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As Teses da Urgeiriça em Debate

Tal como o Luta Popular divulgou, teve lugar no passado domingo, dia 22, o debate sobre as Teses da Urgeiriça do camarada Arnaldo Matos, e que foi, ao mesmo tempo a forma mais adequada/justa de celebrar o 54.º aniversário do Partido, no momento em que este luta pela sua reorganização.

Debater as Teses da Urgeiriça é trazer para o espaço público o debate sobre o futuro do comunismo, é reflectir e discutir no sentido de encontrar uma explicação para o facto de a Grande Revolução de Outubro de 1917 e a Revolução da Democracia Nova na China de 1949, uma antes do final da Primeira Guerra Mundial e outra depois da Segunda Guerra Mundial, não terem levado à instauração do modo de produção comunista. É concluir que não há um modo de produção socialista e que essa ideia foi o erro cometido. O modo de produção que se segue ao capitalista é o comunista. É questionar, de forma clara, qual o carácter e natureza de classe destas revoluções. É também concluir que as revoluções políticas e ideológicas não conduzem às revoluções nos modos de produção.

Debater as Teses da Urgeiriça é contrariar as ideias reaccionárias de que a História, a evolução da humanidade parou no tempo, que as leis do desenvolvimento das sociedades não existem e “que não há outra História para além do capitalismo”. A sua continuidade reside apenas em reformas e reconfigurações! Como dizem Marx e Engels “A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os seus instrumentos de produção …” (Manifesto do Partido Comunista, p. 24)

Ora bem, a quem é que interessa a divulgação desta ideologia oportunista? Obviamente ao capitalismo, que se encontra moribundo, numa fase avançada de desagregação, enredado em contradições de tal modo insanáveis que não tem outra solução a não ser o desencadear de uma Terceira Guerra Mundial, a cuja preparação acelerada estamos a assistir. Perante este desenvolvimento, tal como afirmava Mao Tsé-tung, “ou a Revolução impede a Guerra, ou a guerra despoleta a Revolução”.

Debater as Teses da Urgeiriça é ter a honestidade intelectual de dizer que algo correu mal, é procurar a solução nos erros cometidos, o que nos vai obrigar, consequentemente, a pôr em questão muitos dos princípios que já dávamos como certos. É quase voltar ao princípio. É voltar a Marx, como refere o camarada. É ter assente que não se pode saltar simultaneamente dois modos de produção.

Debater as Teses da Urgeiriça é defender o internacionalismo proletário, a revolução proletária mundial, é denunciar o que está subjacente ao nacionalismo e ao patriotismo – os operários não têm Pátria, e o capitalismo também não: explora em todos os locais do planeta, independentemente da raça, da religião, do sexo, da idade…

Todas estas questões foram levantadas no debate, sobretudo pelos participantes mais novos presentes na sala, mas também os camaradas com mais anos no Partido verbalizaram as suas perplexidades, as suas dúvidas, ficando bem evidente tanto a importância das ideias apresentadas pelo camarada Arnaldo Matos nas Teses, como a necessidade de se alimentar este debate. A necessidade de se estudar.

Não divulgar as Teses, silenciá-las é um crime, uma forma de deixar circular a ideologia da classe dominante, pensando impedir, assim, a luta de classes, os movimentos dos trabalhadores, que tendem a ser cada vez mais frequentes, conduzindo a uma maior consciencialização e à sua necessária organização.

O debate terminou, em clima de unidade, entusiasmo e luta, ao som da Internacional.

O Comité Central