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PAÍS

Tribunal de Contas quer TAP a voar, mas...baixinho!

aviao tap 01Que o acelerado e celerado processo de privatização da TAP, a preços de saldo e garantia prévia por parte deste governo de traição PSD/CDS de que os grupos privados interessados em abocanhar esta companhia de bandeira a “herdarão” liberta do excesso de “gorduras” (leia-se, de trabalhadores), já há muito que o vimos a denunciar.

Tal como já demonstrámos exaustivamente as consequências de Portugal se ver privado de uma companhia de bandeira vital para os nossos interesses estratégicos.

O “espanto”, agora, reside nas afirmações produzidas pelo presidente do Tribunal de Contas (TC), Guilherme de Oliveira Martins, que esta 6ª feira, 3 de Agosto, enfatizou a necessidade de que, a realizar-se, tal privatização não comprometerá a “salvaguarda da soberania nacional e do interesse público”, até porque ele, tal “super vigilante” herói de fantasia, e o seu TC, cá estarão para evitar que tal suceda (a avaliar pelos processos de privatização anteriores, como veremos mais adiante, bem que podemos acreditar nesta declaração de intenções).

Apesar de reafirmar que o TC, conjuntamente com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), vão acompanhar, “em permanência”, o processo de privatização da TAP para assegurar o estrito cumprimento da lei, o que Guilherme de Oliveira Martins e o TC não explicam é como o vão fazer. Da mesma forma que acompanharam o processo REN e EDP?

Mais do que isso, não explicam como, perdendo o nosso país esta companhia de bandeira, manterá a sua influência nos mercados da diáspora portuguesa e como evitará que a TAP perca a sua importância geoestratégica como meio de entrada e saída de milhões de emigrantes e passageiros oriundos dos continentes africano e americano, entre outros.

O que Guilherme de Oliveira Martins tenta escamotear, fazendo o jogo da tróica germano-imperialista e do seu governo de serventuários PSD/CDS, é que o objectivo de abandonar o projecto da construção de um grande aeroporto internacional de Lisboa – em Alcochete – e “suspender” o projecto de alta velocidade, em bitola europeia, remetem Portugal para a total dependência logística de Espanha, que assim aproveitará a “centralidade de Madrid”, passando o aeroporto da Portela a funcionar como mera infraestrutura aeroportuária regional.

Prosseguindo esta falácia, não espanta, pois, que o presidente do Tribunal de Contas venha afirmar que vai estar mais atento ao processo de privatização da TAP, porque reconhece que houve erros no “seguimento do processo de privatização da REN (Rede Eléctrica Nacional) e da EDP”!

Salafrário! Guilherme de Oliveira Martins quer fazer-nos crer que estes processos de privatização não se compaginam com uma visão de classe, burguesa e capitalista, de que ele depende e por ela é principescamente remunerado, que visa a transferência de activos e empresas públicas estratégicas para as mãos dos grandes grupos financeiros e bancários, a fim de proporcionar-lhes uma mais acelerada acumulação capitalista.

E, então, vem-nos com o argumento “técnico”, que tudo pretende branquear, assegurar que vai ter em grande conta o que as “comissões de acompanhamento” (que, de facto, são comissões liquidatárias) dos processos REN/EDP disseram ao TC “de forma clara”, isto é, “que se tornava indispensável em processos futuros” (já certamente a pensar na TAP, e não só), “haver mais tempo e melhores condições para uma ponderação de todas as circunstâncias que estão presentes”.

Pois bem, as circunstâncias não são as que refere o presidente do TC, mas sim as de uma intensa luta que opõe aqueles que pautam a sua acção, aberta ou dissimuladamente, por vender o país a retalho, a mando da tróica germano-imperialista e para servir os interesses de classe que esta representa, aos trabalhadores e o povo. A única saída é lutar contra a privatização da TAP, organizar os trabalhadores desta empresa e das empresas que já foram alvo do mesmo processo, como a REN e a EDP ou que estão na calha para sofrerem o mesmo tratamento, pois se não o fizerem, congregando o apoio de todos os trabalhadores e do povo português, a alternativa que os esperará representa mais fome, mais miséria, mais desemprego e precariedade.

Os trabalhadores da TAP, da REN, da EDP e de outros sectores e empresas públicas que integram o “plano de privatizações” deste governo de traidores, têm de unir-se, exigir das suas direções sindicais e comissões de trabalhadores maior empenho, mobilização, organização e combatividade para a luta, unindo todas as lutas, quer através de greves sectoriais, quer, sobretudo, através de Greves Gerais Nacionais.

Tantas quanto as necessárias para assegurar o derrube deste “comité de negócios” presidido por Passos e Portas, expulsando a tróica germano-imperialista que eles servem do nosso país, e constituindo um governo democrático patriótico que, para além de repudiar uma dívida que não foi o povo que contraiu, nem foi contraída para seu benefício, assentaria o seu programa na colocação da economia ao serviço do povo e de quem trabalha e controlada pelos trabalhadores.


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