PAÍS
- Publicado em 26.05.2021
IBERODYE
Vila do Conde
52 TRABALHADORES ATIRADOS PARA O DESEMPREGO
"ESPERO QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGUE"
A fábrica situada em Macieira da Maia (Vila do Conde) já tinha despedido metade dos trabalhadores em Janeiro. Os outros, que têm dois meses de salários em atraso, tiveram o mesmo destino em Abril.
A Iberodye era uma tinturaria de fios e malhas de Macieira da Maia (Vila do Conde). Depois de várias vidas, em que se tinha chamado Belfil e depois Condytinge, quando esta última empresa declarou falência em 2011 assumiu o nome Iberodye, mantendo a mesma administração e instalações que a sua antecessora.
Há mais de um ano que a empresa acumulava dificuldades, com muitas dívidas. Agora que declarou insolvência tem em falta, para além de pagamentos a vários fornecedores, as contas da electricidade e da água, as prestações devidas ao Estado, Segurança Social e Finanças, e empréstimos à banca.
A unidade fabril também ficou a dever dois meses de salários em atraso aos trabalhadores, que se viram obrigados a recorrer ao Fundo de Garantia Salarial. Ficam sem emprego 52 trabalhadores. Um operário afirmou que a administração "não teve nenhuma consideração" pelos trabalhadores "muitos deles com vários anos de casa. Para eles somos apenas números, nada mais do que isso. É de lamentar tanta desumanidade", acrescentando ainda que "espero que o Ministério Público esteja atento e investigue este caso, já que esta empresa recebeu dinheiros públicos para investir e agora fecha desta maneira".
Saliente-se que que em 2018 e 2019, a Iberodye diz que investiu mais de 3,4 milhões de euros na modernização da fábrica, num projecto financiado pelo Portugal 2020. Em 2018, o IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação distinguiu a empresa como uma das mais promissoras do país.
A pontaria do IAPMEI para casos com este fim tornou-se proverbial.
Na espuma da reconfiguração do sistema, milhões e milhões “desaparecem”, ao mesmo tempo que, no coração da mudança, as vidas dos operários são sacrificadas. Nada de ilusões!
A terra está pronta! A semente da revolução tem de ser semeada! Falta o nosso trabalho.
Ao trabalho, camaradas!
APR (correspondente em Vila do Conde)
Dar Voz a Quem Não Tem Voz
Oeste
Um exemplo de liquidação do SNS
Recebemos de um nosso leitor a carta que expressa a preocupação quanto ao previsível encerramento do hospital de Torres Vedras e que, abaixo, transcrevemos na íntegra
Exmos Srs,
Meu nome é Patrick Francisco, tenho 46 anos, e sou residente em Torres Vedras.
Tomei a liberdade de deixar aqui uma reflexão sobre uma questão fundamental para os cuidados de saúde na Região Oeste de Portugal.
Um dos temas que tem suscitado grande preocupação entre os torrienses e em toda a Região Oeste, está relacionado com o acesso aos serviços hospitalares. Até agora, a Região Oeste tem sido servida por 3 Hospitais, nomeadamente em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.