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PAÍS

A (fracassada) manifestação da CGTP de 16 de Junho em Lisboa - Assim não se vai lá...

2012-06-16-manif-01A Intersindical, no seguimento da grande greve geral do passado dia 22 de Março, resolveu convocar duas manifestações – uma no Porto, no passado dia 9 de Junho e, outra, em Lisboa, no dia 16 seguinte.

Resumiu-se a isso a táctica apontada por aquela central sindical para o movimento operário e sindical, à saída daquela vitoriosa jornada de luta, num momento em que os trabalhadores continuam a ser cada vez mais atacados pelo plano contra-revolucionário do governo de traição nacional de transferir um volume colossal de rendimentos do trabalho para o capital, para assegurar o pagamento de uma dívida que os trabalhadores não contraíram e que não cessa aliás de crescer.

Apesar de procurar atrelar e desviar os operários e trabalhadores para mais uma passeata, ainda assim, a CGTP não conseguiu impedir que em alguns sectores, como o dos transportes, e nalgumas fábricas e empresas da construção civil e indústria eléctrica, os trabalhadores realizassem várias greves que se estenderam pelos meses de Maio e Junho e se prolongarão pelo mês de Julho, greves essas contra o roubo do trabalho e do salário.

Em lugar de pugnar pelo reforço da unidade dos trabalhadores e forças políticas e sindicais para assegurar a continuidade e alargamento do movimento grevista, ainda que com greves parciais e sectoriais, em torno do objectivo político do derrube do governo e do não pagamento da dívida, passando, designadamente, pela organização das forças operárias para impedir nas fábricas e locais de trabalho a aplicação das alterações terroristas do código do trabalho que o presidente da República, como era expectável, acabou de promulgar, a CGTP veio, no fundo, neutralizar o impacto da inevitável e crescente disposição de luta dos trabalhadores, através da mobilização para uma manifestação que se traduziu num fracasso.

Fracasso esse, aliás, anunciado, visto que, desta vez, a direcção da CGTP afastou da sua preparação e participação todos os sindicatos e correntes sindicais que não aceitassem a sua direcção e controlo políticos.

Se é esta a concepção de unidade e de luta nas empresas, se o propósito é o de andar de passeata em passeata para, assim, aparentar combater o governo, então o movimento operário e sindical corre o risco de ser esmagado.

O que está em marcha no nosso país, continuamos a insistir, é uma ofensiva da contra-revolução que já liquidou todas as conquistas alcançadas pelos trabalhadores a seguir ao 25 de Abril e, para lhe fazer frente, é necessário apontar de forma clara aos operários os seus objectivos e tarefas políticos, designadamente, o não pagamento da dívida e a saída do euro, e a constituição de um governo democrático patriótico que garanta que os sacrifícios temporários que essa luta implica não sejam inúteis nem revertam para a classe dos exploradores.

Com o oportunismo e a desorientação que a direcção da CGTP agora manifesta é que o movimento operário português não vai lá.


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