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EDITORIAL

O garrote monetário

Os últimos garrotados na Península Ibérica foram dois jovens sentenciados por ordem do verdugo Franco em Março de 1974. E houve quem executou a condenação pondo-lhes a garra metálica com que se lhes esmagou o pescoço.

Também com a moeda se condena à morte e também há quem concretize a sentença.

Para o efeito qualquer justificação serve logo que satisfaça quem tem poder de executá-la.

Mas tal como os garrotados em Espanha originaram uma onda de indignação e repúdio dentro e além fronteiras também a iniquidade das coimas desde sempre revoltaram as massas de dentro e de fora do Partido. Lembremo-nos das goradas tentativas fascistas e social-fascistas de silenciar o Luta Popular a seguir a Abril de 1974 com multas de aparato e as perversas coimas com que ultimamente a Entidade de Contas e dos Financiamentos Políticos dá cobertura aos prevaricadores internos e externos e condena o Partido com abusivas e desproporcionadas coimas face à insignificância dos lapsos e valores envolvidos.

Mas é assim que o Estado do capital, hoje totalmente internacionalizado, actua. As monumentais dívidas dos grupos económicos e as irregularidades dos mais poderosos partidos da burguesia têm sucessivas prorrogações ou mesmo a caducidade da obrigação de regulá-las mas para quem pouco tem não há perdão mesmo para com esse pouco contar. É o assalto em toda a linha à única mercadoria que consumida cria riqueza em vez de ser eliminada ou depreciada pelo consumo: a força de trabalho, especialmente de quem só ela lhe reste para sobreviver.

É por isso que toda a lábia do bando pequeno-burguês que sucessivamente tem tomado de assalto o poder em Portugal não passa de santo e senha, ora assumidamente assassina ora de farsante democracia, a adoptar conforme mais favoreça a progressão do capital, a acelerada proletarização e ruína da população e a intimada ocupação do país.

O problema financeiro é fundamentalmente um problema da classe que o formula. E o que é uma boa solução para o comprador da força de trabalho não pode deixar de ser uma má solução para quem tudo aliena por um salário. Estamos a chegar a um ponto de não retorno: o actual espartilho empresarial cada vez menos comporta o desenvolvimento explosivo das forças produtivas. E, ou os espartilhados trabalhadores rebentam com o constrangimento, ou são economicamente esmagados senão mesmo abatidos à bala e à bomba como a burguesia mundial tem levado a efeito na ex-Jugoslávia, na Síria, na Líbia, no Iraque, no Afeganistão, na Somália, enfim, por todo o mundo e actualmente leva por diante, com renovada ferocidade, na Ucrânia.

Os trabalhadores resistem em todas as frentes ao violento ataque económico que a contabilidade burguesa legitima e o inalienável direito de apropriação da mais-valia pelo capital consubstancia e impõe, assim como o insucesso das sucessivas tentativas de liquidação do PCTP/MRPP por forças internas e por forças externas em simultâneo mostra bem até que ponto é que a burguesia tem a noção do perigo que corre com um esclarecido movimento operário hostil à demagogia e ao ludíbrio e uma segura, coesa e firme direcção política inequivocamente proletária, cientificamente validada e efectivamente comunista liberta da peçonha, adulteração e dolo revisionistas.

Ao cerco e à provocação monetários, respondamos com confiança e fundamentadamente!

Às tentativas de liquidação da organização operária, façamo-las uma a uma fracassar!

Viva o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses!

Ousemos lutar ousemos vencer!

Pedro Pacheco

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