CampanhaFundos202206

IBAN PT50003502020003702663054   NIB 003502020003702663054

29 de Abril de 2024

Nota  Imprensa

PCTP/MRPP informa a sua posição sobre o Serviço Militar Obrigatório no momento presente

VIVA O 1.º de MAIO VERMELHO

Quarta feira, 1 de Maio às 15 horas - Sessão Política na Sede Nacional

PCTP/MRPP Não Participa na Farsa Eleitoral para o Parlamento Europeu

A posição do Partido relativamente aos diferentes actos eleitorais estão definidas há muito tempo e foram claramente apresentadas em 2017. Evidentemente que as mudanças políticas podem exigir tácticas diferentes.

O contexto geopolítico em que vão ter lugar as eleições para o Parlamento Europeu no próximo dia 9 de Junho alterou-se de forma gravosa e profunda relativamente às eleições de 2019.

O dito projecto europeu de coesão e justiça social cujo falhanço já se vinha anunciando e que o partido sempre denunciou, foi decididamente substituído pelo projecto de militarização da Europa, com destaque para alguns países da Europa, dirigido pelos Estados Unidos/Nato e que a Inglaterra, a Alemanha e a França lutam por encabeçar. Macron, corrido dos países que ocupava como colónias, esqueceu completamente o seu tão proclamado projecto de Renascimento europeu e trabalha afincadamente por ser um dos senhores da guerra e até já coloca a hipótese e enviar tropas para a Ucrânia. Por seu lado, o Chanceler Scholz fala em estratégia europeia para a indústria de defesa e ainda há dias defendeu que o pilar europeu da Nato tem de ser reforçado.

Ler mais

Derrubar Marcelo É Uma Tarefa da Classe Operária e de Todo o Povo Trabalhador

Sempre soubemos ao que Marcelo vinha quando foi eleito: “meter na ordem o parlamento, o governo, o orçamento e o país” como denunciou o camarada Arnaldo Matos, logo após a sua eleição.

Mas quando alguém “mete na ordem” o país, é certo e sabido que acompanha esse cometimento com um certo tipo de ingredientes: privilégios dissimulados para familiares e amigos, juntamente com ofertas magnânimas distribuídas aleatória e arbitrariamente a pretexto de minimizar misérias evidentes, ou seja, para iludir o povo e esconder os privilégios entretanto concedidos.

O que muitos não esperariam era que o governo PS se prestaria a servir nessa mascarada. Já se tinha visto um secretário de Estado a tentar alterar a data de um voo da TAP para servir Marcelo. Agora pode-se inferir que não se tratou de um secretário de Estado a extrapolar as instruções do governo mas de um secretário de Estado a executá-las. Foi despedido injustamente numa “limpeza de arquivo”, pobre coitado! A política do governo PS era fazer todas as vontades de Marcelo, secretamente. Depois cobraria um preço.

Ler mais

 

Opinião

Entrevista do camarada Pedro Pacheco ao Açoriano Oriental

“Um hospital em cada ilha, adaptado à sua dimensão, é algo fundamental”

PAULO SIMÕES/CAROLINA MOREIRA
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

EntrevistaPedroAcorOrientalPedro Leite Pacheco é natural de São Miguel. Professor reformado e militante do PCTP/MRPP desde 1975, foi várias vezes cabeça-de-lista do partido pela ilha de São Miguel às eleições regionais.

Este ano, já não se apresenta como cabeça-de-lista do PCTP/MRPP. Porquê?
Porque começa a haver aquilo a que se chama uma consciência maior junto da população açoriana de que é muito importante pensarmos na nossa realidade e intervirmos. Não é só deixar os outros falar e pensar, é também cada um pensar, actuar e responsabilizar-se por essa acção.
Portanto, o nosso cabeça-de-lista é um jovem que, infelizmente, está com problemas de saúde, o que nos está a causar alguns problemas, mas de qualquer maneira é um jovem que reúne generosidade com a cultura. E não é só uma cultura livresca, digamos assim, só embebida nas leituras, sem estabelecer uma relação entre esse imenso universo daquilo a que se chama matéria significante com o que é o referente. É uma relação pouco comum, mas de grande relevância.

O facto de o cabeça-de-lista estar com problemas de saúde significa que o PCTP/MRPP vai estar afastado, por exemplo, dos debates que vão sendo feitos para esta campanha?
Vamos ver. O camarada José Afonso Lourdes foi esta semana para as urgências do hospital, ele tem um problema de saúde já antigo, mas que se agravou agora e ainda não sei como vai ser. Ainda está em repouso, sem possibilidade de intervir, pelo menos, hoje.

Como tem sido feita a renovação de militantes no PCTP/MRPP nos Açores?
A luta de classes que existe na sociedade ocorre também dentro das organizações políticas, sejam elas burguesas ou não. Dentro do PCTP/MRPP, como partido comunista, é particularmente violenta, digamos assim, a luta interna ao longo de toda a sua história, no sentido que é o factor decisivo. Portanto, um partido que quer mudar a sociedade, que quer acabar com esta exploração do homem pelo homem, que quer outros referenciais para a actividade económica, evidentemente que sofre estas contingências, estes ataques, tanto externa como internamente.

E a nova geração que se interessa pela política, interessa-se pelo PCTP/MRPP e por aquilo que defende?
Sim... Isto é interessante porque tem a ver com o aumento da consciência no seio da população para os reais problemas que vive e para aquilo que é a demagogia e as promessas grotescas, muitas vezes, e grosseiras.
Estamos numa situação muito crítica nos Açores. Neste momento, começámos a sofrer fortemente e vamos aceleradamente pagar os 40 anos de fantasia, equívocos e ilusões lançadas sobre a população e começamos a ver que as coisas não vão dar pelo caminho que tinham dito.

Qual é a meta que o partido traçou para as eleições regionais de 2020 nos Açores?
A meta é sempre o aumento da organização e a divulgação, o permitir nós podermos expor. Há pouco falava da relação entre a matéria significante e o referente: temos o discurso oficial, mas também temos o discurso popular que é muito diferente do oficial. Nós procuramos dar voz a esse discurso popular, porque hoje temos um desemprego que, por mais escondido que queira ser, é evidente; uma situação de precariedade, nalguns casos, dramática, com exclusão social crescente e uma pobreza que se alarga para sectores que, até agora, julgavam que não tinham problemas económicos.

Acha que há um descontentamento na sociedade açoriana?
Há um descontentamento crescente.

Acha que o MRPP poderá tirar “partido” desse descontentamento e ter um melhor resultado do que há quatro anos?
Não é tirar “partido”, é as pessoas ganharem consciência. E pode ser que sim, mas isso depende das pessoas. Depende do grau de atenção e do tempo que dedicarem a estudar o problema que estão a viver. Quem é que ganha com o desemprego? Quem é que ganha com a precariedade? Quem é que ganha com a exclusão social? Uma das entidades que ganha com isso é o governo. As pessoas provavelmente nunca pensaram nisso. Aliás, quem ganha com o baixo preço do leite logo à cabeça é o próprio governo. A quantidade de produtores da agropecuária que está numa situação insustentável e que, mais cedo ou mais tarde, vai ter que vender, o governo arrecada em impostos uma percentagem significativa por cada venda.
Além disso, nós estamos com o mar devassado e que continua a saque e o próprio território terrestre também. É de espantar que diversas propriedades, e nalguns casos as melhores, já não são açorianas. As pessoas acham que o capital é que traz desenvolvimento, mas esquecem-se que, ao longo da história da humanidade, fomos sempre progredindo e que o capitalismo só se consolida em Portugal no século XIX. Portanto, o progresso não é uma questão indexada ao capital.

Como vai ser feita a campanha do PCTP/MRPP?
Vai ser feita com as capacidades que temos, com entrevistas como esta que são já institucionalizadas e que procuramos beneficiar delas, com a distribuição de alguma documentação que temos vindo a fazer e, depois, com o contacto com as pessoas.

Olhando para alguns setores que têm merecido a atenção do partido, continua a criticar a política de transportes marítimos entre ilhas? Que soluções alternativas é que propõe?
Isto é um drama. Há uns anos, na Universidade dos Açores, havia uma equipa que estava a trabalhar o hidrogénio. Nós podíamos perfeitamente ter a nossa universidade a trabalhar nessa área e questiono até porque é que essa equipa foi impedida de progredir! Hoje em dia, podíamos ter viagens inter-ilhas com barcos a hidrogénio, porque não é muito difícil nem muito caro. Conseguíamos ter uma opção barata e não poluidora.

Há quatro anos, afirmava que “vivemos em autonomia, mas estamos mais dependentes do que nunca do exterior”. Deduzo que esta crítica não perdeu validade.
Agravou-se! Quase que para ir à casa de banho é preciso pedir à União Europeia! Isto é uma vergonha e nós estamos a ser dirigidos por trastes!

Que futuro é que antevê?
De luta! Porque, ao longo da história, nunca houve tirano ou demagogo que se mantivesse eternamente no poder.

Na área da Saúde, quais são os problemas que identifica e que soluções preconiza para os açorianos?
Há apenas três ilhas onde as senhoras podem ter crianças. Isto é uma coisa grotesca. Se começar a fazer contas, não sei o que é mais caro: se ter um hospital em cada ilha ou se é estar a pagar a deslocação. Os prejuízos que isto implica e os problemas que isto traz! As ilhas estão a desertificar-se, há ilhas que têm metade da população que tinham há uns anos. Portanto, um hospital em cada ilha é uma questão fundamental, adaptado à dimensão da ilha e com as valências principais.

Há condições económicas para concretizar isso?
Isso é outra conversa fiada! Se há dinheiro para fazer hotéis de luxo... Há todo o dinheiro necessário para que as transações possam acontecer.

Tendo sido professor, como é que analisa a Educação na Região?
A Educação é um sector que faz parte daquilo que é o Estado: a forma organizada de uma classe se impor na sociedade sobre as demais. E a Educação é uma ramificação de como essa classe se impõe e exerce o seu poder na sociedade. Só que as escolas são feitas de gente, de alunos, professores e outros funcionários, e portanto as expectativas dessa massa não são necessariamente as expectativas daqueles que, com o ensino, pretendem a eternização desta situação.
Portanto, no ensino vivem-se enormes equívocos por essa razão e nós estamos numa luta entre aqueles que se querem esclarecer no ensino, progredindo nos seus conhecimentos e na sua qualidade de vida, e aqueles que querem impor a ferro e fogo as determinações centrais da administração pública.

Relativamente ao transporte aéreo nos Açores, como é que encara o futuro da transportadora aérea regional SATA?
A manutenção da SATA devia ser um ponto de honra na Região, essa é uma questão fundamental.

Mas receia pelo futuro da SATA?
Nessa perspectiva, temos que recear por todo o futuro, porque esta corja está-nos a liquidar o futuro! Na perspectiva dos indivíduos que estão na administração pública actualmente, isto é tudo para vender! Até pode haver gente bem intencionada, mas não há gente séria na administração pública.

Que modelo defende para o transporte aéreo na Região?
Defendo a manutenção da nossa companhia aérea.

O PCTP/MRPP tem ideias concretas sobre o que deve ser a política fiscal e a carga fiscal nos Açores?
O que está a acontecer é uma brutalização sobre as populações. Não domino o assunto, mas vou observando e acho que houve muitas facilidades, e se calhar ainda continua a haver, na aquisição de bens nacionais por estrangeiros, por exemplo.
Um português quer comprar ou vender algo e caem-lhe em cima com exigências fiscais, mas se for uma pessoa externa ao país, de outra nacionalidade, é o contrário que lhe fazem. Isto é crime e um abuso!

Há condições, por exemplo, para reduzir a fiscalidade sobre os salários dos trabalhadores?
São 33,3% de impostos sobre o salário. São 22,3% para o patrão e 11% para o trabalhador. É uma coisa louca! E ainda temos que pagar quando vamos ao hospital, as consultas demoram meses ou anos e as pessoas têm de recorrer ao privado e pagar.

O que distingue o PCTP/MRPP dos restantes partidos e, em particular, dos partidos da esquerda?
Duas coisas: uma é a ciência e outra é a classe. Não é por acaso que o PCTP/MRPP continua a ser um partido extremamente atacado e silenciado. Dando um exemplo, vi na comunicação social a cobertura da proposta do PPM relativamente ao pagamento do leite. Mas foi mandado para a comunicação social um comunicado sobre essa matéria por parte do comité do MRPP na ilha de São Miguel e não obteve qualquer cobertura. Isto acontece porque a comunicação social não consegue sobreviver sem subvenções e sem investidores.

pctpmrpp

Partilhar
Está em... Home REGIONAIS AÇORES 2020 Entrevista do camarada Pedro Pacheco ao Açoriano Oriental