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INTERNACIONAL

Spitzenkandidaten – Imperialismo europeu tenta organizar-se em torno de um candidato comum!

A luta e o debate que se está a desenvolver em torno do chamado Spitzenkandidaten (cabeça de lista de cada família política europeia) só interessam à classe operária e aos povos dos países europeus – sobretudo os que fazem parte da chamada União Europeia – na medida em que revelam as profundas contradições que se estão a gerar no seio do imperialismo europeu. 

Neste contexto, é irrelevante que o novo presidente da Comissão Europeia seja o candidato proposto pelas famílias políticas maioritárias no Parlamento Europeu ( Populares, Socialistas, Liberais e Verdes) ou venha a ser designado pela própria Comissão Europeia, ainda que essa eleição venha a ser sujeita à aprovação do Parlamento Europeu. 

O que é relevante ter presente é no que é que a resolução dessas contradições se vai traduzir, pois o resultado será sempre o mesmo – qualquer que seja o proposto, escolhido e eleito, terá sempre de ser um reaccionário da confiança do imperialismo germânico e dos seus lacaios menores, como Portugal, que, na actual situação de crise da União Europeia e da intensificação dos preparativos da guerra mundial imperialista, cumpra o papel de mandarete dos interesses das potências economicamente dominantes.

Na actual fase da luta entre as diferentes potências imperialistas europeias, assistimos a um aprofundamento da exigência do Parlamento Europeu em ter mais poderes do que o Conselho Europeu, reclamando que a Comissão se submeta a este fórum, como se se tratasse de um executivo face a uma Assembleia eleita. Como se essa alegada democratização providenciasse, por um lado, melhor eficácia para a anunciada convergência e, por outro, facilitasse os jogos de bastidores que levassem a matemáticas eleitorais mais favoráveis aos diferentes blocos imperialistas em presença. 

Apesar de ter perdido algum peso na representação parlamentar da UE, o Partido Popular Europeu (PPE), um dos quatro principais grupos representados no Parlamento Europeu – populares, socialistas, liberais e Verdes -, reclama agora o direito de nomear o seu Spitzenkandidaten, Manfred Weber. Socialistas e Liberais, que recusam esta opção – defendendo que quem deve ser eleito é Timmermans (Socialista) e Vestager (Liberal) – tentam forçar o Parlamento Europeu a tomar uma decisão diversa. 

Face a este aparente empate técnico, Populares, Socialistas, Liberais e Verdes, avançaram com a constituição de cinco Grupos de Trabalho que, alegadamente, terão por missão definir a agenda e o programa que a Comissão deve ter presente quando convidar quem considere dever a presidir à mesma. 

O programa em causa, a implementar nos próximos 5 anos, e delineado na cimeira de Sibiu, deve contemplar, por ordem da importância que os grupos de trabalho lhe atribuíram, os seguintes temas: 

  • O ambiente. Onde, ao que se sabe, caberão temas como a biodiversidade, a energia, a mobilidade, o combate às alterações climáticas e o desperdício. Uma hipocrisia, no quadro de um sistema capitalista e imperialista, assente no lucro a todo o custo, e que tem considerado todo e qualquer investimento nesta área como um óbice a esse desiderato. Sempre defendemos que, só no quadro de novas relações de produção comunistas, em que os meios de produção estejam ao serviço da classe operária e do povo e por ela sejam geridos, é que se poderá falar e praticar uma verdadeira política do ambiente;

  • A política económica. Nomeadamente a política económica e social, o emprego, o comércio internacional, a concorrência e política industrial e o aprofundamento da União Económica e Monetária. Ou seja, mais do mesmo! Ou pior! O que a divisão europeia do trabalho imposta pela Alemanha e seus aliados ditou nos mandatos anteriores teve o resultado que se conhece. Uma cada vez maior divergência das economias europeias, com aqueles que mantiveram o poder industrial e financeiro intactos a dominarem e a sufocarem – através de garrotes como a dívida e o euro – os países mais pobres que, para aderirem à ilusão de uma Europa convergente aceitaram destruir todo o seu tecido industrial, agrícola e piscícola, como foi o caso de Portugal.

  • Para dar alguma consistência de modernidade ao programa, incluíram a digitalização, a inovação e a inteligência artificial. Não no sentido de melhores benefícios para os povos da Europa comunitária, mas na perspectiva de redução dos chamados custos de contexto. Isto é, o objectivo não será o de proporcionar maior qualidade de vida e disponibilidade para a cultura e lazer para os trabalhadores, mas sim criar mais desemprego e maiores lucros.

  • Lei e Direitos Fundamentais. Uma parte do programa que, a par dos temas económicos e ambientais, maiores factores de divisão no seio do imperialismo europeu poderá provocar. Estamos a falar, como é óbvio, da segurança, do combate ao terrorismo, das fronteiras e da migração. A história recente demonstrou à exaustão que, apesar das divergências formais entre os chamados europeístas e os designados populistas/nacionalistas, ambos tiveram – face à crise dos refugiados – comportamentos absolutamente vergonhosos e criminosos. Escamoteando que foram as guerras promovidas e financiadas pelo imperialismo europeu– incluindo o fornecimento de armamento pesado e sofisticado – que provocaram o êxodo das populações, em fuga da guerra, da fome e da miséria que esses conflitos geraram nos seus países.

  • Política Externa. Um tema que nunca esteve presente em anteriores mandatos da Comissão Europeia. O imperialismo alemão a considerar que se encontra num estádio confortável de domínio sobre os imperialismos europeus menores para poder desenvolver e colocar em prática uma política comum externa (assente na sua conhecida concepção de espaço vital), que englobe a defesa e a eventual criação de um exército europeu, responsável por assegurar a paz na Europa e a defesa dos interesses do imperialismo europeu – mormente os da Alemanha e da França – em África. 

Seja qual for o método ou o candidato a designar para a Presidência da Comissão Europeia, o que a classe operária e os povos europeus dos países que integram a UE podem esperar não é a paz, não é a convergência, não é a prosperidade e dignidade para quem trabalha e vive neste espaço.

As elevadíssimas taxas de pobreza registadas no final de 2018 – 114 milhões de pobres a que se juntam 32 milhões de trabalhadores que, apesar de auferirem de algum rendimento, este não chega para assegurar a sua sobrevivência -, a cada vez maior e mais profunda divergência entre países que beneficiam do euro – em 20 anos de moeda única a Alemanha beneficiou, em termos de riqueza do PIB, em 1.893 mil milhões de euros – e países que só têm sido prejudicados pelo euro – Portugal, também em 20 anos de adesão ao euro, perdeu 424 mil milhões de euros da sua riqueza no PIB -, a cada vez mais intensa luta pelo protagonismo na cena internacional de potências imperialistas como a Alemanha, a França e o Reino Unido, não prenunciam, nem a Paz, nem a prosperidade para os povos. A situação geopolítica alterou-se com o imperialismo americano a perder a supremacia, perante o crescente poder do imperialismo Chinês, e a pressionar a Europa que perdeu o centralismo que detinha. As regras vão ter de mudar. 

Finalmente, não deixará de ser esclarecedor para os operários e trabalhadores portugueses verem um apaixonado envolvimento por parte dos recém eleitos deputados europeus pelo PCP e pelo BE, na discussão em torno da escolha democrática do candidato em melhores condições para representar os interesses do imperialismo europeu. 

Junho2019                                           LJ 

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Dar Voz a Quem Não Tem Voz

Oeste

Um exemplo de liquidação do SNS

Recebemos de um nosso leitor a carta que expressa a preocupação quanto ao previsível encerramento do hospital de Torres  Vedras e que, abaixo, transcrevemos na íntegra 

Exmos Srs,

Meu nome é Patrick Francisco, tenho 46 anos, e sou residente em Torres Vedras.

Tomei a liberdade de deixar aqui uma reflexão sobre uma questão fundamental para os cuidados de saúde na Região Oeste de Portugal.

Um dos temas que tem suscitado grande preocupação entre os torrienses e em toda a Região Oeste, está relacionado com o acesso aos serviços hospitalares. Até agora, a Região Oeste tem sido servida por 3 Hospitais, nomeadamente em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.

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