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PAÍS

Seguro Ganhou ou Perdeu as Eleições?

Não querendo nem devendo antecipar-me à análise do comité central do PCTP/MRPP sobre os resultados das eleições europeias do passado dia 25 de Maio, o leitor decerto relevar-me-á que, apesar de tudo, me pronuncie imediatamente sobre o significado político da votação obtida pelo partido socialista de António José Seguro.

Nestas últimas eleições, e quando faltam ainda duas freguesias e dezassete consulados para apurar, o partido socialista obteve 1 032 895 votos, na percentagem de 31,47 % dos votos expressos, e elegeu oito deputados, enquanto que a coligação que suporta, com Cavaco, o governo de traição nacional PSD/CDS, obteve 909 588 votos, na percentagem de 27,71 % dos votos expressos, e elegeu sete deputados.

A derrota da coligação dos partidos governamentais foi esmagadora, atendendo a que tais partidos chegaram ao poder com uma maioria absoluta de votos e agora se quedaram por pouco mais do que um quarto dos votantes.

Contudo, o partido socialista obteve apenas mais 3,75% dos votos do que os dois partidos governamentais e obteve somente mais um deputado do que esses dois partidos.

José Sócrates, um dos principais responsáveis, enquanto primeiro-ministro do partido socialista, pela situação dramática em que se encontra o País e pela assinatura do memorando de entendimento que trouxe a Tróica para Portugal, declarou ontem perante a comunicação social, ao efectuar o balanço das eleições europeias e da posição de Seguro, o seguinte: “Como é que se discute um líder que ganha? Não faz parte do que é normal em política”.

Queria pois Sócrates significar que o partido socialista e Seguro haviam ganho as eleições de ontem e que, muito embora os ganhos do PS e de Seguro fossem escassos (3,75% e um só deputado), não se podia discutir a permanência do líder.

Ora, a verdade nua e crua é que nem o PS nem Seguro ganharam fosse o que fosse. PS e Seguro perderam efectivamente as eleições europeias de ontem.

Com efeito, após três longos anos de política austeritária do governo de traição nacional Coelho/Portas, com o País inteiro revoltado contra esse governo de traidores, Seguro e o PS não conseguem descolar desse governo em termos eleitorais.

Sete em cada grupo de dez portugueses – por descontentamento, repulsa ou descrença no sistema – não foi às urnas e não votou ou, com mais exactidão, votou com os pés. Quase oito por cento dos votantes votou em branco ou nulo. Cerca de 9% votaram nos pequenos partidos.

Seguro e o PS não conseguiram captar nenhum dos cerca de 70% dos eleitores que resolveram abster-se, votar em branco ou nulo ou nos pequenos partidos do sistema eleitoral.

Manifestamente, sob a direcção de Seguro e com a sua política reaccionária de direita, o PS está condenado à falência.

Precisamente por causa dessa política reaccionária, que em nada se distingue da política do governo de traição nacional Coelho/Portas, o partido socialista, sob a direcção de Seguro, tornou-se num bloqueio para o sistema democrático português.

Com a política nestes três anos defendida por Seguro, nunca seria possível ao presidente da República, mesmo quando porventura o quisesse, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas. Se o fizesse, o partido socialista de Seguro jamais obteria uma maioria de votos e acabaria por perpetuar no governo os partidos de Passos Coelho e de Portas, com acordos de incidência parlamentar ou governativa.

A situação criada por Seguro é muito complicada e está a bloquear todo o sistema democrático herdado da revolução de Abril.

É, pois, urgente denunciar e correr com a política oportunista e direitista de Seguro.

Mas não se julgue que o problema se resolve com a substituição de Seguro por qualquer outro político da elite dirigente do PS. Tanto António Costa, como José Sócrates, Carlos César ou Ferro Rodrigues, têm a mesma política de direita de António José Seguro.

Os partidos socialistas europeus chegaram ao fim da picada, e nada têm para dar ao povo trabalhador nos países onde ainda subsistem, a não ser a exploração e miséria que lhes reservam os partidos do grande capital.

O partido socialista grego – o Pasok – depois de andar durante dois anos a trair o povo grego em conúbio com a Alemanha e a Tróica, quase desapareceu de circulação, remetendo-se hoje a um quarto lugar no espectro político helénico, atrás do próprio partido nazi, sempre em aliança com os partidos de direita.

O mesmo se está a passar em França, onde o partido socialista de Hollande, com maioria absoluta em 2012, ficou ontem reduzido a 13% do eleitorado francês. O partido socialista espanhol, apesar de estar no Poder o partido á sua direita, foi ontem desautorizado pelo eleitorado, obrigando o secretário-geral do PSOE a demitir-se e a convocar um congresso extraordinário.

Os partidos socialistas europeus acabaram ou estão em vias de acabar. Como sucede com o PS de Seguro, de António Costa, de Sócrates ou de Ferro Rodrigues.

O desaparecimento dos partidos socialistas europeus, aliados dos partidos da direita e da extrema-direita, constitui um progresso para o movimento operário e para o triunfo da revolução proletária.

Os trabalhadores portugueses não devem alimentar ilusões sobre Seguro, António Costa, Ferro Rodrigues e Sócrates: tudo pertence à mesma cambada de traidores e oportunistas. O seu desaparecimento é um progresso para a revolução e para a democracia.

Com o PS, seja de Seguro, de Costa, de Sócrates ou de Ferro Rodrigues, nunca haverá um governo democrático e patriótico em Portugal, susceptível de tirar o país do Euro e recuperar totalmente a sua independência nacional.


Espártaco


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