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PAÍS

Plataforma logística da Azambuja:
um genocídio de trabalhadores anunciado!

Na Zona Industrial de Vila Nova da Raínha, no concelho da Azambuja, operam cerca de 230 empresas – sobretudo do ramo da logística, indústria alimentar e transportes – que empregam mais de 8.500 trabalhadores.

Apesar de alguns desses trabalhadores serem oriundos de várias localidades da região, uma parte substancial deles – como é o caso da SONAE MC – foram recrutados em Coimbra, Lisboa e Porto, e deslocam-se para o seu local de trabalho, ou em autocarros das próprias empresas ou, a maioria, de comboio.

A primeira empresa da região a registar casos COVID-19 foi a AVIPRONTO – uma empresa do Grupo Luisaves - que procede ao abate de aves e produção de carne. Nesta empresa, que emprega cerca de 300 trabalhadores, foram identificados cerca de 130 infectados com COVID-19, o que obrigou ao encerramento da empresa, determinado pela Direcção Geral de Saúde. A DGS decretou, ainda, que a reabertura da empresa, depois de cumpridas as determinações de segurança impostas por esta instituição,  poderia ocorrer a 10 de Junho próximo.

Jé esta semana, numa das empresas que o Grupo SONAE detém no concelho da Azambuja – a SONAE MC, que emprega cerca de 800 trabalhadores – foram identificados cerca de 80 trabalhadores (até esta 6ª feira, 22 de Maio) infectados por COVID-19. É importante assinalar que, no conjunto das empresas deste Grupo, neste concelho, laboram cerca de 3.000 trabalhadores.

Perante esta situação, quer a DGS, quer as empresas em causa, evidenciaram uma aparente concordância quanto às medidas que deverão ser tomadas para garantir a prevenção de novos casos de infecção ou, pelo menos, uma significatica contenção dos mesmos:

•    Maior número de testes a todos os funcionários
•    Alteração do horário e dos turnos de trabalho
•    Reforço da pedagogia de “distanciamento social” de 2 metros
•    Higienização dos espaços com maior frequência e profundidade

Mas, o problema não é esse! Ao virarem os holofotes para estas questões, estão a desviá-los do verdadeiro foco do problema. O transporte dos trabalhadores para os seus locais de trabalho. E esta é, seguramente, uma atitude homicida, de puro genocídio dos trabalhadores.

Os dois meios de transportes mais utilizados pelos trabalhadores são os autocarros e os comboios. Naquelas que se designam por “horas de ponta”, os trabalhadores são obrigados a vir que nem “sardinhas em lata”, sem qualquer distanciamento social, sem segurança ou conforto.

Privilegiar as questões de organização do trabalho e da exploração, em vez de se focar no que, a montante, é potenciador da transmissão do virus COVID-19, os transportes, é criminoso. Os trabalhadores da Plataforma Logística da Azambuja exigem, de imediato, que sejam reforçados os horários e número de carruagens dos comboios, sobretudo nas chamadas “horas de ponta”, bem como o aumento do número de autocarros para assegurar, em ambos os casos, maior conforto e segurança para os que a eles necessitem de recorrer, sem estarem constantemente ameaçados pela possibilidade de virem a ser infectados pela mortífera pandemia de coronavirus.

22Mai2020

LJ

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