Oliveira, e do secretário de estado da indústria, João Vasconcelos.

Entre outros corruptos, esta canalha deixou-se corromper pela Galp, dona do monopólio do sector energético do petróleo e do gás em Portugal, um dos maiores contribuintes fiscais do País, que deve ao Estado a espantosa quantia de 240 milhões de euros em impostos e que não os quer pagar. Pois o secretário de estado dos assuntos fiscais e outros secretários de estado e figuras públicas aceitaram da Galp, entre Junho e Julho de 2016, quantias ainda mal calculadas, mas que ultrapassam os três mil euros a cada um deles, em viagens de avião, hospedagem em hotéis e bilhetes de futebol, para assistir em França a jogos da equipa de Portugal no campeonato europeu de futebol.

Tive oportunidade de denunciar, em artigos assinados e publicados no Luta Popular Online, esta corja de corruptos, que faz parte do governo de António Costa e tem o apoio do partido socialfascista de Jerónimo de Sousa e do partido oportunista de Catarina Martins, e exigi, sem a menor hesitação, a demissão imediata dos três secretários de estado e a prisão do secretário Francisco Rocha Andrade, porquanto se permitiu receber presentes de um dos maiores caloteiros do Estado, cujo processo de dívida passaria e passa pelo seu pelouro governamental.

Nenhum dos três secretários se demitiu, e o próprio primeiro-ministro, António Costa, considerou insignificante a corrupção dos três secretários de estado, assim como a corrupção em que está incurso o próprio assessor económico do primeiro-ministro, Victor Escária, já constituído arguido no caso Galpgate, designação do processo investigatório da Polícia Judiciária na corrupção de membros do governo e outras entidades públicas pela Galp.

Já estão constituídos arguidos, além do assessor económico de António Costa, mais dois chefes de gabinete de membros do governo, e irão ser constituídos arguidos dentro em breve os três secretários de estado.

As questões que agora se põem perante estas demissões tardias e já uma vez recusadas são estas:

Primeira: por que razão os secretários de estado corruptos, que aceitaram prendas de alto valor económico da Galp, não se demitiram imediatamente das suas funções quando foram denunciados, nomeadamente pelos revolucionários comunistas que dirigem e escrevem este jornal operário Luta Popular Online?

Segunda: por que razão os ministros que supervisionam aqueles secretários de estado não demitiram eles próprios os seus secretários de estado corruptos? Será que os ministros são tão corruptos como os seus secretários de estado?

Terceira: por que razão António Costa, que abandonou Sócrates à sua sorte de corrupto, não demitiu imediatamente os três secretários de estado e os ministros – economia e finanças – que dirigem esses secretários?

Quarta: por que razão António Costa não demitiu os secretários de estado corruptos e ainda os veio elogiar em público?

Quinta: por que é que António Costa aceitou agora o pedido de exoneração dos secretários de estado, mas os impediu de se exonerarem na altura em que se corromperam e foram denunciados pela prática dos crimes de corrupção?

E mais: por que razão os secretários de estado só pediram a exoneração dos cargos quando o primeiro-ministro António Costa estava de férias fora do País, em Espanha?

Será que foi para criar a ideia de que estas exonerações dos secretários de estado corruptos devem substituir a exigência popular nacional de que é o próprio António Costa quem deve demitir-se ou ser demitido de chefe do governo? Ou para afastar a ideia de que tudo quanto cumpre politicamente fazer é demitir a ministra da administração interna, Constança Urbano de Sousa, pela responsabilidade de 64 crimes de homicídio e dos 200 feridos do incêndio de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos? Ou para afastar a ideia da demissão imediata do ministro da defesa nacional, Azeredo Lopes, pelo roubo do arsenal de guerra de Tancos, que põe em perigo a segurança do País?

Seja o que for, diga-se desde já com todas as letras: os responsáveis pelos mortos e feridos dos incêndios florestais e pelo roubo do arsenal de guerra de Tancos devem ser demitidos, julgados e punidos.

E, para conclusão, a pergunta que se impõe: os operários vão permitir que o partido socialfascista de Jerónimo de Sousa – o PCP – invoque o nome dos trabalhadores para apoiar um governo de ministros e secretários de estado corruptos, incompetentes e criminosos?

10Jul17


 

 

 

 

 

 

 

 

 

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