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PAÍS

Os trabalhadores não aceitam andar com a Intersindical ao colo!

Ignorando o clamor das ruas, o mandato popular inequívoco de que a tróica é para ir para o olho da rua, expulsa do nosso país, e de que este governo e quem o apoia é para ser derrubado e escorraçado, hoje, perante milhares de trabalhadores que se manifestavam em frente à Assembleia da República contra a aprovação da Lei do Orçamento Geral de Estado para 2013, a afirmação de Arménio Carlos de “que queremos pagar a dívida” sintetizou bem o quão distante da vontade expressa pelos trabalhadores e pelo povo está o secretário-geral da CGTP.

Para que a CGTP e o seu secretário-geral se decidissem, finalmente, pela mobilização e organização de uma Greve Geral, foram precisas muitas manifestações e pressões populares, foi necessária a demonstração de que este governo está empenhado num brutal empobrecimento dos trabalhadores e do povo. Foi necessário, utilizando uma linguagem mais gráfica, fazer um desenho para que Arménio Carlos e a restante direcção da CGTP entendessem que, não só estava na hora como, se adiassem por mais tempo a marcação desta jornada de luta, os trabalhadores e o povo português concluiriam que necessitariam de outro tipo de organização para conduzir as suas lutas.

Mas, vá lá, como diz o “bom senso” popular, mais vale tarde do que nunca! Mesmo assim, coloca-se a questão estratégica de determinar que objectivos se pretendem com esta Greve Geral, e todas as que sejam necessárias convocar. Persistir na ladainha confrangedora e desmobilizante da “exigência” de que o governo dos traidores Coelho/Portas devem “mudar de políticas”, ou afirmar que o objectivo é mesmo o de derrubar este governo e levar à constituição de um governo democrático patriótico?

Queremos pagar a dívida? Que dívida? Sabe Arménio Carlos explicar quanto se deve, a quem se deve e porque é que se deve? Sabe Arménio Carlos responder a uma questão tão simples como a de que, se “queremos pagar a dívida”, quem é que a vai pagar? Os trabalhadores? Arrogando-se ter o estatuto de falar em nome dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas, e até dos desempregados e precários, então, quem deve pagar a dívida, ou pelo menos parte dela, serão, segundo Arménio Carlos, precisamente aqueles cujos interesses afirma representar.

A dívida é um instrumento de que se serve o imperialismo germânico para submeter, para colonizar, os países que, sagazmente, levou a destruírem os seus tecidos produtivos para, precisamente por terem de importar mais de 80% daquilo que necessitam para gerar economia, entrarem num ciclo imparável de endividamento, numa espiral especulativa de juros, tornando as dívidas absolutamente impagáveis! A dívida não foi um acto individual ou colectivo consciente de todo um povo, e dos seus trabalhadores, que tivessem querido “viver acima das suas possibilidades”, mas antes uma estratégia dos partidos burgueses – PS, PSD e CDS – em servirem os interesses dos grandes grupos financeiros e bancários – sobretudo alemães – para o que foram principescamente pagos.

No dia em que o parlamento aprovou, com os votos dos partidos da traição – PSD e CDS - um novo manancial de medidas terroristas e fascistas que constituem um autêntico genocídio fiscal sobre quem trabalha e o povo em geral; na véspera de uma importante jornada de luta como a que será a Greve Geral marcada para o próximo dia 14 de Novembro, o mandato popular é de uma clareza meridiana e obriga-nos a instar Arménio Carlos e o secretariado da CGTP a recentrarem os objectivos dessa luta: primeiro, quanto à dívida, não pagamos (ou, no mínimo, exigimos a suspensão do seu pagamento); segundo, quanto ao governo que quer aplicar estas medidas, fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu e da qual não beneficiou, só existe um caminho: escorraçá-lo!

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