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PAÍS

Do que é que se está à espera para correr com o fascista?

Pedro Passos Coelho gosta de ser comparado a Salazar e esforça-se continuamente por imitar a postura política do fascista de Santa Comba. Ainda agora, quando foram apresentados os resultados da execução orçamental relativa ao primeiro semestre de 2012, ficou mais uma vez evidente esse carácter do personagem.

Tais resultados mostram com clareza que tudo o que o governo fez até agora foi decretar o roubo dos salários, das pensões de reforma e da generalidade dos subsídios sociais, e foi também aumentar brutalmente os impostos sobre o trabalho. Em apenas seis meses, os trabalhadores do Estado perderam cerca de 1/5 do seu ordenado nominal. O corte nas reformas destes trabalhadores foi ainda mais violento, correspondendo a uma percentagem que ronda já, em média, os 40% relativamente ao que eram meio ano atrás. Entre os 20% e os 40% foram também, neste período, os cortes nos subsídios de desemprego, nos passes sociais, nos abonos de família, etc., etc.

Comentando estes indicadores, o fascista de Massamá confessou-se “muito satisfeito”pela dimensão dos roubos atrás referidos. E com o mesmo estado de espírito declarou-se disposto a continuar a praticá-los ainda com maior intensidade. De facto, perante a enorme quebra nas receitas dos impostos (quase 10% relativamente ao orçamentado no princípio do ano e 7,2% a menos, em relação ao Orçamento Rectificativo aprovado há escassos três meses), o Coelho declarou que essa quebra nas receitas fiscais corresponde a uma variável que supostamente o governo “não controla”, acrescentando que tal quebra terá de ser compensada pela variável que o governo diz “controlar”, isto é, por novos roubos nos salários, nas pensões e nos subsídios.

Diz o patife que o governo “não controla” a arrecadação dos impostos. Pura mistificação. A partir do final de 2011, todas as despesas que as famílias pobres e trabalhadoras têm que fazer diariamente sofreram um aumento médio de cerca de 6%, por via de um aumento de dois pontos percentuais no IVA e da passagem de inúmeros bens de primeira necessidade para os escalões intermédio e superior deste imposto. Por outro lado, no quadro da quebra geral na receita dos impostos, atrás mencionada, as receitas do IRS, imposto que incide principalmente sobre os rendimentos do trabalho, aumentaram 11,5% nos últimos seis meses. Na verdade, os impostos sobre as famílias trabalhadoras são ferreamente controlados (e, como tal, permanentemente aumentados) pelo governo e representam uma outra dimensão do roubo praticado sobre o salário real dos trabalhadores O governo controla também a redução do montante global do IVA (apesar do aumento das respectivas taxas, as receitas deste imposto baixaram 1,8% no primeiro semestre deste ano), por via da enorme quebra na capacidade de consumo imposta às famílias trabalhadoras, da mesma forma que controla a forte diminuição nos impostos sobre o capital (IRC), por via das quebras de rendimento e falência de centenas de milhar de pequenas e médias empresas, e ainda por via da sua recusa em taxar os rendimentos da banca, dos grandes grupos económicos e das grandes fortunas.

A política salazarista que Passos Coelho tanto admira e pratica resume-se afinal em tirar aos trabalhadores para dar aos capitalistas, em tornar os pobres ainda mais pobres e os ricos ainda mais ricos. E traduz-se em praticar tais canalhices invocando sempre os “superiores interesses da nação”. Tal como o seu alter ego, o Coelho repete incessantemente (e pratica) a máxima salazarista de que não há “direitos adquiridos”, isto é, a saúde, a educação, as pensões de reforma, o subsídio de desemprego, o abono de família, os transportes públicos, etc., etc., deixam definitivamente de ser um direito de cidadania para todos, passando a sê-lo apenas para as classes burguesas e capitalistas. Aprendiz de ditador fascista, o Coelho encarregou o sinistro Relvas de colocar os meios de comunicação totalmente ao seu serviço e de fazer dos chamados “serviços de Informação” uma nova Pide sob o seu controlo directo. A democracia é também decididamente um “direito adquirido” que deixou de existir sob o actual governo. E, por detrás das loas ao “país” e à “nação”, o que existe de facto em Passos Coelho, como havia em Salazar, é a mesma subserviência canina ao Reich alemão e aos seus diktats fascistas e imperialistas.

O governo actual e o seu chefe são profundamente odiados pelas massas. Há pouco tempo atrás, ainda o Coelho tentava fazer passar a ideia de que o povo português estava disposto a “aceitar” os sacrifícios que lhe têm sido impostos. Mas agora o homem já diz “que se lixem as eleições!”, reconhecendo assim o seu completo isolamento perante as massas trabalhadoras. De que é que se está à espera então para impor o seu derrubamento? Este objectivo tem de figurar à cabeça de todas as reivindicações dos trabalhadores e de uma nova greve geral, mais forte e ampla que as anteriores. A força capaz de derrubar o governo será a força que poderá impor a constituição de um novo governo, democrático e patriótico, um governo de unidade que repudie a dívida pública, que retire o país do euro, que nacionalize a banca e os principais sectores da economia e que aplique um programa de desenvolvimento ao serviço das classes trabalhadoras.


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