INTERNACIONAL
Um perigoso desenvolvimento esperado da guerra imperialista em curso
O “roberto” Jens Stoltenberg afirmou, quinta-feira passada, que a NATO acolheria a Suécia e a Finlândia "com os braços abertos" caso apresentassem a sua candidatura de adesão à organização, uma decisão que, segundo o que os seus manipuladores lhe mandaram dizer, dependeria só desses dois países.
Se a NATO fosse o que diz ser, o papagaio Stoltenberg tinha sido imediatamente despedido em desonra. Um seu secretário-geral não poderia nunca, em nome de uma organização que segundo os seus próprios estatutos só admite novos membros com o acordo unânime dos seus membros, dizer que acolheria novos membros “com os braços abertos” sem ter previamente esse acordo unânime. E não tinha: primeiro a Croácia e depois a Turquia atreveram-se a afirmar não estar de acordo. Portanto o normal seria: RUA!
Mas a NATO não é nada disso! E se a Stoltenbergues já ninguém ligava que não fosse como voz do dono, a afirmação só confirmou, de voz certa, o que o dono vai fazer acontecer.
Assim, no domingo, o presidente e a primeira-ministra finlandeses anunciaram publicamente que vão oferecer o seu país à ocupação militar formal pelos EUA usando o acrónimo NATO. Sábado o presidente antecipou esse anúncio à Rússia. Os governantes suecos dizem que vão seguir-lhes os passos. Eis a verdade crua e nua.
As coisas não são como no-las apresentam. Se olharmos ao nosso caso, não foi Portugal que, com seus iguais e em liberdade, fundou a NATO; foram os EUA que impuseram a ocupação militar do país contra o povo português para prevenir o risco de uma revolução proletária, através da criação da NATO. A assinatura do tratado de Washington por um presidente do conselho traidor à pátria que tanto trazia na boca, em 1949, não foi mais do que a confirmação da subserviência e vassalagem da burguesia ruralista e fascista portuguesa ao imperialismo americano, subserviência e vassalagem renovadas pela burguesia portuguesa dos nossos dias.
O véu democrático com que agora é pretendido esconder a ocupação militar de mais dois países está roto. As cadeias de comando das forças armadas finlandesas e suecas há muito que estão em mãos ianques. A integração da forças armadas da Finlândia e da Suécia na cadeia de comando americana iniciou-se em 2001 com a formação da International Security Assistance Force (ISAF) no Afeganistão e foi-se adensando progressivamente com a realização, praticamente todos o anos a partir de 2006, de manobras militares conjuntas NATO/Finlândia/Suécia (e até Suíça), como as Cold Response, onde o inimigo apontado, primeiro vagamente mas por último claramente, é a Rússia. A franquia da porta à ocupação militar ianque da Finlândia e da Suécia já foi feita à socapa. Do que se trata agora é fazer parecê-la democrática.
Daí o ridículo do ruído ensurdecedor do marketing hiper-agressivo da “mudança de opinião” de finlandeses e suecos de oposição para apoio à pertença à NATO. Detractores seguros de sondagens como via democrática, são hoje defensores convictos de que estas sondagens em particular devem nortear a acção dos governos e dos parlamentos desses países passando a prova suprema de que essas acções são democráticas.
Portanto, mesmo quando tudo é feito ao contrário, está bem! O governo e o presidente podem decidir pôr em risco a segurança do país e do mundo e só depois o parlamento discutir, que é democrático! Os parlamentares podem rasgar os compromissos que assumiram nas eleições sem se demitirem justificando-se com resultados de sondagens, que também é democrático! À fava essa democracia!
O outro lado da mesma chusma diz que responderá com medidas técnico-militares adequadas às medidas militares tomadas pela chusma do lado de cá. Pelos acontecimentos na Ucrânia sabemos o que significa. Não é de segurança acrescida que se está a falar. Dos factos só é possível vislumbrar uma perigosa escalada belicista e a continuação do agravamento da exploração da classe operária em toda a UE.
Guerra do proletariado às guerras imperialistas!
Proletários de todos os países, uni-vos!