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PAÍS

Lisboa: mero apeadeiro aéreo ou aeroporto internacional?

Apesar das suas promessas de investimento público para os próximos 10 ou 20 anos, o governo Costa/Centeno não investiu um cêntimo em infraestruturas estratégicas nacionais e prossegue a sua política de despesas correntes orçamentadas, sistematicamente cativadas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, cujo propósito declarado é o de, a mando de Bruxelas, manter o défice zero.

Quer no governo anterior, onde contou com o apoio sem limitações por parte das muletas do PCP, BE e Verdes, quer no actual – que prossegue, no essencial as políticas implementadas pelo anterior – onde, apesar de aparentemente mais discreto, esse apoio se mantém, os resultados dessa política expressaram-se no abandono do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na liquidação da Escola e do Ensino Público, dos Transportes Rodoferroviários, do Serviço de Metropolitano de Lisboa e Porto e do Aeroporto Internacional de Lisboa.

Demonstrando a sua cada vez mais acentuada propensão para o arbítrio e a fascizante arrogância, o governo Costa/Centeno não discute nenhum dos investimentos que se propõe realizar no quadro de uma estratégia nacional de desenvolvimento. Bem pelo contrário!

É o caso da “solução” aeroportuária Lisboa+1, em que o governo surge a ameaçar os municípios que se opõem à proposta de transformar parte da base aérea do Montijo em “segunda perna” do aeroporto internacional de Lisboa – realçando como positivo o facto de ser a ANA, agora privatizada, a realizar o investimento –, quando a solução que se impõe é a de um Aeroporto Internacional de Lisboa, em Alcochete.

Após quatro anos de paralisia, em que Costa e Centeno impuseram, como dizia o nosso camarada Arnaldo Matos num tuíte que publicou em 11 de Janeiro de 2019, “um governo aparentemente de centro esquerda (PS/PCP/BE/Verdes), mas que se comportou sempre como um governo de direita, com orçamentos salazarentos, sem história nem grandeza”, o governo prossegue, no actual mandato, uma política assente na “estupidez e pequenez de espírito de imbecis cruzados de idiotas”, que não vislumbram um futuro para o país persistindo, em matéria de aeroporto internacional, na “solução Lisboa+1, quer dizer Lisboa e um bocado da Base do Montijo”.

Razão tinha o camarada Arnaldo Matos quando, no supracitado tuíte, afirmava que “com gente desta, Portugal nunca teria chegado a nascer e o milagre é que ainda esteja vivo”, sublinhando, mais adiante, ser esta “mesma equipa de tolos que continua a governar Portugal” que se propõe a fazer “um aeroporto assente em duas pernas : uma no já ocupado planalto da Portela e a outra num bocado da pista militar do Montijo”.

Esta estratégia não serve os interesses de Portugal. Dissemo-lo antes e mantemos a convicção de que esta política vende-pátrias serve, sobretudo, os interesses imperialistas de Espanha que se bate por manter a “centralidade” de Madrid e que pretende, com esta “solução”, impedir que Portugal lhe retire o protagonismo que tem tido nesta matéria, remetendo Lisboa para um mero apeadeiro aéreo, incapaz de receber “as novas aeronaves de 800 passageiros que já andam a voar pelo mundo”.

Portugal perdeu quase cinco anos a adiar a solução Alcochete – que vinha, depois de longo e intenso debate, do governo Sócrates, do qual fazia parte António Costa –, para “substituí-la por um projecto menor que não serve o país”.

Ainda no seu supracitado tuíte de 11 de Janeiro de 2019, o camarada Arnaldo Matos relevava o facto de que “o tráfego aéreo do futuro do hemisfério ocidental, quando vem da Europa e sai para África, América, Pacífico e o Oriente longínquo e, em sentido inverso, encontra Portugal – Lisboa e não Madrid”, impõe “um Aeroporto Internacional em Alcochete”, que seja “um investimento estratégico que se prende com a independência e o desenvolvimento futuro de Portugal”, ademais um investimento que, relembrava, se enquadra na “estratégia global da Nova Rota da Seda” acordada entre António Costa – no final do seu anterior mandato – e o presidente chinês.

Lisboa e não Madrid! Optar entre ser placa giratória aeroportuária do essencial do tráfego aéreo de e para a Europa, ou um mero apeadeiro regional, eis o que está em discussão. Optar pela segunda via, como pretendem Costa e Centeno, resulta numa miserável traição aos interesses de Portugal e confere a Madrid , de mão beijada, o papel de uma centralidade que Portugal tem todas as condições para protagonizar.

02Mar2020

LJ

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