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Portugueses: Começou o Assalto às Empresas do Grupo Espírito Santo!

O Novo Banco, um dos abortos financeiros saído da bancarrota do Banco Espírito Santo (BES) por obra e graça do supervisor Carlos Costa, governador do Banco de Portugal e lacaio de Mário Draghi e do Banco Central Europeu, chegou ontem, segunda-feira, a acordo sobre os termos da venda da Tranquilidade, companhia de seguros do Grupo Espírito Santo (GES), à Apollo Global Management, gestora norte-americana de fundos de private equity, um tipo de actividade financeira realizada por instituições que investem directamente em empresas que não estão cotadas em bolsa.

O valor da transacção, até agora mantido em segredo pela equipa de Vítor Bento, administrador-chefe do Novo Banco, ficará bastante abaixo dos 50 milhões de euros inicialmente previstos.

A assinatura do contrato-promessa de compra e venda aguarda apenas pela opinião favorável do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros de Portugal, sendo certo que a opinião do BdP é irrelevante, em termos jurídicos, para a celebração do negócio e que a opinião do Instituto de Seguros de Portugal só é exigível depois do acordo de venda estar assinado.

Note-se que a Tranquilidade não estava até agora incluída nos activos transferidos ou a transferir para o Novo Banco, visto que a empresa de seguros do GES não era detida pelo BES, mas sim pela Espírito Santo Financial Group (ESFG), holding financeira do Grupo Espírito Santo, ela, sim, detentora de 20,1 % do falido BES.

Ora, se a Tranquilidade não fazia nem faz parte dos activos do falido BES, como é que pode aparecer nos activos transferidos ou a transferir para o Novo Banco?

Tudo isto mostra bem que não há normas jurídicas no assalto que está a ser levado a efeito contra as cerca de quatrocentas empresas que constituem o Grupo Espírito Santo. Agora vale tudo! É fartar vilanagem! – como se lastimava o velho conde de Avranches, nos destroços de Alfarrobeira…

Para dar ao caso uma breve aparência de legalidade, a quadrilha de gatunos que está a liquidar o Grupo Espírito Santo deu ao Novo Banco a Tranquilidade, na qualidade de penhor da holding ESFG sobre um crédito, que ninguém sabe qual seja ou como se constituiu, que o BES teria para com a sua maior proprietária, a ESFG

O alegado, mas nunca provado, crédito do BES sobre a holding ESFG seria no montante de 700 milhões de euros, pelo que o penhor, a existir realmente, teria a possibilidade de cobrir aqueles 700 milhões de euros; ou seja, a Tranquilidade valeria 700 milhões de euros: como vai então ser vendida à Apollo Global Management por menos de 50 milhões de euros?!

Mas, quanto às falcatruas do Careca (Vítor Bento) sobre a Tranquilidade, há ainda muito mais: a 22 de Agosto último, o Novo Banco e a Apollo tiveram um acordo praticamente fechado para a compra e venda da Tranquilidade pelo valor de 220 milhões de euros. Como se justifica então que o Novo Banco se prepare para vender agora a Tranquilidade por uma verba que em muito pouco ultrapassa um quarto daquele valor?!...

Em parte, aquela súbita desvalorização explica-se pelo facto de que a Tranquilidade adquiriu, em Maio passado, quando já só o presidente de Boliqueime não sabia que o BES estava em bancarrota, ao Credit Agricole – um dos accionistas, com 14,6% do BES – uma posição de 10% na Espírito Santo Activos Financeiros (ESAF), uma gestora de fundos de investimento do Grupo Espírito Santo, posição aquela adquirida por uma verba fraudulentamente elevada que acabou por arrastar para a insolvência a Tranquilidade.

Não contente com estas manobras, a Tranquilidade, quando era público e notório que o Banco Espírito Santo já estava mais do que insolvente, investiu, por ordem de Ricardo Salgado, 135 milhões de euros do seu património na dívida de várias empresas do Grupo Espírito Santo.

E, além do investimento na dívida da Rioforte, holding não financeira do GES, a Tranquilidade fez ainda um empréstimo de 15 milhões de euros a uma empresa detida pela ESFG, holding esta que está em processo de insolvência no Grão-Ducado do Luxemburgo.

Tudo isto levou à liquidação da Tranquilidade, sob as barbas de todos os supervisores, reguladores, governo, ministra das finanças e presidente da República…

A Tranquilidade, nos termos do relatório e contas de 2013, tinha 647 000 clientes, e 665 trabalhadores ao seu serviço. Todo o grupo de seguros, organizado à volta da Tranquilidade, com mais de 400 postos de actividade, ocupava mais de 2 000 trabalhadores, que agora estão em vias de se verem transferidos para o Novo Banco e, depois, postos na rua.

Assim, uma das mais sólidas seguradoras portuguesas vai passar para as mãos dos americanos, por uma quantia a todos os títulos ridícula.

Caríssimo Leitor: o que se está a passar com a Tranquilidade - cujo processo aqui descrevi na convicção de que poderia contar com a vossa paciência e inteligência – irá passar-se com todas as mais de quatrocentas empresas do Grupo Espírito Santo, em Portugal e no mundo.

Temos que nos erguer com coragem e determinação contra o processo que está em curso, exigindo de imediato a total nacionalização de todas as empresas e participações do Grupo Espírito Santo, sem pagar um cêntimo, dado que o GES está, ele também, insolvente.

Um papel muito importante cabe aos trabalhadores do Grupo Espírito Santo nesta luta. E designadamente aos mais de 2 000 trabalhadores da Tranquilidade, que devem exigir a nacionalização da companhia de seguros, a expulsão da actual administração e a constituição de uma comissão de trabalhadores para gerir e administrar a Tranquilidade e o seu grupo de empresas seguradoras.

Os capitalistas estrangeiros, com o apoio do governo e de um presidente da República que manifestamente venderam há muito o nosso país ao estrangeiro, vão tomar conta das empresas do Grupo Espírito Santo, desferindo um golpe demolidor sobre a economia portuguesa.

Cumpre-nos lutar sem temor contra os assaltos que estão em preparação. Havemos de vencer!


Espártaco

 

 

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