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Congresso democrático das alternativas - Unidade, mas só na base dos princípios

2012-10-05-congresso das alternativas 01A convite da respectiva Comissão Organizadora, o Partido esteve representado pelo seu Secretário-Geral, camarada Luís Franco, no Congresso democrático das alternativas que decorreu na Aula Magna da Reitoria da Cidade Universitária.

Participaram também como congressistas vários membros do Comité Central e militantes do Partido.

Embora a Declaração final do Congresso tenha sido aprovada na generalidade, designadamente na parte em que reclama o derrube do Governo e eleições antecipadas e naquela em que não afasta a necessidade de se preparar a saída do euro, coube ao camarada Garcia Pereira fazer uma clara demarcação e apontar a nossa inequívoca divergência a respeito da posição de princípio fundamental do não pagamento da dívida, com a medida de suspensão imediata desse pagamento por parte de um governo democrático patriótico, formado ou não no seguimento de eleições antecipadas, bem como aqueloutra de afirmar não termos medo de sair do euro e, se confrontados com a suspensão do financiamento, procedermos imediatamente à criação de nova moeda (o escudo), passando a controlar de imediato todo o sistema bancário, com o recurso à força para o efeito - tudo com vista a reorganizar a nossa indústria e economia, no respeito pela independência nacional.

Foi com esta questão de princípio – que obteve um forte apoio dos congressistas – que veio a ser confrontada a que é defendida por um sector da pequena e média burguesia preocupada com os seus depósitos bancários e que consiste em persistir na inútil e condenada ao fracasso reestruturação da dívida com uma Tróica que o povo português já condenou à expulsão, renegociação que, para além de não ter em conta as consequências da retaliação dos credores germânicos e outros, representará sempre a aceitação do pagamento de uma dívida que o povo não contraiu e que constitui um garrote do qual, se não rejeitar esse pagamento, nunca se libertará.

2012-10-05-congresso das alternativas 03O camarada Garcia Pereira teve ainda oportunidade de, perante um plenário de cerca de mil e quinhentos participantes, exprimir a posição do Partido sobre a necessidade de derrubar o governo, através de greves gerais, e a constituição de um governo democrático patriótico, não cedendo a chantagens de uma Europa hegemonizada pela Alemanha.

Não deixa de constituir um facto relevante que a defesa ardente, metafísica e a todo o custo da Eurolândia e da Europa feita pela deputada do PS Ana Gomes, numa clara tentativa de travar quaisquer rupturas que ponham em causa o PS se Seguro, tenha sido interrompida com vaias.

Aliás, essa mesma posição de meias alternativas veio a surgir na proposta de renegociação do memorando - rejeitada pelo plenário - e não denúncia do mesmo. (Ainda que, em boa verdade, mesmo a denúncia do memorando passou já a ser uma questão secundária, em face da única alternativa da suspensão imediata do pagamento da dívida, com vista ao seu repúdio).

As posições do Partido foram ainda defendidas pelo camarada Luís Júdice, cuja intervenção denunciou a falácia do governo, destinada a paralisar o povo, Segundo a qual se não fossem os financiamentos da Tróica não haveria dinheiro para pagar salários – os 15,5 mil milhões de euros mensais do PIB seriam suficientes para as despesas imediatas do Estado - e apontou a necessidade de recuperar o nosso tecido produtivo destruído por décadas de governação PS, PSD e com a cobertura do CDS.

Importa referir que as divergências do Partido expressas pelas intervenções firmes do camarada Garcia Pereira constaram de propostas de alteração do documento final, as quais foram depois submetidas a votação do plenário.

Sucede, contudo, que essa votação, realizada já no final das cerca de seis horas de duração da sessão plenária e debaixo de uma quase exaustão, embora tenha sido precedida pela defesa do proponente, foi claramente condicionada por sucessivas intervenções do relator da comissão organizadora, facto aliás, denunciado pelo camarada Garcia Pereira, no que foi apoiado pela assembleia.

Seja como for, este Congresso demonstrou acima de tudo que se podem reunir condições para alargar a base de apoio e de unidade de sectores democráticos em torno da formação de um governo democrático patriótico e da suspensão do pagamento da dívida, unidade essa que terá de ultrapassar a dos partidos parlamentares à esquerda do PS.

Unidade que também nada tem a ver, como alguns oradores do BE revelaram, com a tentativa de ultrapassar o que chamam de sectarismos. É que a unidade forja-se em torno de um programa e de uma táctica, mas deve manter intacta a autonomia e as posições próprias de cada partido ou organização que a integram. Quem defende o contrário, esconde o propósito de ver dissolvidos os partidos aliados para poder controlar a unidade.


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